13/10/2010

Qualquer um pode ficar rico com a Bolsa, diz Didi

"Todo imbecil é capaz de ver gráficos com eficiência." Dessa maneira, Odir Aguiar, o Didi, resume a vantagem da análise gráfica. Ele é conhecido por ter descoberto a "agulhada do Didi", um método de antecipar tendências a partir da observação de três médias móveis colocadas em gráfico.
Didi defende que "qualquer um pode ficar rico com a Bolsa", basta praticar. "Precisa separar uma quantia pequena do dinheiro e operar. No começo é só para aprender, depois é para ganhar."
Apesar de dizer que a convivência é harmoniosa, Didi não poupa críticas aos fundamentalistas. De acordo com ele, "os balanços são todos escamoteados" e "é impossível entender com profundidade vários setores ao mesmo tempo".
Abaixo, ele responde a questões do analista fundamentalista William Alves.
Como quem não tem tempo para acompanhar o mercado pode usar gráficos?
Basta acompanhar os gráficos num tempo maior. Quando aumenta o tempo, também aumenta o perfil de operação.
Como se precaver de comprar empresas em situação financeira deplorável?
Os participantes, incluindo os fundamentalistas, impregnam o mercado com pequenos vetores. Temos então impressões gráficas de todas as informações. Os gráficos leem o vetor resultante. Embora não saibamos quem está fazendo o movimento, ou por que, sabemos o que está acontecendo, e isto é o que interessa.
Como analisar uma empresa com pouca liquidez?
É impossível, assim como em novos lançamentos. Gráficos são ferramentas para operações. Desaconselho papéis com baixa liquidez, seja a indicação técnica ou fundamentalista. O grafista não quer entender, quer ganhar.
A teoria grafista se baseia na hipótese de mercados eficientes. Como agir, se nem todas as informações se encontram num gráfico?
Não acho que se baseie em hipóteses, é muito mais uma verificação estatística. Também usamos fórmulas, só que as enxergamos em gráficos, não em índices. A análise técnica mostra para onde o mercado vai, e não para onde deveria ir. Os movimentos de mercado sofrem muito mais influência das ciências humanas do que das ciências exatas.
CONFORTO
William Alves opera no mercado financeiro com base na análise dos indicadores das empresas. "Sinto-me mais mais confortável entendendo aquilo em que eu invisto."
Na sua avaliação, a análise gráfica é uma "profecia autorrealizável". "Como muita gente opera baseado nela, muitas análises acabam dando certo", diz o analista, que tampouco descarta o gráfico como ferramenta complementar de avaliação. Os gráficos o ajudam, por exemplo, a estabelecer o momento ideal, em termos de preço, para se adquirir uma ação.
Ele explica como analisa as oportunidades. "Tem de traçar um cenário macroeconômico do setor e situar a empresa. Depois, olhar a situação econômico-financeira da companhia."
O analista ainda defende que a Bolsa deve ser encarada pelo pequeno investidor como uma alternativa de investimento de longo prazo e recomenda a aplicação mínima inicial de R$ 5.000, "para que o rendimento não se perca em corretagem e taxas".
Abaixo, ele responde às provocações do grafista Didi.
Como uma análise macro pode ser usada para investimentos de curto prazo?
Alves - A análise dos fundamentos relaciona indicadores de mercado com rentabilidade. Não serve para operações de compra e venda de ações em um único dia ('day trade') ou em dois dias. Em gráficos a análise pode mudar em poucos dias, e eu penso no longo prazo.
Como confiar nos balanços se eles são escamoteados?
Eu confio porque é uma fonte oficial de informação. Se não confiar, não tem informação. Acredito que possa haver balanços escamoteados, mas para isso existem órgãos reguladores.
Como você identifica se tem gente operando com 'inside information'?
O grafista que vê isso é a mãe Dináh. O fato de eu ser fundamentalista não quer dizer que eu não veja grandes movimentações de volume.
Por que o mercado não acompanha as movimentações do fundamento?
O mercado nem sempre dá atenção a valor, depende mais do vendedor. Vendedores podem vender a preços diferentes, e o comprador é mais influenciado pelo ambiente, não tanto pelo valor das empresas.
ENTENDA OS TERMOS
FUNDAMENTALISTAS - A decisão de compra ou venda de papéis é tomada a partir da análise do ambiente macroeconômico e de índices elaborados a partir de informações de empresas, como balanços.
GRAFISTAS OU TÉCNICOS - Operam através da análise de gráficos. Acreditam que alguns padrões tendem a se repetir, portanto tomam suas decisões de operação com base no comportamento da ação em pregões anteriores. Não analisam balanços.

Fonte: Folha.com

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Comentario: Fiz curso com o Didi, e hoje sigo seu método, o que para mim, tem funcionado bem. Quando comecei a investir na bolsa, eu já queria seguir a análise técnica, e não a fundamentalista. Porém, eu tinha idéia de ter uma parte do meu capital para longo prazo, mas isso também foi mudando, e hoje, quase todo meu capital é voltado a curto prazo. Com o passar do tempo, e com os estudos, fui montando meu método de operação, fazendo alterações, e hoje estou feliz com o resultado que cheguei. Respeito os fundamentalistas, mas acho muito difícil conseguir entender todos os setores e empresas que se tem interesse de investir, além de estudar balanços leva muito tempo. O importante é cada um avaliar e definir o que tem mais convicção e se sente mais confortável, seguindo o método que melhor se adequa a seu perfil.

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