28/06/2011

Para Société Générale, "não" do parlamento grego contagiaria economia global

SÃO PAULO – Às vésperas da votação das Medidas Fiscais de Médio Prazo
(MTSF, na sigla em inglês) pelo parlamento grego e diante das
incertezas que assombram o mercado, o banco francês Société Générale
analisou as consequências de uma possível negativa às medidas de
austeridade a serem votadas no próximo dia 28 de junho.

Para Michala Marcussen, analista da instituição financeira, a
probabilidade de um "não" pelo parlamento da Grécia é menor (30%), mas
não deve ser desconsiderada. Nesse cenário, haveria não só uma
completa agitação política no país, como aumentaria a ameaça de
contágio de toda a Zona do Euro e do mundo.

Negativa suscitaria novas eleições
Uma negativa do parlamento bloquearia a próxima parcela de € 12
bilhões do pacote de ajuda firmado no ano passado e traria dúvidas de
como a Grécia conseguiria cumprir com seus compromissos entre julho e
agosto, sem contar que isso implicaria na não aprovação de um novo
socorro financeiro ao país, conforme afirmou o ministro das Finanças
alemão, Wolfgang Schäuble.

Segundo a analista, o país seria lançado em um vácuo político, com a
necessidade da convocação de eleições gerais. "Desta forma, a Grécia
teria que recorrer a papéis de curto prazo até a formação de um novo
governo e a votação de novas medidas fiscais a fim de receber um novo
pacote de ajuda financeira", avalia Marcussen.

Compra de títulos do governo
O banco francês acredita ainda que o contágio viria pelos mercados de
títulos do governo e de financiamento interbancário. Marcussen cita
que, nos dois casos, o Banco Central Europeu está em melhor posição de
responder com a reativação de seu Programa de Mercado de Valores
Mobiliários, com a compra de títulos do governo para oferecer liquidez
aos bancos.

Entretanto, a analista afirma que tais medidas devem ser eficazes
apenas contra tensões no curto prazo do mercado. A Zona do Euro
ficaria suscetível a ter mais países, como Espanha e até mesmo a
Itália, recorrendo ao Sistema Europeu de Supervisores Financeiros
(ESFS).

Fonte: InfoMoney

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