01/12/2010

CVM multa Credit Suisse em R$ 26 mi por uso de informação privilegiada

A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) multou o Credit Suisse em R$ 26,4 milhões por uso de informação privilegiada. O caso envolve a venda do controle da empresa de transmissão de energia Terna Participações para a Cemig em 2009.
As instituições multadas foram o Credit International, em R$ 22,72 milhões e o fundo de investimento em ações Credit Carteira Própria (R$ 3,69 milhões).
Em abril do ano passado, o Credit Europa foi contratado pela Terna Itália para emitir um laudo sobre a venda da controlada, Terna Participações, para a Cemig.
Dois integrantes do banco de investimentos no Brasil participaram de reuniões no escritório da Terna Brasil com representantes da Terna Itália para discutir o laudo.
Dois dias depois, o fundo, controlado pelo banco, começou a comprar units (certificado de ações) da Terna Brasil junto com o Credit International.
No dia 23 de abril, a Terna Brasil divulgou ao mercado a compra de seu controle pela Cemig, o que daria direito à parte do prêmio pago ao controlador na operação aos acionistas remanescentes. A multa aplicada pela CVM corresponde ao triplo dos ganhos auferidos na operação pelas instituições.
OUTRO LADO
A defesa, representada pelo ex-diretor da CVM Luiz Antonio de Sampaio Campos, alegou que havia divisão entre as áreas e que não devem ser tratadas como uma única pessoa jurídica.
Ele afirmou ainda que o processo não tinha provas de que os gestores e administradores tivessem acesso à informação. Argumentou ainda que notícias publicadas antes já indicavam a intenção de venda do controle.
O relator do processo, Alexsandro Lopes avaliou que não se pode comparar o nível de informação do noticiário com o de uma entidade contratada para dar parecer sobre a operação. Lopes afirmou ainda que o banco deveria ter apresentado provas da separação entre as áreas e não apenas as medidas presentes em seu manual de procedimentos.
Em nota, o Credit Suisse informou que vai recorrer da decisão ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional. O banco afirmou ainda que "atua sempre em conformidade com a legislação local e os mais altos princípios legais e éticos".

Fonte: Folha.com
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Comentário: A explicação da Credit Suisse e o ocorrido é no mínimo suspeito. Todos nós sabemos que apesar dos esforços da CVM, os insiders existem e se aproveitam de informações privilegiadas para auferir lucro fácil e alto, e muitos casos são dificeis de serem descobertos, enquanto outros, como o citado acima, ficam muito suspeitos e podem ser descobertos. Ou alguém acha por exemplo que ninguém ficou sabendo da fusão do Unibanco com o Itaú antes de ser avisado ao mercado? Ou do anuncio do pré-sal? Fusão das Casas Bahia com o Pão de Açúcar? Fraude no banco Panamericano?

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