28/06/2011

Duke e GDF Suez assinam acordo para negociar fusão

A International Power GDF Suez e a Duke Energy assinaram um acordo de exclusividade na negociação dos ativos da empresa americana na América Latina. O negócio que está sendo costurado é uma possível fusão dos ativos das duas companhias na região que resultaria em uma geradora com mais de 15 mil MW de capacidade instalada e valor de mercado estimado em R$ 30 bilhões. A Suez ficaria com uma participação de 60% a 70% na companhia resultante da união e a Duke Energy Internacional com o restante, entre 30% e 40%.
Segundo fontes próximas às negociações, não está ainda certo que os ativos da Tractebel façam parte desse acordo. A subsidiária do grupo europeu é a maior geradora privada do Brasil e valia ontem R$ 18 bilhões na Bolsa de Valores de São Paulo. A capacidade instalada de suas usinas soma cerca de 6 mil MW.
No Brasil, a Suez ainda é dona da concessão da usina de Jirau, onde detém 51% da sociedade. No restante da América Latina, o grupo europeu tem um parque gerador já instalado de 3.170 MW e está construindo usinas que terão cerca de 1.200 MW de potência.
Mesmo que a Suez não inclua seus ativos brasileiros na negociação, todos os ativos da Duke na América Latina estão sendo negociados. Isso inclui a Geração Paranapanema, que tem um valor de mercado de R$ 4 bilhões e foi adquirida pelos americanos no fim da década de 90 no processo de privatização da estatal paulista Cesp. Em toda a América Latina, a Duke Energy International é dona de um parque com capacidade instalada de 4.500 MW, sendo que mais da metade está sob o guarda-chuva da Paranapanema.
Desde a privatização, a Duke não fez nenhum novo investimento relevante no país. Nem mesmo a expansão prevista no edital de privatização, que deveria ter sido feita até 2008, foi realizada até agora. Essa inércia, e também a crise financeira mundial, já levou a companhia a tentar vender seus ativos fora dos Estados Unidos.
Há dois anos, alguns grupos brasileiros negociaram a compra da empresa, mas o negócio não foi concretizado principalmente porque envolvia os ativos fora do Brasil. Naquela época, a empresa então elegeu uma nova presidente para a Duke Energy International, que reúne os ativos da empresa fora dos Estados Unidos. A brasileira Andréa Bertone assumiu a operação e no Brasil também indicou um novo presidente: Armando Henriques. A principal missão do executivo hoje é cumprir o edital de privatização do governo de São Paulo com investimentos estimados em R$ 2 bilhões para a construção de uma usina termelétrica movida a gás natural.
No início deste ano, os americanos reabriram o processo para a venda dos ativos latino americanos. Vários investidores foram chamados a analisar o negócio. A proposta da GDF Suez foi a que mais interessou e por isso as duas companhias estão negociando em "regime de exclusividade". Quando dois grupos fazem esse tipo de acordo, na maior parte das vezes, o negócio é fechado depois de um prazo que varia entre um e dois meses. A International Power GDF Suez é ainda conhecida no Brasil apenas como GDF Suez. A empresa franco belga fez associação com o grupo inglês no ano passado, criando uma gigante mundial com mais de 70 mil MW de capacidade instalada. Só com a Tractebel o grupo faturou líquido no ano passado R$ 4 bilhões.
A Duke informou por meio de assessoria de empresa que não comenta rumores de mercado. Os executivos da GDF Suez não estavam disponíveis até o fechamento desta edição.

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