02/06/2011

CCX não deve entrar na Bolsa antes de maio de 2012, diz Eike Batista

RIO - As descobertas de jazidas e o consequente aumento do valor dos ativos de carvão metalúrgico da MPX na Colômbia contribuem para adiar a abertura de capital da CCX, subsidiária da MPX que controla os ativos de carvão no país sul-americano.

O controlador do grupo EBX, Eike Batista, afirmou que o lançamento de ações da CCX em São Paulo, Bogotá e Londres não deverá acontecer antes de maio do ano que vem.

A MPX havia anunciado em fevereiro que abriria o capital da CCX no fim deste ano ou início de 2012, mas hoje Eike ressaltou que novas descobertas nas áreas que a companhia controla no país sul-americano contribuíram para adiar a estreia da nova empresa em Bolsa.

"[A MPX] Vai descobrindo mais, vai se surpreendendo porque o negócio é maior e atrasa [a abertura de capital], porque não temos pressa por capital. Com a espera, estou criando mais valor", disse Eike, que participou do Rio Investors Day, no Rio de Janeiro. "A gente estava pensando em fazer no primeiro trimestre [de 2012], e hoje eu já diria que não será antes de maio do ano que vem", acrescentou.

Eike informou que o mesmo raciocínio se aplica para a AUX, criada a partir da compra da canadense Ventana Gold e que vai ser o braço de exploração de ouro da EBX.

O empresário também ressaltou a importância da agregação de valor para a OGX com a contínua perfuração de poços e lembrou que a companhia pretende chegar a 2015 produzindo 730 mil barris diários de óleo, saltando para 1,4 milhão de barris por dia em 2020, com base apenas no que a empresa tem no portfólio atualmente. Para tanto, investirá US$ 40 bilhões no período.

Segundo ele, a companhia poderá gerar até US$ 60 bilhões em receitas em 2020 com a exportação de petróleo.

Eike informou ainda que a OGX vai iniciar no segundo semestre a perfuração de poço em parceria com a Perenco no litoral do Espírito Santo. O empresário acrescentou que tem interesse na 11ª Rodada de Licitações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), mas ponderou que ainda não sabe de detalhes sobre a participação, uma vez que não foram definidas as áreas que serão oferecidas.

O empresário também considerou como "campanhas políticas" as manifestações contrárias à construção do Superporto do Açu, em São João da Barra, no norte do Estado do Rio de Janeiro.

"Não quero definir quem é e para mim não interessa definir quem é. O importante é que estamos fazendo. No Brasil, por serem forças de interesses diferentes, vai se buscar uma causa, uma razão para arrumar um problema", disse.

"Não me meto em política. A gente faz o que nos cabe. O que me cabe é fazer a coisa certa, então eu faço a coisa certa", acrescentou, afirmando que construirá casas entre 70 metros e 100 metros quadrados para a população local, que no mês passado fechou uma estrada de acesso ao porto para criticar a política de desapropriação comandada pelo governo do Estado.

(Rafael Rosas | Valor)

Fonte: Uol

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