26/03/2011

Colunista diz que Bradesco cedeu à pressão e que Agnelli deixará comando da Vale

Parece que Roger Agnelli, presidente da Vale (VALE3, VALE5), irá mesmo deixar o comando da mineradora. De acordo com informação da coluna de Ancelmo Gois, do jornal O Globo, o Bradesco teria aceitado a decisão dos outros acionistas da companhia, que forçavam a saída de Agnelli. Ainda de acordo com a coluna, a substituição deve ser por alguém que já faz parte dos quadros da empresa. Procurada pela InfoMoney, a mineradora disse que não tem comentários a fazer sobre o assunto.
Respondendo ao noticiário que envolvia a pressão do governo para ver Agnelli fora do comando da empresa, o próprio executivo se manifestou, mais cedo nesta sexta-feira (25), e declarou que não tem qualquer envolvimento com questões políticas que envolvam a escolha do diretor-presidente da mineradora, e que a decisão compete "exclusivamente aos acionistas controladores da empresa. O que tenho feito nos últimos dias é o mesmo que fiz ao longo de toda a minha carreira: trabalhar", afirmou o executivo.
A visão de que a troca ocorreria mais dia, menos dia, ganhou fôlego após reportagem do jornal O Estado de S.Paulo ter afirmado que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, encontrou-se com o presidente do Conselho de Administração do Bradesco (BBDC4), Lázaro Brandão, para discutir a sucessão no comando da companhia.
De acordo com os relatos, o governo prefere que a presidência da Vale seja ocupada por alguém mais alinhado ao Planalto, com foco em projetos voltados para o Brasil. Para tanto, Mantega procurou Brandão, já que o Bradesco, por meio de seu braço de participações, a Bradespar (BRAP4), é um dos principais acionistas da mineradora.
Embora seja uma empresa privada de capital aberto, o governo manteve sua influência na companhia após a privatização por meio de participações via BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e pelos fundos de pensão de funcionários estatais, como a Previ, do Banco do Brasil (BBAS3).
Resposta
A especulação em torno de quem viria a ocupar o comando da empresa ganhou força nos últimos dias, assim como relatos de que Agnelli estaria tentando blindar sua posição. Por causa disso, o executivo teria procurado o Ricardo Flores, presidente do fundo de pensão, para buscar apoio. Nesta sexta-feira, notícia do Estado de S.Paulo afirmou que a Vale deve anunciar sua entrada no projeto da hidrelétrica de Belo Monte como autoprodutora, com 9% do empreendimento, o que também seria uma espécie de resposta de Agnelli às pressões que vêm sofrendo do governo, segundo o jornal.
Na quarta-feira, a Câmara dos Deputados aprovou um convite ao ministro da Fazenda para “esclarecimentos quanto a eventual interferência do Governo na Vale ”.

Fonte: InfoMoney

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