16/06/2011

BC vê cenário melhor de inflação, mas reitera ajuste prolongado

O Banco Central apontou nesta quinta-feira que o cenário prospectiva
para a inflação deu sinais de melhora, mas reiterou que o ajuste da
política monetária por "período suficientemente prolongado" é a
estratégia mais adequada para cumprir a meta em 2012.

Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o BC
ponderou também que o nível de incertezas no ambiente econômico está
"acima do usual" e que a demanda interna ainda é robusta.

"O Copom pondera que, embora esteja em curso moderação, em ritmo ainda
incerto, da expansão da demanda doméstica, são favoráveis as
perspectivas para a atividade econômica", avaliou.

No encontro da semana passada, o BC confirmou as expectativas do
mercado financeiro e elevou o juro básico em 0,25 ponto percentual,
para 12,25% ao ano.

Pelo cenário de referência, com dólar a R$ 1,60 e Selic mantida no
patamar anterior de 12%, a projeção de inflação em 2011 recuou mas
ainda estava acima da meta central de 4,5%. No cenário de mercado, a
projeção também caiu mas seguia acima da meta.

Para 2012, a projeção manteve-se estável no cenário de referência e no
de mercado, acima do valor central da meta.

O BC elevou sua estimativa de reajuste dos preços de gasolina neste
ano para 4%, frente a 2,2% na reunião de abril.

Sobre o cenário externo, o Copom citou evidências de moderação das
principais economias, mas considera que a influência disso sobre a
inflação doméstica é "ambígua".

Na ata, o Copom também apontou que a política monetária é o
instrumento mais adequado para evitar que as pressões inflacionárias
se prolonguem e reafirmou que o poder dela "vem aumentando ao longo do
últimos anos".

"Embora reconheça que outras ações de política macroeconômica podem
influenciar a trajetória dos preços, o Copom reafirma sua visão de que
cabe especificamente à política monetária manter-se especialmente
vigilante para garantir que pressões detectadas em horizontes mais
curtos não se propaguem para horizontes mais longos", acrescentou.

(Por Daniela Machado)

Fonte: Uol

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