30/08/2011

Gestores veem oportunidades em mercados emergentes

Por Matthew Vincent | Financial Times

Gestores especialistas em gestão discricionária de carteiras vêm recomendando a exposição aos mercados emergentes como uma maneira de melhorar o desempenho dos investimentos nos próximos cinco anos.

A Rathbones diz que seu modelo "Enhanced Growth" - elaborado para investidores que assumem riscos elevados e estão em busca de ganhos de capital em períodos de cinco a dez anos - agora tem cerca de 35% de sua carteira em ações de mercados emergentes. "O objetivo do investimento permite uma exposição significativa aos mercados emergentes, que, acreditamos, terão um desempenho superior no longo prazo, dado o crescimento econômico superior nessa área", explica a companhia.

Entretanto, Sanjeev Shah, da Fidelity, afirma que prefere se expor aos mercados emergentes via companhias de países desenvolvidos. "Acredito que o tema do consumo nos mercados emergentes continuará por vários anos e é por isso que estou feliz em ter grandes posições em Burberry e L'Oréal ", justifica ele.

As moedas dos mercados emergentes também oferecem oportunidades, segundo Willem Sels, do HSBC Private Bank. "Muitas têm se mostrado relativamente resistentes... preferimos as moedas de países que possuem finanças governamentais e contas correntes sólidas, além de um grande mercado doméstico que os torna menos dependentes da fraqueza da economia mundial."

A Signia Wealth diz que está combinando a exposição "ao consumidor chinês por meio de títulos individuais de mais qualidade" com posições em companhias "envolvidas na reconstrução do Japão".

A PSigma afirma que as ações japonesas representam um "negócio assimétrico": um potencial de alta de 100%, com um potencial de baixa de "provavelmente apenas 10%". Seu fundo de ações japonesas recomendado é o Jupiter Japan Income.

 

 

7 previsões furadas sobre a bolsa

Uma olhada sobre o que se previa para 2011 no final de 2010 mostra que mesmo os profissionais mais experientes do mercado financeiro estavam otimistas demais

 

São Paulo – O ano de 2011 pegou muitos analistas e profissionais do mercado financeiro experientes no contrapé. O que inicialmente era visto como um período de recuperação após um 2010 em que a bolsa brasileira ficou quase no zero a zero agora já caminha para ser algo frustrante mesmo para quem já não esperava muito. No final do ano passado, a corretora mais cética em relação ao desempenho do mercado acionário, a Fator, previa que o Ibovespa terminaria este ano em 75.000 pontos. Considerando o atual patamar de cerca de 55.000 pontos, o índice terá de registrar uma valorização de 36% até dezembro para que a previsão seja atingida.

O otimista pode estar pensando que muita água ainda vai rolar até o último dia do ano e que a bolsa pode recuperar a maior parte das perdas. É verdade. Mas o que dizer das estimativas mais empolgadas dos analistas? No final de 2010, em um exercício hipotético sobre até onde o Ibovespa poderia chegar, o banco JPMorgan divulgou uma previsão de que o índice atingiria os 122.000 pontos caso uma série de acontecimentos positivos se materializasse. Ainda que a instituição tenha feito a ressalva de que essa não era a hipótese mais provável e que em seu cenário conservador a bolsa alcançaria 84.500 pontos, passa pela cabeça a imagem de um chute mais próximo da bandeira do escanteio do que do gol.

Mas por que analistas que chegam a ganhar mais de 1 milhão de dólares em um ano positivo se equivocam dessa maneira? Por trás de qualquer estimativa tão furada está o que mercado costuma chamar de “cisne negro”. O termo, cunhado pelo ex-operador e professor Nassim Nicholas Taleb, costuma ser usado para lembrar que nenhum ser humano é capaz de prever o que nos espera no futuro – de mutações genéticas de cisnes a atentados terroristas ou quedas nas bolsas.

Outro economista renomado que já tentou explicar os erros dos analistas foi o ex-presidente do Banco Central e sócio da Rio Bravo Investimentos, Gustavo Franco. No livro “Cartas a um Jovem Economista” (clique aqui e leia trechos), ele afirmou que tanto os economistas quanto os meteorologistas sofrem enorme pressão para prever o futuro – uma atividade sempre suscetível ao erro. Na conclusão, no entanto, Franco faz uma defesa da própria classe. “Na gestão de investimentos, sempre haverá profissionais que vão errar e que vão acertar as previsões. Mas quem faz o dever de casa e levanta mais informações que os outros terá uma taxa de acerto acima da média. Da mesma forma, o meteorologista que se graduou em física será melhor que o camarada que ficou na praia, não estudou nada, não passou no vestibular e joga búzios para saber se vai chover ou não.”

Leia abaixo e nas próximas páginas outras seis previsões furadas dos analistas para este ano:

1 – A economia americana vai se recuperar rapidamente - e isso vai ajudar a Bovespa

Essa parece ter sido a mãe de todos os erros nas previsões dos analistas. No final do ano passado, alguns dados divulgados sobre a economia americana sinalizavam que o pior da crise já havia ficado para trás e que as chances de um “double dip” (ou uma nova recessão) eram remotas. Ledo engano. Os números positivos da economia americana em 2010 parecem ter sido mais influenciados por estímulos econômicos artificiais (como a desvalorização do dólar e o aumento dos gastos públicos) do que propriamente pela elevação dos investimentos e contratações das empresas, pela retomada do mercado imobiliário ou pela reação do consumo.


Em entrevista a EXAME.com publicada há duas semanas, Bob Baur, economista-chefe da Principal Global Investors, um fundo de 270 bilhões de dólares, afirmou que, em 2010, pela primeira vez os EUA saíram de uma recessão por meio do aumento das exportações – e não com o aumento das vendas de casas e carros gerado a partir da queda dos juros (clique aqui e leia). É justamente por esse motivo que o mercado desconfia que uma recuperação firme ainda não esteja a caminho.

2 - As ações dos bancos estão baratas

 

As cotações dos quatro maiores bancos brasileiros (Banco do Brasil, Santander, Itaú e Bradesco) estão cerca de 35% abaixo das máximas atingidas nos últimos 12 meses. No começo de 2011, quando as perdas era bem menores que as atuais, 11 em cada 10 analistas de mercado já recomendavam os papéis do setor como um dos investimentos mais atrativos no país. Os especialistas costumavam justificar a preferência com o fato de que esses bancos já haviam comprovado a capacidade de lucrar em qualquer cenário econômico e com a expectativa de que eles fossem menos prejudicados pela alta dos juros do que empresas de varejo ou incorporadoras.

O que parece ter passado despercebido por boa parte dos analistas é que o setor bancário mundial enfrenta problemas graves que tiveram um impacto negativo sobre o preço dos papéis ao redor do planeta. Sempre que um país tem dificuldade para pagar suas dívidas, os bancos são os principais prejudicados porque estão entre os maiores credores. Hoje a confiança nos bancos europeus é tão pequena que boa parte dos países da região proibiu que investidores fiquem “vendidos” em ações do setor financeiro (ou seja, que tentem lucrar com a baixa desses papéis).

Nos EUA, a confiança nos bancos também não é grande. Após rumores de que seria comprado pelo JPMorgan, o Bank of America, um dos maiores bancos do país, conseguiu fechar um acordo com o bilionário Warren Buffett para a injeção de 5 bilhões de dólares em capital. Outro sinal da desconfiança é que os títulos do Tesouro americano com vencimento em três meses pagam zero de retorno aos investidores. Por incrível que pareça, é isso mesmo: zero de retorno. Quem aplica nesses papéis não está atrás de rentabilidade - só não quer deixar o próprio dinheiro depositado em uma instituição financeira. Por mais que o sistema financeiro brasileiro passe por um momento completamente diferente, é difícil imaginar que as ações dos grandes bancos subam bem mais que o Ibovespa enquanto a confiança no sistema financeiro mundial não for retomada.

3 - A Petrobras vai subir após a capitalização

No último trimestre do ano passado, a Petrobras captou quase 120 bilhões de reais na maior oferta de ações da história. Os investidores que colocaram essa montanha de dinheiro na empresa obviamente não esperavam sair perdendo - mas foi exatamente isso que aconteceu. Após registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010, os papéis acumulam uma desvalorização de 22% neste ano.

Em primeiro lugar, é importante explicar os motivos para o otimismo inicial. No final do ano passado, a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de ampliação de reservas do mundo devido às descobertas no pré-sal. O fato de a empresa estar capitalizada e com recursos para investir também pesava a favor. Com o início dos distúrbios na Líbia, as ações chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no aumento de capital.

Os problemas começaram logo a seguir. Os preços do petróleo subiram, mas a empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preços dos combustíveis internamente. Com a inflação acima da meta no Brasil, um reajuste ainda parece pouco provável no curto prazo. Além disso, a empresa corriqueiramente não cumpre as promessas feitas ao mercado. A produção de petróleo em julho foi a menor desde outubro. Os investimentos que estão sendo feitos só devem começar a elevar representativamente a produção a partir de 2013. Até lá, o dinheiro deve continuar saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuição de dividendos aumente significativamente.

4 - A China vai manter os preços das commodities em alta

No médio prazo, não existe valorização do Ibovespa sem aumento dos preços das commodities. A Vale, a Petrobras, a OGX e as siderúrgicas são responsáveis por cerca da metade da oscilação do índice. Se as commodities não sobem, portanto, fica mais difícil para o investidor brasileiro ganhar dinheiro.

No final do ano passado, a maioria dos analistas enxergava uma tendência de alta para as commodities. O Federal Reserve mantinha uma política de injeção de liquidez no mercado que favorecia os preços. A China continuava a crescer a passos largos. Os Estados Unidos pareciam cada vez mais distantes da ameaça de recessão. Foi só recentemente que caiu que a ficha do mercado que alguns países da Europa são insolventes e precisarão reestruturar suas dívidas e que os EUA estão em uma situação bem menos confortável do que parecia.

É verdade que a queda das commodities nas últimas semanas foi bem menos intensa que a das bolsas. Se o Fed anunciar um novo programa de injeção de liquidez no mercado, os preços de metais e do petróleo devem tomar novo ímpeto. Mas não se engane: ninguém mais fala em um barril de petróleo a 200 dólares como em 2005, quando o analista Arjun Murti, do Goldman Sachs, virou celebridade ao divulgar essa profecia. Se você comprou as ações da Petrobras ou das siderúrgicas no começo de 2008, portanto, pode demorar em recuperar tudo o que já perdeu.

5 - A OGX é a grande promessa da bolsa

Em meados do ano passado, a OGX se tornou a principal queridinha dos analistas e investidores brasileiros. Pouco menos de dois anos após a estreia na bolsa, a empresa de petróleo do bilionário Eike Batista podia se gabar por porssuir a terceira ação mais negociada da Bovespa e oir valer mais que gigantes seculares e lucrativos como o Banco do Brasil.

Quando anunciou no final do ano passado que adiaria a venda de parte dos blocos da bacia de Campos, a OGX desagradou o mercado. A maioria dos analistas, entretanto, ainda recomendava a compra agressiva dos papéis. À época cotadas a cerca de 20 reais, as ações tinham um preço-justo avaliado em mais de 30 reais e ofereciam uma excelente oportunidade de compra, de acordo com diversas corretoras.

E qual é a cotação atual? Cerca de 11 reais. De lá para cá, a empresa divulgou um polêmico relatório em que a consultoria D&M deixou claro que a exploração de suas reservas demoraria mais do que boa parte do mercado gostaria. A OGX respondeu que tinha o maior índice de acerto em perfurações de poços de petróleo no mundo e que começaria em breve a produzir (clique aqui e leia). No mercado, entretanto, ficou a percepção de que investir em uma empresa de petróleo em um estágio pré-operacional era mais arriscado do que parecia – ainda mais em tempos de turbulência mundial.

6 - A Hypermarcas é uma infalível máquina de aquisições

Os ventos pareciam soprar a favor da Hypermarcas até o final do ano passado. A empresa atuava como uma máquina de aquisições que prometia se transformar em breve em uma espécie de “Unilever brasileira”. Com o caixa levantado com ofertas de ações, a companhia estava bem-posicionada para ganhar cada vez mais escala e engolir rivais da área de bens de consumo e medicamentos.

O sinal amarelo acendeu no mercado em dezembro, quando a Hypermarcas comprou a Mantecorp por 2,5 bilhões de reais. Alguns analistas até consideraram o valor alto demais, mas a maioria continuou a recomendar a compra das ações da empresa. Muitas corretoras mantinham preços-alvo para as ações acima de 30 reais. Hoje os papéis valem cerca de 12,50 reais, e o preço-justo médio atribuído pelos analistas alcança apenas 17,50 reais.

Mas o que fez com que os analistas mudassem de opinião desse jeito? O balanço do primeiro semestre, que levou a uma queda dos papéis de 30% apenas em maio. O documento mostrou que a digestão de muitas aquisições levou a um aumento maior que o esperado nos custos operacionais e nos estoques da companhia, o que teve um efeito negativo sobre as margens. A Hypermarcas reagiu, anunciou a divisão da empresa em duas unidades, melhorou a comunicação com analistas e fez um esforço para divulgar melhor seu potencial. Até agora, o resultado não apareceu no mercado.

É lógico que as mesmas corretoras que erraram em todas as previsões acima também acertaram em outras ocasiões. Afinal, nenhum profissional ganha mais de 1 milhão de dólares por ano só chutando bolas para fora. Mas um relatório publicado pelo banco de investimentos Merrill Lynch em 2008 parece ser bastante esclarecedor sobre a forma correta de ler os relatórios dos analistas. Nele, o estrategista-chefe de investimentos, Richard Bernstein, afirma que quando os analistas estão mais pessimistas, há grandes oportunidades na bolsa, e vice-versa (clique aqui e veja). Seria difícil imaginar um mea-culpa mais explícito.

 

 

 

Bolsa se anima à espera de uma Selic mais baixa

 

Autor(es): Daniele Camba

Valor Econômico - 30/08/2011

 

 

O cenário externo melhor já estava ajudando a bolsa brasileira a subir na manhã de ontem, juntamente com os demais mercados. Mas foi o anúncio da elevação do superávit primário em R$ 10 bilhões feito pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, que acentuou a valorização da Bovespa. Resultado: o Índice Bovespa começou a semana em alta de 2,83%, aos 54.860 pontos.

Mantega anunciou o aumento da meta de superávit primário do governo central para este ano de R$ 81,76 bilhões para R$ 91,76 bilhões. Dessa forma, o superávit primário de todo o setor público, que inclui União, Estados, municípios e as companhias estatais, sobe de R$ 117,89 bilhões para R$ 127,89 bilhões.

Ações de varejo e das construtoras lideram as altas

Apesar das várias ressalvas que essa notícia merece, o mercado gostou. O raciocínio é que, com o esforço fiscal extra de R$ 10 bilhões, o Banco Central terá mais espaço para começar o processo de queda da taxa de juros. Os mais otimistas acreditam, inclusive, que o primeiro corte na Selic pode ocorrer já na reunião de hoje e amanhã do Comitê de Política Monetária (Copom).

Na bolsa, a percepção de que o anúncio de ontem coloca mais lenha na fogueira do afrouxamento monetário se refletiu principalmente nas ações de varejo e das construtoras, que lideraram as altas do Ibovespa.

A exceção dentro do varejo ficou por conta das ordinárias (ON, com voto) da Natura, que caíram 3,86%, uma das duas únicas quedas do índice, juntamente com as preferenciais (PN, sem voto) série A da Usiminas, em baixa de 1,87%. Isso porque os investidores andam de mal da Natura, entre outros fatores, como consequência do aumento da competição.

Alguns dos papéis de construção e varejo chegaram a subir quase 8%. As ON da PDG Realty fecharam em alta de 7,92% (a maior valorização do Ibovespa), seguidas pelas ON da B2W, com alta de 7,90%, e pelas ON da Cyrela Realty (7,22%).

Os analistas acreditam que, com a queda da Selic, os papéis desses setores podem compensar parte das perdas que registram no ano, causadas exatamente pelo aperto monetário e as medidas restritivas do governo para frear o crescimento econômico e a inflação. Além de varejo e das construtoras, as ações de bancos também sofrem no ano, especialmente com as medidas macroprudenciais.

Para o economista-chefe da Way Investimentos, professor de finanças da ESPM-RJ e do Ibmec-RJ, Alexandre Espírito Santos, o início da queda da Selic pode ser um estímulo importante para a Bovespa continuar a se recuperar.

A relação de preço sobre lucro (P/L, que dá uma ideia de quanto tempo leva para o investidor ter de volta o quanto aplicou) mostra como ainda há espaço para novas altas. No pior momento dessa última queda do mercado, o P/L da Bovespa caiu para 7,5 vezes e agora está em torno de 8,5 vezes. Apesar da melhora, em condições normais de temperatura e pressão, o P/L do mercado deve ser entre 10 a 11 vezes, explica o professor.

Daniele Camba é repórter de Investimentos

 

 

 

 

Empresas retardam a entrada na Bolsa



Companhias não lançaram ações nem captaram dinheiro no exterior em agosto, mês de férias nos EUA e na Europa


Para setembro, bancos preveem que estrangeiro vai premiar empresas brasileiras com boas taxas e prazos

TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO

A crise não chegou a fazer estrago neste ano como em 2008, mas praticamente fechou o mercado para projetos ousados de financiamento das empresas brasileiras.
Mês normalmente fraco por conta das férias no hemisfério Norte, agosto termina amanhã como começou: sem dinheiro novo do mercado. Desde o rebaixamento dos EUA, que perdeu a avaliação AAA da Standard & Poor's no dia 6, não saiu nenhuma captação de recursos de empresas no exterior nem oferta de ações na Bolsa -a mais recente foi a da Abril Educação, que levantou R$ 371 milhões no dia 26 de julho.
Mesmo empresas de primeira linha como Petrobras, que consultam constantemente os investidores para buscar recursos, encontraram preços elevados.
Incertezas em relação à saúde financeira dos bancos franceses, dúvidas quanto às políticas de estímulo nos EUA e a fragilidade fiscal de países europeus agravaram a indefinição do cenário.
Diante do quadro, quatro empresas -a produtora de grãos Camil, a Enesa Engenharia, a Perenco Petróleo e a Copersucar- desistiram de entrar na Bolsa. Outras cinco -a agência CVC, o grupo Inbrands de moda, a Petrorecôncavo, a LG Agronegócios e a Isolux, de transmissão de energia- estão com prazo correndo e podem desistir se a situação não melhorar.
Para Fábio Nazari, chefe de mercados de capitais do BTG Pactual, a retomada das ofertas de ações depende da volta do investidor estrangeiro ao Brasil. Nazari afirma que prefere orientar as empresas clientes a esperar um momento mais favorável a deixá-las levar adiante uma operação que não atenda suas necessidades de dinheiro.
"Em nenhuma hipótese vamos deixar nosso cliente exposto nesse momento." Segundo Alberto Kiraly, vice-presidente da Anbima (associação do mercado), a crise externa pode servir para "diferenciar" e premiar o risco das empresas brasileiras a partir de setembro. "Vamos ver como será o comportamento do investidor."
"Apesar de não ter saído nada em agosto, sabemos que houve procura por títulos de empresas brasileiras pelo investidor estrangeiro, que está mais seletivo e poderá diferenciar o Brasil. Se isso acontecer, há uma chance de que beneficie depois o mercado de ações, que é mais sensível", afirmou.
"Quem vai se beneficiar são empresas 'prime' (primeira linha), que terão oportunidade para captar em 30 anos", disse Daniel Vaz, chefe de dívida do Pactual.

 

 

 

É o novo mix

Celso Ming

O discurso é novo entre os economistas de esquerda e o passo dado está na direção correta.

Cabem apenas três críticas. A primeira: se esta é a política adequada, o governo do PT deveria ter enveredado por esse caminho bem antes. Segunda crítica: se é para tirar proveito do espaço aberto pela crise externa, então caberia carregar na dose, até porque este reforço fiscal pode ser insuficiente. Terceira: não garantir o mesmo compromisso para 2012 sugere que o governo voltará à gastança para financiar o jogo eleitoral de suas bases políticas.


Há sete dias, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, avisava no Congresso que a decisão do governo Dilma é mudar o mix da política econômica. Em vez de insistir em expansão das despesas públicas e em contração da política monetária (política de juros), agora a determinação é fazer o contrário. Ou seja, a resposta para o agravamento da crise externa é adotar uma política anticíclica oposta à adotada em 2008 e 2009.

O ministro Mantega apresentou justificativas sensatas, o que lembrou os tempos em que a Fazenda era comandada por Antonio Palocci: (1) é preciso impedir a expansão das despesas correntes do governo e elevar o superávit primário (sobras de arrecadação para pagamento da dívida), de maneira a dar espaço para o corte dos juros pelo Banco Central; (2) a redução das despesas com juros abrirá caminho para o aumento do investimento público; e (3) a ordem é enfrentar a crise não com crescimento das despesas públicas, mas com estímulos monetários (baixa dos juros).

O reforço ao superávit primário deste ano é de R$ 10 bilhões, algo entre 0,25% e 0,30% do PIB. Traz o defeito de ser garantido apenas pelo aumento da arrecadação e não (também) pela compressão das despesas correntes do setor público.

O Federal Reserve (Fed, o banco central americano) já garantiu juros básicos próximos de zero por cento ao ano por mais dois anos (até, pelo menos, meados de 2013) por enxergar crise braba nesse período. O governo Dilma não precisaria de mais horizontes para esticar o alcance da decisão anunciada nesta segunda-feira. Se essa é a melhor atitude a tomar para enfrentar a crise externa, então deveria estendê-la para 2012 e 2013. Mas aí apareceu o vício antigo: 2012 é ano eleitoral e tal…

Em todo o caso, a principal novidade está em que o governo do PT parece ter entendido que os tais juros escorchantes vigentes no Brasil têm a ver com gastança federal. Se forem sinceros, os economistas de esquerda no governo Dilma terão admitido que equilíbrio fiscal é bem mais do que conversa fiada de neoliberal.

E parecem ter renunciado à pregação do falso keynesianismo em voga – o uso do argumento de que é preciso aumentar os gastos públicos para garantir o investimento e o crescimento econômico. Mantega está dizendo o contrário: menos dívidas públicas e menor pagamento com juros darão mais condições de investimento para o governo.

Em todo o caso, quem sabe este seja somente o começo. O governo Dilma, aparentemente, entendeu o tamanho da enrascada dos países ricos que, em nome da segurança social, deixaram rolar as despesas públicas e, hoje, estão atolados em dívidas e em juros a pagar.

Parece ter, enfim, percebido que o fator que garante crescimento sustentado, mesmo em tempos de crise, é o equilíbrio das finanças públicas – o contrário do que foi feito nos três últimos anos.

CONFIRA

Deixa pra lá. A administração anterior do Banco Central, sob a presidência de Henrique Meirelles, evitava críticas à gastança federal para não melindrar a área da Fazenda. Agora fica reconhecido pelo ministro da pasta que a leniência fiscal bloqueia a queda dos juros básicos (Selic) conduzidos pelo Banco Central.

É muito mais. O governo da presidente Cristina Kirchner aprovou um reajuste de 25% no salário mínimo da Argentina. É o reconhecimento implícito de que o índice oficial da inflação é manipulado. Nenhum governo concordaria em dar aumento real (descontada a inflação) de 14,5% no mínimo e nas aposentadorias se a inflação fosse de somente 10,5%, como apontam os números oficiais.

Multa neles. Há alguns meses, consultorias independentes como a Abeceb, do ex-secretário da Indústria Dante Sica, foram multadas por projetar uma inflação muito acima da admitida pelo governo de Cristina Kirchner.

 

 

 

BNY Mellon autoriza reabertura de fundos da GWI

Por Luciana Monteiro e Angelo Pavini | De São Paulo

A BNY Mellon, administradora dos fundos da gestora GWI, encaminhou ontem fato relevante à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no qual informa ao mercado que as carteiras foram reabertas para aplicações e resgates. Em seu site, a GWI informava que os fundos seriam reabertos ontem mesmo.

Na sexta-feira, dia 26, conforme reportagem publicada ontem pelo Valor, os investidores dos fundos da GWI decidiram manter a gestora como responsável pelas carteiras. Os portfólios sofreram perdas e, assim, a administradora decidiu suspender os resgates no dia 12.

Reunidos em assembleia na sexta-feira, os cotistas de oito fundos da casa ficaram frente a frente com o coreano Mu Hak You, dono da GWI e responsável pelo estilo agressivo de gestão da casa. Houve cobranças e questionamentos sobre a estratégia de concentrar fortemente as aplicações em um papel, Marfrig, que cai 49,5% no mês, multiplicada pela forte alavancagem na mesma empresa. Mas os investidores tiveram de admitir que as operações eram permitidas pelo regulamento dos fundos.

O clima foi considerado até calmo diante das perdas de até 50% no mês, afirmam investidores que participaram do encontro, que ocorreu na Avenida Paulista, no Teatro Gazeta, em São Paulo. Os investidores de oito fundos foram reunidos em uma única assembleia coletiva, que durou cerca de duas horas e meia, das 14h às 16:30. Apenas o fundo Private, que está com patrimônio negativo de R$ 29 milhões e tem seis cotistas - entre eles o próprio Mu Hak, segundo comentários do mercado - teve uma assembleia à parte.

Caso haja um movimento forte de saques, o administrador já alertou os cotistas que poderá voltar a fechar os fundos e convocar nova assembleia, para evitar riscos de perdas maiores para os próprios investidores.

A GWI deverá continuar com o processo de redução das posições alavancadas das carteiras - em geral compras a termo de Marfrig por preços hoje bem superiores aos do mercado. A própria GWI admitiu aos investidores na sexta-feira que o momento atual do mercado não permite posições tão arriscadas. Mas boa parte do ajuste já foi feito pelo administrador como mostram as perdas nas carteiras.

O caso mais grave é do GWI Private, que precisa de um aporte de capital dos investidores de R$ 29 milhões para conseguir pagar suas dívidas no mercado, em especial com três corretoras, que assumiram os débitos nas operações do fundo, segundo comentários de analistas.

A expectativa é de que, com a abertura dos demais fundos, Mu Hak, que além do Private seria um dos principais investidores das demais carteiras da GWI, possa sacar recursos para cobrir ao menos parte do débito. As oito carteiras reúnem um patrimônio de R$ 96 milhões - era de R$ 208 milhões no fim de julho. Segundo o site da GWI, a equipe da gestora tem pelo menos 30% do patrimônio de cada fundo e, no fim de dezembro, detinha 44% dos recursos aplicados na casa.

Até sexta-feira, os cotistas do Private não haviam cumprido a determinação de depositar os valores adicionais para cobrir o rombo do fundo, que está inadimplente na BM&FBovespa. Se isso não ocorrer, será a primeira vez que os investidores de um fundo poderão ser cobrados por via judicial pelos credores.

Mu Hak não poderá, porém, fazer resgates expressivos, pois isso acabaria por pressionar demais o preço das ações que estão nas outras carteiras ou levar o BNY Mellon a fechar de novo os fundos.

 

 

 

Bancos "se livram" das operações com dólar e funcionam como corretoras

 

Autor(es): Por Fernando Travaglini | De São Paulo

Valor Econômico - 30/08/2011

 

 

 Ao impor o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) no mercado de derivativos de câmbio, o governo brecou, de fato, parte da especulação, pois reduziu o lucro das operações de arbitragem de prazos mais curtos. A medida criou, no entanto, um problema para os bancos brasileiros, que não encontram a mesma liquidez para se proteger das posições em moeda americana assumidas ao longo do dia, ou mesmo não querem arcar com a alíquota de 1% do imposto.

Se antes as instituições financeiras mantinham em carteira os recursos, para ganhar um "spread" (diferença entre a cotação de compra e a venda do dólar), hoje elas preferem "se livrar" da moeda, pois ninguém quer pagar o imposto, diz um operador.

Como a moeda brasileira não é livremente negociável, apenas as instituições autorizadas pelo Banco Central (BC) podem comprar ou vender dólar no mercado interno. Dessa forma, todos os outros investidores que especulam contra ou a favor do real operam por meio dos contratos futuros de câmbio da BM&FBovespa. É lá que está a liquidez e, por consequência, onde o preço é formado.

Assim, toda vez que um exportador ou mesmo um investidor estrangeiro direto traz dólares para país, os bancos adquirem essas moedas e fazem uma proteção no mercado futuro da bolsa. Sem a liquidez oferecida pelos especuladores, as instituições financeiras brasileiras encontram dificuldades para fazer hedge das posições, ou seja, travar o risco cambial.

A solução encontrada foi "zerar" todas as posições antes do fim do dia. "Tem banco operando como corretora. Quando um cliente entra no Brasil com um fluxo de dólares, o banco compra os recursos, mas já começa a procurar outro cliente para vender a moeda americana", explica um operador de mercado.

O novo comportamento explica parte da volatilidade do mercado em determinados momentos, especialmente nas últimas horas de negociação, diz um gestor de câmbio, pois grandes fluxos são negociados em prazos mais curtos.

Desde que o real entrou em rota de apreciação, grande investidores internacionais começaram a aplicar em contratos a termo no exterior. Ao ficarem vendidos na moeda brasileira, apostam que o real terá valorização contra o dólar - e a diferença virará lucro para quem está do lado certo. São os bancos estrangeiros que oferecem essas operações aos seus clientes, mas, para se proteger, entram no Brasil para aplicar na BM&F, vendendo contratos futuros de dólar.

Essa ponta é fechada pelos bancos brasileiros, que precisam da liquidez no mercado futuro para fazer hedge de seus empréstimos em moeda estrangeira ou de fluxos de recursos de exportadores para o Brasil. Esse é o chamado "casado", quando o banco opera nos dois mercados: à vista e futuro. Mais de 80% das operações ainda são de "casado", mesmo após o IOF.

No final, todos ganham: o investidor internacional, o banco estrangeiro e o banco brasileiro. Todos menos o BC, que é o comprador final dos dólares que entram no país, adquiridos para reforçar as reservas brasileiras e tentar conter parte da valorização excessiva do real.

Na verdade, ganhavam, pois a medida travou o mercado e afastou, num primeiro momento, os aplicadores internacionais que mantinham aqui na BM&F posições a favor do real. Antes da intervenção do governo, o preço da moeda brasileira no exterior estava mais barato do que no mercado interno, dada a forte demanda de fundos de hedge por contratos de balcão, conhecidos como non-deliverable forward (NDF). A diferença entre os preços interna e externamente da moeda brasileira (on-shore e off-shore) era alta e estimulava a arbitragem.

Logo após a medida e o rebaixamento da nota de crédito da dívida americana, houve muita volatilidade e a operação deixou de ser lucrativa. Passada a turbulência, a especulação voltou a ficar atraente, mas ninguém está disposto a montar novas apostas tanto pela volatilidade ainda elevada no mundo quanto pelo temor de que a alíquota do IOF possa ser elevada (o máximo previsto em lei é 25%).

 

 

 

 

Agenda do Investidor

Brasil Econômico   (redacao@brasileconomico.com.br

Para começar o seu dia bem informado, o Brasil Econômico On-line oferece para você a Agenda do Investidor.

É uma lista completa com o calendário, horário e descrição dos indicadores e eventos mais relevantes.

Vale lembrar que as informações abaixo foram fornecidas pelas instituições responsáveis pela divulgação de cada evento.

O Brasil Econômico On-line não se responsabiliza pelas alterações em datas e horários que não forem notificadas a imprensa.

 

CONFIRA OS EVENTOS E INDICADORES PREVISTOS PARA O DIA:

 

 

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08h00 | IGP-M | Agosto
Calculado periodicamente pela Fundação Getulio Vargas, o IGP-M é, atualmente, o índice utilizado para balizar os aumentos da energia elétrica e dos contratos de aluguéis.

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10h00 | S&P/Case-Shiller Home Price | Junho
O indicador denota a trajetória dos preços das casas nos EUA por meio de uma média móvel trimestral.

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11h00 | Consumer Confidence | Agosto
Índice do Conference Board é responsável por medir a confiança dos consumidores americanos.

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15h00 | Ata do Fomc
O Federal Reserve divulga a ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), que decidiu pela manutenção da taxa de juros nos Estados Unidos entre 0% e 0,25%.

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06h00 | Economic Confidence | Agosto
A Comissão Européia divulga a confiança dos consumidores na atividade econômica da Zona do Euro.

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06h00 | Industry Confidence | Agosto
A Comissão Européia divulga a confiança dos executivos na indústria da Zona do Euro.

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06h00 | Service Confidence | Agosto
A Comissão Européia divulga a confiança dos executivos no setor de serviços da Zona do Euro.

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06h00 | Consumer Confidence | Agosto
O indicador mostra o nível de confiança do consumidor na Zona do Euro.

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20h00 | GFK Consumer Confidence | Agosto
O indicador mede o nível de confiança do consumidor britânico sobre o futuro da economia local.

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20h50 | Industrial Production | Julho
Os investidores acompanham os números da produção industrial do Japão.

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Não está prevista a divulgação de indicadores econômicos

 

 

 

 

Carlos Slim amplia aposta no Brasil e investe R$ 10 bilhões

Fabiana Monte   (fmonte@brasileconomico.com.br)
30/08/11 08:14

 

Bilionário mexicano, dono da Claro, Embratel e Net, reforça rede de dados para faturar com novos serviços gerados pela internet móvel.

O grupo América Móvil, do bilionário mexicano Carlos Slim, investirá R$ 10 bilhões no Brasil entre 2011 e 2012, em suas controladas Claro, Embratel e Net. O montante é destinado à ampliação de rede e a ações para conquistar novos mercados.

Em janeiro, Slim já havia anunciado investimentos de R$ 4,17 bilhões no país até o fim de 2011. No segundo trimestre do ano, as operações da América Móvil no Brasil geraram receita de R$ 5,7 bilhões, representando 27,7% do faturamento da holding no período.

A Claro, cujo faturamento no segundo trimestre foi de R$ 3,1 bilhões,receberá investimentos superiores a R$ 3,5 bilhões até 2012 - boa parte destinada a expandir e aumentar a capacidade da rede da companhia.

Do total, R$ 1,92 bilhão será aplicado este ano. "Não é só para ampliar, mas para preparar a rede para serviços de dados, que têm registrado grande avanço e, espera-se, crescerão ainda mais", diz Márcio Nunes, diretor de plataformas e de rede da Claro.

A meta é ter 100% das estações rádio-base 3G (antenas usadas na rede de telefonia celular) conectadas a uma rede de transmissão com a tecnologia de fibra óptica que terá 89 mil quilômetros.Com isso, a Claro terá uma rede IP RAN. Essa tecnologia quadruplica a capacidade de transmissão e aumenta a qualidade do serviço. Hoje, 73% das estações rádio-base da Claro estão conectadas dessa forma.

"Nos pontos da rede em que já fizemos isso, a média de uso de dados subiu 40%, porque o cliente ganha uma capacidade maior da rede e pode usar aplicações que demandam mais, como baixar vídeo", conta Nunes.

4G

Com a nova estrutura, a rede de transmissão da Claro estará pronta para oferecer serviços de quarta geração de telefonia celular, cujo leilão deve ocorrer no próximo ano.

Já no 3G, o efeito imediato esperado é a maior qualidade de serviços como banda larga móvel. Mas a Claro estuda outras possibilidades.

"Posso fazer combinações de serviços móveis e fixo com mais facilidade para o cliente." Um exemplo é incentivar o uso de redes sem fio Wi-Fi em residências, para que o cliente navegue na internet a partir dessa rede quando estiver em casa. Para a operadora, o benefício é escoar o tráfego das antenas quando o assinante não estiver em trânsito.

"Utilizamos a mesma rede de transmissão para o Wi-Fi e para o 3G, porque temos que transportar o tráfego para o ponto central da minha rede", diz.

O executivo afirma não ter "definição de futuro" sobre a integração de Net, Claro e Embratel, mas admite que, com mais capacidade de rede e pensando nessa nova leva de ofertas, tecnicamente é possível prestar serviços integrados, como, por exemplo, assistir a um vídeo da Net pelo celular na rede Wi-Fi.

Nova geração de serviços

A rival Tim, que tomou a vice-liderança da Claro na semana passada, também tem uma estratégia agressiva para aumentar sua capacidade de rede. Uma das ações mais recentes foi a compra da AES Atimus, que tem 5,5 mil quilômetros de fibra óptica em 21 cidades de Rio de Janeiro e São Paulo.

Com essa rede, a Tim poderá aumentar a qualidade de seu serviço de banda larga móvel e entrar no segmento de internet fixa com alta velocidade, além de entrar em TV paga.

Para Nunes, o mercado de telecomunicações entrou em uma nova fase, na qual a infraestrutura é a grande estrela. "O Brasil tem hoje mais de 220 milhões de celulares. Ainda que este número possa crescer nos próximos anos, o grande avanço será no uso de serviços de dados. E para crescer em dados é preciso investir na infraestrutura da rede de transmissão."

 

 

 

 

 

Destaques Matinais - 30/08/2011

Destaques

Mercados nos EUA realizando parte dos ganhos das ultimas sessões. Europa operando sem direção clara definida, com investidores aguardando a divulgação da confiança do consumidor de agosto nos EUA.

Ásia

Acompanhando o otimismo mundial de ontem (29), hoje (30) os mercados asiáticos tiveram mais uma sessão no positivo. O composto da região encerrou o dia em alta de 1,0%. Investidores continuaram entusiasmados, aumentando as suas exposições a ativos de risco, com as declarações em Jackson Hole e com os dados sobre renda pessoal e gastos pessoais divulgados ontem nos EUA, esse último superando as expectativas do mercado, corroborando a visão de que talvez a situação econômica norte-americana não esteja tão caótica. Na Índia, os mercados também subiram, com o índice Sensex avançando 1,6%, após o governo divulgar que o PIB do país cresceu 7,7% no segundo trimestre na comparação anual, enquanto o mercado aguardava alta de 7,6%, mantendo assim pressão para alta dos juros locais a fim de conter a escalada da inflação. Na China, as ações caíram mais uma vez com receios de aperto no crédito às empresas.

Europa

Após forte alta registrada ontem (29), hoje (30) os futuros do S&P e os mercados na Europa operam em queda, com exceção de Londres, que ontem estava fechada devido a feriado local e por tanto hoje está se ajustando a alta de ontem. Investidores aproveitam para comprar mais ativos de risco, revertendo parte das perdas acumuladas nesse mês. No entanto, o mercado continua pressionado com a expectativa da divulgação de novos dados econômicos. Hoje conheceremos um importante dado, que ajuda a balizar a atividade econômica norte-americana, às 11h será divulgada a confiança do consumidor de agosto, que caso seja positiva, poderá sustentar as altas de sexta-feira (26) e ontem.

Manchetes dos Principais Jornais

O Estado de São Paulo – DILMA QUER ECONOMIZAR MAIS R$ 10 BI

Folha de São Paulo – DILMA QUER USAR 'EXTRA' DE R$ 10 BI PARA PAGAR JUROS

Valor Econômico – EMPRESAS JÁ NOTAM SINAIS DE DESACELERAÇÃO

The New York Times – IMPULSO DE TEMPESTADE PARA O NORTE DEIXA INUNDAÇÕES NO INTERIOR

The Wall Street Journal – EMPRESAS ESTRANGEIRAS AJUDARAM ESPIÕES DE GADHAFI

Fonte: Um Investimentos

Direto ao ponto: mesmo com reunião do Copom, Selic não é preocupação principal do dia

SÃO PAULO - Após a forte volatilidade marcada nas últimas semanas, o Ibovespa engatou uma segunda-feira (29) positiva e avançou 2,83%, aos 54.976 pontos. O índice acompanhou a melhora no humor internacional após a fusão de dois grandes bancos na Grécia e a divulgação de indicadores norte-americanos do setor imobiliário e de consumo em linha com o esperado. Por aqui, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, elevou a meta do superávit primário, sinalizando um possível corte da taxa de juros.

O Copom (Comitê de Política Monetária) inicia sua reunião nesta terça-feira (30), para anunciar na sessão seguinte o juro básico que irá vigorar até o dia 19 de outubro. Diante da deterioração da economia internacional, Mantega reforçou, na véspera, que busca meios de reduzir a Selic de uma forma mais rápida que o anteriormente previsto, para evitar que a economia nacional não desacelere com força demais.

As especulações acerca da decisão do Copom, entretanto, não são o principal ponto a ser avaliado neste pregão, diz o analista da Amaril Franklin, Eduardo Machado. Ele afirma que a confiança do consumidor norte-americano e a ata do Fomc (Federal Open Market Committee) devem sustentar as movimentações do dia.

Por sua vez, a expectativa para os indicadores locais é que o IGP-M traga mais uma alta, de 0,43%, contrariando a deflação de 0,12% na medição anterior, sem surpreender, já que os números do IPC e IPC-S já mostraram tendência de elevação, explica o analista.

Mais uma vez, volatilidade
O noticiário da última segunda-feira contrariou uma série de pregões instáveis para a bolsa brasileira, mas foi pontual. A fusão dos bancos gregos e mesmo o aumento do superávit primário brasileiro foram fatores que não costumam ser recorrentes no noticiário econômico, explica Machado. Desta forma, a expectativa é que a sessão volte a mostrar volatilidade, dada a conjunção do impasse político e econômico que atinge as economias desenvolvidas.

Fonte: InfoMoney

Citi revisa projeções para Zona do Euro e vê recessão na Itália e Espanha em 2012

SÃO PAULO - De acordo com o Citigroup, a economia da Zona do Euro deverá crescer menos do que o anteriormente esperado, e Itália e Espanha, duas das maiores economias do continente, deverão apresentar recessão em 2012, assim como Irlanda, Portugal e Grécia.

Os indicadores econômicos das principais economias do continente decepcionaram no segundo trimestre, de acordo com os economistas Michael Saunders, Jürgen Michels e Giada Giani. A equipe de análise lembra que a revisão da demanda doméstica europeia, resultado de um maior aperto fiscal no continente, e a deterioração do cenário externo também colaboram para a redução dessas estimativas.

Crise se espalha
Saunders, Michels e Giani lembram que a crise da dívida soberana tem se espalhado, atingindo Itália e Espanha, levando-a ao nível que o Citi alertara previamente: o momento em que a crise deprime as principais economias do continente.

Assim, Alemanha e França mostraram crescimento menor do que o esperado durante o segundo trimestre, embora parte dos fatores deva se reverter no terceiro trimestre, como lembra o Citi. Com isso, aumentam-se as preocupações acerca da França, que pode vir a experimentar problemas similares à Espanha e Itália. Dessa forma, o governo francês se junta ao italiano e ao espanhol na apresentação de medidas de austeridade para evitar o destino de Irlanda, Grécia e Portugal.

Já o BCE (Banco Central Europeu) deverá reagir esse cenário com a manutenção da taxa de juros até pelo menos o ano de 2013.

Fonte: InfoMoney

Bolsas da Ásia sobem após dados dos EUA

HONG KONG (Reuters) - As Bolsas de Valores asiáticas fecharam em alta nesta terça-feira, com dados do consumo pessoal nos Estados Unidos aliviando parte dos temores sobre a possibilidade de uma nova recessão econômica.

Porém, os volumes baixos e a incapacidade de sustentar os ganhos do início do pregão sugeriram uma falta de convicção geral entre os investidores sobre a duração da retomada nos mercados.

Os índices futuros dos EUA subiam após dados sobre o gasto do consumidor norte-americano, que registrou a maior alta dos últimos cinco meses em julho.

O mercado subiu 1,16% em Tóquio e 0,14% em Sydney. Ambos os índices saíram das máximas do dia, com operadores ajustando posições para aguardar mais dados sobre a economia dos EUA, como a confiança do consumidor em agosto e a ata da última reunião do Federal Reserve.

O índice MSCI da região Ásia-Pacífico com exceção do Japão subia 0,88%, mas ainda ruma para o pior resultado mensal desde outubro de 2008.

As ações listadas em Hong Kong do China Construction Bank avançaram mais de 4%, por notícias de que o Bank of America venderá cerca de metade de sua parcela no banco chinês. A Bolsa de Hong Kong fechou em alta de 1,71%.

O índice de Seul subiu 0,78% e a Bolsa de Taiwan avançou 0,90 por cento, enquanto o índice referencial de Xangai perdeu 0,38%.

O volume de negócios foi baixo, com uma série de mercados asiáticos fechados para feriado, como Cingapura, Malásia, Indonésia e Filipinas.

(Por Saikat Chatterjee)

Fonte: Uol

Crise mundial eleva busca por investimentos seguros

A corrida por ativos reais começou. Com a instabilidade nos EUA e na Europa, cresce a demanda por investimentos considerados seguros, como imóveis e ouro.

Aplicar em imóveis, porém, exige um grande volume de recursos, especialmente com a alta de preços no Brasil. Já a compra de ouro pode ser difícil para iniciantes.

Por conta disso, ganham espaço investimentos em fundos lastreados nesses ativos.

O número de cotistas nos fundos imobiliários cresceu 37,6% entre dezembro de 2010 e junho último, segundo a BM&FBovespa.

Santander, Banco do Brasil, Itaú e HSBC reforçaram a venda de fundos de ouro -o metal atingiu na terça-feira o recorde de R$ 96,50 o grama.

"Momentos de crise são benéficos para a captação dos nossos fundos", diz José Alves, sócio da TRX Realty, gestora de fundo imobiliário.

"Com um fundo, você tem a possibilidade de investir em imóveis com uma poupança menor", diz Carlos Martins, responsável pela área na Kinea, gestora ligada ao Itaú.

Além de diversificar a aplicação em imóveis com poucos recursos (há fundos a partir de R$ 10 mil), o rendimento é isento do IR -há taxação sobre o ganho de capital só na hora de vender a cota.

Quem compra imóveis tem o consolo de, se tudo der errado, ter o bem "em mãos".

"O investidor não é proprietário, ele trocou o tijolo pela cota", diz Martins.

"Imóvel sempre valoriza e rende aluguel. Tem de procurar lugares onde a oferta é menor do que a procura", diz a corretora Ligia Zaborowiski.

Ela comprou apartamento de 54 m², avaliado em R$ 700 mil, na avenida Juscelino Kubitschek (zona sul de São Paulo), que ficará pronto em 2014. Espera perto de R$ 10 mil por mês com a locação para executivos (1,42% ao mês, ou 148% do CDI, taxa que nenhuma aplicação paga).

O Santander tem um fundo de investimento em ouro aberto para clientes do "private". A aplicação começa em R$ 50 mil. O fundo tem capital protegido -permite ganhar na alta e na baixa.

"Investir em ouro diretamente é muito difícil. Nosso fundo ainda tem a garantia do capital. A contrapartida é a falta de liquidez. Quem coloca o dinheiro tem de ficar 12 meses sem resgate", diz Aquiles Mosca, superintendente do Santander.

"Ouro é o hedge [proteção] do mundo quando as coisas não vão bem. Comprar fundo pode ser bem prático, mas tem de ficar de olho no custo", afirma Amyra El-Khalili, ex-operadora de ouro da antiga BM&F.



Fonte: Folha.com

Empresa de Eike estima produzir 2,5 milhões de m³ de gás na Bacia de Santos

SÃO PAULO - A OGX concluiu o teste de formação no poço OGX-47, denominado Maceió, localizado na Bacia de Santos. Segundo a empresa de petróleo e gás do grupo EBX, de Eike Batista, os resultados desse teste, com três intervalos produtores, apontam para um potencial produtivo de 1 milhão de metros cúbicos de gás por dia em poço vertical, podendo atingir até 2,5 milhões de metros cúbicos por dia em poço horizontal.

"Foi confirmada, além da presença de gás, a existência de condensado de aproximadamente 50° API que deve ser responsável por cerca de 20% do volume de hidrocarbonetos dessa estrutura", diz a OGX, em nota divulgada ao mercado.

Conforme a companhia, o teste concluído hoje pode indicar a existência de um importante pólo de gás e condensado na região, em conjunto com as acumulações de Natal (OGX-11), que será o próximo poço a ser testado, e Aracaju (OGX-19), que será testado em um plano de avaliação de descoberta.

"Esse é o primeiro de uma série de testes, com obtenção de importantes dados de produtividade de reservatórios areníticos e representa a evolução da companhia para aprimorar o entendimento da bacia e iniciar o desenvolvimento dessa área", comentou o diretor da OGX, Paulo Mendonça.

O poço Maceió está localizado no bloco BM-S-59, em que a OGX detém 100% de participação. As atitivades de perfuração foram iniciadas em maio deste ano.

(Ana Luísa Westphalen | Valor)

Fonte: Uol

Renault faz acordo recorde, dá aumento de 20% e abono de R$ 62 mil

Os metalúrgicos da montadora Renault, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba (PR), aprovaram na tarde desta segunda-feira (29) o maior acordo salarial do setor privado no país.

O aumento real acumulado no salário dos trabalhadores será de 20,19%, além de pagamento de R$ 61,5 mil referentes a abono e PLR (participação em lucros e resultados). Os pagamentos serão parcelados em três anos.

O índice de 20,19% será pago escalonadamente entre 2011 e 2013. Neste ano, serão pagos 2,5% de aumento real mais 100% do INPC acumulado nos últimos 12 meses, aplicados em setembro. O restante será pago em 2012 e 2013. Os R$ 61,5 mil de PLR e abono também serão divididos em três anos (de 2011 a 2013).

De acordo com o Dieese, esse é o maior acordo já feito entre patrões e empregados do setor privado no país. "De fato é o maior acordo de PLR do setor privado no país, superando o da própria montadora Volvo, celebrado em Curitiba neste ano, e que previu PLR de R$ 15 mil para cada trabalhador", afirmou o economista Cid Cordeiro, do Dieese no Paraná.

Cordeiro lembra que acordos com metalúrgicos da Volvo e Renault estão sendo possíveis diante do "aquecido mercado interno" registrado pelo setor automotivo.

"Um mercado automotivo mantém a produtividade das fábricas em alta. Isso gera um lucro enorme para as montadoras, o que faz com que os sindicatos de trabalhadores se dirijam à mesa de negociações para buscar sua parte nos lucros", disse Cordeiro.

Haverá uma injeção de R$ 343 milhões na economia paranaense nos próximos dois anos, segundo cálculo do Dieese.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, Sergio Butka, disse que a modalidade de acordo na Renault será seguida em outras negociações, sempre prevendo os prazos mais longos.

A Renault emprega 5.700 funcionários e produz na unidade paranaense os modelos Sandero, Sandero Stepway, Logan e Grand Tour. O mercado interno representa 60% do faturamento, e o restante é destinado às exportações.

Fonte: Uol

Bancos lucram R$ 25 bilhões e lideram ganhos no 1º semestre

Os bancos foram os que mais lucraram no primeiro semestre do ano entre empresas com ações na Bolsa de Valores. Segundo levantamento da consultoria Economatica, o lucro líquido dos bancos chegou a R$ 24,9 bilhões, um aumento de 19% em relação ao mesmo período do ano passado, quendo atingiu a R$ 21 bi.

Os ganhos dos bancos são quase cinco vezes maior do que o de todas as empresas do setor de telecomunicações e quase dez vezes o do setor de construção.

As empresas do setor de petróleo e gás, com ganhos de R$ 21,9 bi, ficaram na segunda colocação. Apenas a Petrobras responde por mais de 90% do lucro total deste setor (R$ 21,5 bi).

As empresas de mineração ficaram logo a seguir, com lucro de R$ 21,8 bilhões. Apenas o lucro da Vale foi de R$ 21,5 bi no primeiro semestre.

Dos 24 setores listados pela Economatica, somente o de eletroeletrônicos teve prejuízo no período. As perdas chegaram a R$ 289 milhões.

O lucro das 335 empresas brasileiras com ações na Bolsa de Valores foi de R$ 108,9 bilhões no primeiro semestre. O valor é 29,8% superior ao do mesmo período do ano pasado (quando o lucro foi de R$ 83,9 bi).

Fonte: Uol

Governo anuncia economia extra de R$ 10 bi para enfrentar crise

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou aumento da meta de superavit primário para este ano. Superavit primário é quanto o governo consegue economizar para pagar sua dívida. A meta de economia neste ano para a União foi aumentada em R$ 10 bilhões, disse o ministro. A meta da União até então era de R$ 81,7 bilhões e passou agora para R$ 91,7 bilhões.

A medida foi adotada em razão da crise econômico-financeira global e dos efeitos que ela pode ter sobre a economia brasileira.

"Temos no horizonte uma recessão nesses países [desenvolvidos]. Por mais que países emergentes como o Brasil estejam preparados para essa situação, não somos imunes às consequências desse cenário recessivo. A economia mundial nos próximos dois anos vai crescer menos."

Mantega disse que os programas sociais e prioritários do governo não serão atingidos.

Com mais economia, juros podem subir menos, diz Mantega

O ministro disse que o aumento da economia também permitirá que os juros caiam. "Abre espaço para queda da taxa de juros, quando o Banco Central entender que é possível."

A taxa básica de juros (Selic) é definida pelo BC. Na quarta-feira desta semana, o BC definirá a taxa para os próximos 45 dias. Hoje a taxa está em 12,5% ao ano.

"Isso [reduzir juros] não significa descuidar da inflação. É uma preocupação permanente do governo. No curto, médio e longo prazos, essa atitude de fortalecer nossa situação fiscal visa abrir espaço para redução de juros. Quando isso acontecer, nosso gasto [menor] com juros permitirá aumentar os gastos com investimento. Mas esse é um projeto de médio e longo prazos", declarou Mantega.
Incentivos para a indústria foram anunciados no começo do mês

No começo deste mês, o governo anunciou um outro pacote contra os efeitos da crise. Foi um conjunto de incentivos para a indústria, chamado de Brasil Maior, com objetivo de reduzir custos da produção das empresas em R$ 25 bilhões no próximos dois anos. As medidas incluíram a isenção da alíquota de 20% do INSS de setores afetados pela queda do dólar, como confecções, calçados, móveis e softwares.

Outras mudanças anunciadas no começo do mês foram a criação de um fundo de financiamento à exportação, um projeto-piloto para desonerar a folha de pagamentos em setores com mão de obra intensiva, além de um regime tributário especial para o setor automotivo.

O governo também havia anunciado que pretende elevar a taxa de investimento sobre o Produto Interno Bruto (PIB) de 18,4% em 2010 para 22,4% ao final do plano de política industrial.
Em julho, governo criou taxa contra a queda excessiva do dólar

Antes, no fim de julho, o governo adotou outras medidas para tentar conter a queda do dólar. Foi criada uma taxa de 1% sobre as operações de derivativos cambiais feitas por investidores brasileiros e estrangeiros no país. Mas, se for necessário, o governo pode aumentar essa taxa até 25%.

Todas as operações realizadas entre empresas (chamadas de balcão, quando nenhuma autoridade é informada) terão de ser registradas em órgãos oficiais. Os derivativos cambiais considerados especulativos vão pagar imposto de 1% imediatamente. Esse imposto pode subir até 25% se as medidas não adiantarem.

Segundo analistas, as medidas para tentar segurar a queda do dólar vão atuar sobre o mercado futuro, com o objetivo de diminuir a especulação dos investidores.

Fonte: Uol

Wall Street resiste ao furacão e Dow Jones quase zera perda no ano

SÃO PAULO - Os Estados Unidos superaram o temido furacão Irene, que acabou fazendo menos estragos do que se imaginava. O balanço da tempestade e também o aumento dos gastos dos americanos no mês passado criaram um cenário otimista para os investidores voltarem às compras nesta segunda-feira.

O índice Dow Jones subiu 2,26%, para 11.539 pontos, e praticamente zerou as perdas acumuladas neste ano, que agora estão em -0,3%.

O Nasdaq avançou 3,32%, para 2.562 pontos; e o S&P 500 teve alta de 2,83%, aos 1.210 pontos.

Irene perdeu força ao chegar ao litoral e deixou prejuízos da ordem de US$ 2,6 bilhões, muito menos do que os US$ 14 bilhões estimados antes de sua passagem pela costa leste americana, quando ainda representava um furacão de nível 3.

Empresas diretamente afetadas pela tormenta, como seguradoras e companhias aéreas, acabaram registrando forte alta diante do enfraquecimento de Irene. Allstate subiu 8,5%, Metlife teve ganho de 5,9%, Hartford Financial Services disparou 13%, Jetblue avançou 7,1% e US Airways teve alta de 5,5%.

O mercado ainda relembrava o discurso de sexta-feira do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Ben Bernanke --que foi interpretado como um sinal de tranquilidade quanto à situação da economia americana--, quando um novo dado reforçou as expectativas positivas sobre o ritmo de recuperação do país.

O Departamento de Comércio revelou que os gastos pessoais dos americanos aumentaram 0,8% em julho, a maior alta em cinco meses. A renda, por sua vez, avançou 0,3% e a taxa de poupança recuou de 5,5% em junho para 5,0% no mês passado, num sinal de que as pessoas sentem-se levemente mais confiantes na economia. Economistas previam altas de 0,5% para os gastos e de 0,4% para a renda.

Outro destaque do dia foi o Bank of America. As ações subiram 8,1% depois que a instituição confirmou que vai vender metade de sua participação de 10% no capital do China Construction Bank (CCB). A operação deve render um ganho líquido de pouco mais de US$ 3 bilhões ao BofA, que usará o dinheiro para ampliar seu nível de capital Tier 1. Com isso, vai se afastando cada vez mais a possibilidade de o banco ter de realizar uma emissão de ações para atender às exigências de capital do Acordo de Basileia 3.

E da Europa veio o anúncio da fusão dos bancos EFG Eurobank Ergasias e do Alpha Bank, criando o maior banco da Grécia. Ambos acreditam que a consolidação com substanciais sinergias vai ter um papel vital na recuperação econômica da Grécia.

(Téo Takar | Valor, com agências internacionais)

Fonte: Uol

Analistas dizem que governo consegue economizar mesmo sem cortes

Mesmo sem fazer cortes de gastos, o governo deve conseguir uma boa economia nas contas públicas e atingir a nova meta de guardar mais dinheiro para pagar suas dívidas. A avaliação é de analistas ouvidos pelo UOL para comentar o anúncio do governo de novas medidas contra a crise econômica global.

O ministro Guido Mantega (Fazenda) disse nesta segunda-feira (29) que o governo fará uma economia extra de R$ 10 bilhões, elevando a meta de superavit primário para este ano. O superavit é a economia do governo para pagar a dívida pública.

No entanto, Mantega falou que não serão feitos novos cortes nos programas sociais e prioritários do governo. A economia seria atingida evitando-se novos gastos. Houve dúvidas entre os jornalistas presentes à entrevista de Mantega se isso seria possível.

Keyler Rocha, professor da Faculdade de Economia e Administração da USP (FEA-USP), diz que sim. "Mesmo que não haja corte de gastos, uma manutenção dos gastos atuais já representaria um corte, por conta da inflação", afirma.

O que se percebe é que o governo pretende segurar o aumento de gastos, mas não quer fazer nenhum corte de gastos, afirma Almir Pelói, sócio-diretor da Macro Auditoria e Consultoria.

"Na realidade, com a perspectiva do aumento das receitas, os gastos acabam acompanhando e subindo também", diz Pelói. "Se o governo conseguir segurar esse aumento de gastos, terá mais recursos para fazer investimentos e mobilizar a economia."
Anúncio feito pelo governo ajuda a acalmar investidores externos

O anúncio do governo de que fará uma economia extra de R$ 10 bilhões para enfrentar a crise global serve principalmente para acalmar os investidores externos e as agências de classificação de risco, segundo José Roberto Savoya, professor de Finanças da FEA-USP.

"Com certeza, para os investidores externos existe uma preocupação quanto à situação fiscal do Brasil, mais forte do que para aqueles que conhecem a realidade local", afirma Savoya

Savoya diz que é uma medida importante e ressalta que é preciso considerá-la em conjunto com as mudanças microeconômicas que estão sendo anunciadas no país, mas que não têm a mesma visibilidade no exterior.

Como exemplos, ele cita o controle da oferta de crédito para evitar uma bolha, controle da inflação e manutenção do crescimento.

"Esse conjunto vai abrir espaço para uma redução da taxa de juros de forma continuada", diz Savoya.
Nova meta deve ser atingida com facilidade, diz analista

O aperto de gastos deve ser atingido com alguma folga. A avaliação é do professor de Economia do Ibmec-RJ, Gilberto Braga.

"Mantidas as condições normais de temperatura e pressão, essa meta será facilmente atingida, do ponto de vista financeiro", diz Braga. O governo mudou a meta do superavit primário e se propôs economizar R$ 10 bilhões a mais neste ano do que o previsto inicialmente. O superavit é a economia do governo para pagar a dívida pública.

O governo federal registrou em julho um superavit primário de R$ 11,184 bilhões. Com isso, o governo cumpriu 81,78% da meta de 2011 que estava valendo até hoje (R$ 81,7 bilhões). Agora a meta passou para R$ 91,7 bilhões. Como o governo já estava adiantado na meta original, Braga avalia que deve ser fácil atingir os novos valores.

O professor diz que, com essa medida, o governo fica com uma margem maior para se defender de um eventual ataque especulativo e de um aumento do custo de sua dívida.
Prós e contras do superavit primário

Obter o superavit primário é importante para conter o aumento da dívida pública e evitar calotes no futuro.

A dívida pública é contraída, entre outras situações, quando o governo vende títulos para os aplicadores. Ele promete aos investidores pagar juros a mais no futuro, como acontece com qualquer outro investimento financeiro.

Se o governo não economizar, a dívida pode crescer muito e ele não tem como pagar. Isso caracterizaria o calote.

No entanto, fazer muito superavit primário não tem só esse lado bom de guardar dinheiro para pagar as dívidas. O governo realiza essa economia aumentando impostos e deixando de gastar, por exemplo, em investimentos em obras e serviços.

Fonte: Uol