28/06/2011

Fusão Pão de Açúcar e Carrefour: analistas indicam ações, mas fazem alerta

Está tudo ainda no plano das ideias. Se a estratégia sair do papel, Pão de Açúcar e Carrefour virarão a mesma empresa. Isso porque o grupo de Abílio Diniz, apoiado pelo BNDESPar, fez uma oferta para o grupo francês. Querem unir forças no Brasil. Assim, a nova empresa, que por acaso se chamaria Nova Pão de Açúcar, seria metade do empresário brasileiro, metade dos franceses.

Há ainda alguns obstáculos. O Casino, que também tem sede na França, é dono de 37% do Pão de Açúcar e concorrente do Carrefour, já informou que se opõe à fusão. E também seria preciso aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), já que a varejista que nasceria teria cerca de 27% do mercado onde atua.

Em meio a toda esta questão está você, investidor. Se você já tem ações do Pão de Açúcar (PCAR4), deve comprar mais? E se não tem, compra correndo? Quais são as perspectivas para estes papéis para os próximos meses?

A euforia tomou conta dos analistas. "A fusão pode gerar ainda mais valor para o Pão de Açúcar e ainda mais poder de expansão", diz o analista de investimentos da TOV, André Mello.

E o Cade? "Ninguém sabe o que pode acontecer, mas provavelmente não deverá haver problemas com o Cade", afirma Mello.

A corretora SLW também sugere que os investidores comprem as ações do Pão de Açúcar. "Há potencial de valorização com a fusão", diz Cauê Pinheiro, analista da SLW. Se bem que, se todo mundo começar a comprar, tendo ou não fusão, os papéis vão disparar. "Isso é verdade. Mas já havia um potencial de ganho com essas ações, mesmo antes da fusão", afirma Pinheiro.

Mesmo a troca das ações PN por ON do grupo brasileiro anima os analistas. Funcionaria assim: caso a fusão seja aprovada, a Nova Pão de Açúcar teria apenas ações ordinárias no mercado. Então, haveria a troca de uma ação ordinária da antiga empresa para uma da atual. E cada 0,95 PN passaria a valer uma ON. "Mesmo assim é vantajoso. Todos teriam direito de votar nas assembleias", diz Pinheiro.

Quanto perder

Para o professor de mercado de capitais da CMA, André Machado, é preciso conhecer os riscos de se comprar estes papéis neste momento. "Pode ser que haja alguma correção nos preços destes papéis. Quem entrar agora deve saber o quanto está disposto a perder", afirma Machado.

Mesmo assim, Machado afirma que o papel que está por volta de R$ 72,50 pode chegar a R$ 88,50 em três meses ou menos. "Sou grafista, e as projeções mostram esta possibilidade", diz.

Fonte: Uol

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