30/06/2011

Investimentos de milionários estão mais conservadores do que antes da crise

SÃO PAULO - Ao final de 2010, 43,5% dos investimentos dos milionários
do mundo estavam alocados em modalidades mais conservadoras, como
renda fixa, por exemplo. De acordo com relatório do banco de
investimentos norte-americano Merrill Lynch, em conjunto com a
consultoria Capgemini, as alocações estão ainda mais conservadoras do
que antes da crise de 2008.

"O fato de os milionários ainda manterem boa parte de suas aplicações
em modalidades de menor risco demonstra claramente os efeitos da crise
na cabeça do investidor", afirma o relatório.

Incertezas
Segundo o levantamento, estes investidores ainda não têm certeza da
estabilidade do mercado e do final da crise e ainda temem o que pode
acontecer.

De acordo com a psicanalista Vera Rita de Mello Ferreira,
representante no Brasil da Iarep (International Association for
Research in Economic Psychology), a experiência do "estouro da bolha"
foi marcante. "Muitos perderam ou souberam de pessoas próximas que
perderam e agora ficam com receio de arriscar", afirma. "É um típico
exemplo de aversão à perda", completa.

Preservação de capital
Ainda segundo o relatório, os milionários estão mais focados em
atingir sonhos do que simplesmente ver o dinheiro crescer. Assim,
diante das incertezas, estão mais preocupados com a preservação do
capital para atingir essas metas e têm evitado mais riscos.

Para o planejador financeiro Mauro Calil, fundador do Centro de
Estudos e Formação de Patrimônio Calil&Calil, manter um alocação
conservadora pode até ser uma forma de preservar patrimônio, mas não
elimina os riscos, apenas os minimiza. "Outras atitudes para mitigação
podem e devem ser consideradas, como estabelecer hedge para as
posições, aumentar a diversificação ou mesmo investir pequenas
quantias em negócios novos e de setores ascendentes", indica.

"Ninguém é milionário por acaso. Mudar o pensamento pode significar
readequá-lo a novas realidades. Ou seja, novos tempos nas finanças
implicam em realinhar os investimentos. Isso é natural", finaliza.

Fonte: InfoMoney

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