30/06/2011

PDG consegue aprovar remuneração dos executivos

De São Paulo
30/06/2011


A construtora PDG conseguiu fixar a remuneração dos seus administradores em R$ 30 milhões neste ano. Em abril, a mesma proposta salarial tinha sido vetada pelos acionistas da empresa, que seguiram orientação de consultorias internacionais de recomendação de voto.
A proposta foi aprovada com voto favorável de 98,25% dos presentes na assembleia realizada na terça-feira.
No encontro anterior, cerca de 60% dos acionistas tinham dado voto contrário, um fato inédito desde que passou a vigorar, em 2010, a Instrução nº 480 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que obriga as empresas a divulgar a remuneração dos executivos.
Na época, consultorias como a Institutional Shareholder Services (ISS) e a Glass Lewis recomendaram aos acionistas que votassem contra a sugestão de remuneração apresentada pela companhia.
Essas consultorias desaprovam o fato de a PGD se apoiar na liminar judicial obtida pelos associados à regional Rio do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef-Rio) para não publicar detalhes da sua política de remuneração.
Segundo o presidente da PDG, José Antônio Grabowsky, os acionistas seguiram orientação das consultorias na primeira assembleia sem saber exatamente os critérios utilizados por essas empresas. "Tivemos conversas com os acionistas para esclarecer o quão prejudicial seria para a PDG permanecer sem aprovar a remuneração", conta.
Ainda segundo Grabowsky, a própria consultoria ISS alterou sua recomendação, após a PDG esclarecer que só não detalha os salários "para preservar a segurança dos executivos".
Os R$ 30 milhões aprovados não incluem despesas com opção de compra de ações. Apesar de o mesmo teto ter sido estipulado pelos acionistas em 2010, a remuneração de diretores e conselheiros reconhecida no resultado da PDG no ano passado foi de R$ 55 milhões, sendo R$ 35 milhões em opções de compra de ações, R$ 17,9 milhões em participação nos lucros e R$ 2,3 milhões de salário fixo.
Com as novas regras impostas pela Lei Dodd-Frank, aprovada nos Estados Unidos em 2010, os investidores de companhias americanas passaram a poder opinar sobre os valores de remuneração dos executivos, ainda que sem poder alterá-los. (MF)

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