30/06/2011

Direto ao ponto: em dia de fim do QE2, agenda dos EUA pode ditar o rumo da sessão

SÃO PAULO - A aprovação do plano de austeridade grego na última
quarta-feira (29) alavancou as bolsas norte-americanas e europeias.
Por aqui, no entanto, o Relatório Trimestral de Inflação sinalizou que
o Banco Central espera que o indicador volte para o centro da meta, de
4,5%, somente em 2013. Com os investidores locais temorosos, o
Ibovespa descolou-se e fechou em leve alta de 0,05%, aos 62.333
pontos.

"Com a questão do financiamento grego resolvida, ao menos pelos
próximos dois anos, e a sinalização de apoio dos bancos franceses e
alemães ao país, os fundamentos do mercado voltam a ser deslocados
para a avaliação das ações", diz o estrategista-chefe da CM Capital
Markets Brasil, Luciano Rostagno.

Números de Chicago podem ditar rumo do pregão
A agenda econômica desta quinta-feira traz a Pesquisa Industrial de
junho e a nota de Política Fiscal do Banco Central no cenário
doméstico. Nos Estados Unidos, os pedidos de auxílio-desemprego na
última semana e o Índice de Atividade de Chicago em junho são os
principais indicadores, embora o consenso de mercado traga a
expectativa de estabilidade para ambos quanto à medição anterior.

"No último mês de junho, as unidades regionais do Federal Reserve
mostraram forte piora na produção industrial. Desta forma, os números
da unidade de Chicago do Fed podem ditar a direção do mercado no
pregão", afirma Rostagno. Mais do que isso, ele acredita que nos
próximos dias o foco do mercado segue na Europa e nas bolsas externas.

Quantitative Easing termina nesta quinta
Termina nesta quinta o Quantitative Easing 2 - a segunda versão do
programa de aquisição de ativos do Federal Reserve -, responsável pela
injeção de US$ 600 bilhões na economia norte-americana desde meados de
2010. Daqui em diante, o governo Dos Estados Unidos deve observar
atentamente o desempenho dos setores de emprego, moradia e
commodities, para avaliar a forma com que economia caminhará com as
próprias pernas.

Pouca volatilidade ou temores tendem a ser gerados por conta do
evento, diz o estrategista, já que seu término foi repetidamente
confirmado pelo Federal Reserve nas atas dos últimos meses.

Chance de realização, mas sem deixar tendência de alta
Após três dias seguidos no positivo, o benchmark brasileiro acumula
ganhos de 2,16% na semana. "Com a forte alta, o investidor pode
aproveitar para colocar algum dinheiro no bolso, o que resultaria em
um movimento de realização", diz Rostagno. Ele ressalva, no entanto,
que a tendência de alta não deve se inverter no curto prazo.

Fonte: InfoMoney

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