voltou a penalizar o Ibovespa, que fechou esta quarta-feira (1) em
queda de 1,87%. A tímida recuperação que o índice esboçou na véspera
teve um golpe com os indicadores ruins divulgados nos EUA. Assim, o
benchmark fechou em 63.411 pontos, com giro financeiro foi de R$ 5,92
bilhões.
A baixa não é exclusividade da bolsa brasileira. Na Europa, as bolsas
recuaram após dados mostrarem a desaceleração da atividade industrial
na China e na Zona do Euro. Os principais índices acionários
norte-americanos também sentiram a pressão com os indicadores abaixo
do esperado no país, e ampliaram as quedas após a Moody's reduzir o
rating para a dívida soberana da Grécia de B1 para Caa1, mantendo a
perspectiva negativa para a nota.
Segundo a instituição, em um horizonte de cinco anos, metade dos
países e entidades sob o rating Caa1 cumpriram suas obrigações de
dívida, enquanto a outra parte optou pelo default - o que indica que a
Moody's vê 50% de chance de a Grécia dar o temido calote em seus
credores.
Destaques do Pregão
A sessão foi predominantemente negativa, com apenas cinco ações do
índice escapando da pressão baixista. A JBS (JBSS3) teve a segunda
maior queda diária dentre todos os papéis que compõem o Ibovespa. O
HSBC cortou a recomendação para as ações da empresa para neutra.
Em meio a uma pesada queda do petróleo, as ações da OGX Petróleo
(OGXP3) tiveram a maior baixa do dia. Eike Batista revelou em
seminário no Rio Investors Day que a empresa pode gerar US$ 30 bilhões
em exportações até 2015, e um acumulado de US$ 60 bilhões até o final
da década. Tal montante seria possibilitado pela negociação para o
mercado externo de 160 mil barris de petróleo por dia.
No campo positivo, a Cielo (CIEL3) subiu 0,51%, após ter informado que
suas ADRs (American Depositary Receipts) começaram a ser negociadas
nesta quarta no OTCQX International Premier, segmento mais alto do
mercado de balcão norte-americano.
Além disso, a Hypermarcas, que sofreu forte queda de 29% no mês de
maio, passa por pequeno movimento de correção, subindo tímidos 0,34%
no pregão. O HSBC ainda está cético com a capacidade de recuperação do
capital de giro no curto prazo, principalmente em decorrência dos
elevados estoques, e cortou o preço-alvo da empresa.
Queremos participação latino-americana
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, continua defendendo maior
participação latino-americana no FMI (Fundo Monetário Internacional).
Após reunir-se com o presidente do Banco Central mexicano e candidato
ao cargo de diretor-gerente do FMI, Augustin Carstens, o ministro
reafirmou sua posição. "Queremos sim uma participação maior nos cargos
de direção do fundo monetário porque isso daria um protagonismo maior
para os países latinoamericanos e emergentes de modo geral", afirmou
em entrevista coletiva.
Agenda
Por aqui, o dia foi fraco de referências econômicas. A FGV (Fundação
Getulio Vargas) divulgou o resultado da última semana de maio do
IPC-S, que registrou taxa de 0,51%, 0,45 ponto percentual menor que a
registrada na semana imediatamente anterior. A queda no índice foi
pressionada principalmente pelos preços na Alimentação e nos
Transportes.
Lá fora, contudo, a agenda foi cheia. Nesta quarta, o Departamento de
Comércio dos EUA revelou que os gastos com construção civil subiram
0,4% em abril, enquanto o mercado projetava recuo de 0,5% para o mês.
Já o Institute for Supply Management mostrou que, em maio, o ISM
Index, que mede o nível de atividade industrial, atingiu 53,5 pontos,
enquanto as expectativas do mercado indicavam 57,6 pontos. Por fim, o
ADP Employment Report mostrou que foram abertas 38 mil vagas no setor
privado do país em maio, resultado muito inferior às expectativas de
170 mil vagas.
Na Europa, o clima também foi de decepção com os indicadores. A Markit
Economics anunciou que o PMI (Purchasing Manager's Index) da Zona do
Euro registrou uma desaceleração da atividade econômica, a maior queda
desde novembro de 2008, na pontuação mínima de sete meses. A
desaceleração da atividade industrial foi observada também na China,
cujos dados mostraram recuo em abril para 52,0 pontos.
Dólar
O dólar comercial quebrou a sequência de quatro quedas e registrou
forte alta de 1,01% nessa quarta-feira, cotado a R$ 1,596 na venda,
após a divulgação de indicadores dos Estados Unidos e da balança
comercial do Banco Central e com o fim da pressão da formação da taxa
Ptax.
A autoridade monetária brasileira realizou dois leilões para compra de
dólares no mercado à vista. A primeira operação, que teve início às
12h15 (horário de Brasília) e término às 12h20, contou com taxa de
corte aceita em R$ 1,5854, enquanto a segunda operação – que ocorreu
das 15h42 até as 15h47 – contou com taxa aceita em R$ 1,5885.
Fonte: InfoMoney
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