01/06/2011

Dólar encerra sequência de quatro baixas, e vai a R$ 1,596

O dólar comercial fechou em alta de 1,01% nesta quarta-feira (1º),
cotado a R$ 1,596 na venda. Com isso, a moeda norte-americana encerra
uma sequência de quatro quedas seguidas, tendo desvalorização de 3,01%
no período.

Desde sexta-feira (27), o Banco Central (BC) voltou a realizar dois
leilões de compra de dólares por dia no mercado à vista. As taxas
aceitas hoje foram de R$ 1,585 e R$ 1,589. A medida busca elevar a
cotação da moeda.

O dólar refletiu o aumento da aversão a risco no exterior, após dados
decepcionantes de atividade econômica nas principais economias do
mundo.

Vários indicadores decepcionaram os investidores. Nos Estados Unidos,
a fraqueza do mercado de trabalho foi reiterada pela criação de apenas
38 mil postos de trabalho no setor privado em maio, bem abaixo da
previsão de analistas de abertura de 175 mil vagas. Além disso, o
índice do setor manufatureiro caiu ao menor nível desde setembro de
2009.

No resto do mundo, o índice PMI da China sobre a atividade
manufatureira apurado pelo HSBC ficou em 51,6 em maio, menor patamar
em 10 meses. Já a leitura preliminar de maio do índice Markit sobre a
atividade manufatureira da zona do euro foi revisada de 54,8 para 54,6
na apuração final, menor número desde outubro do ano passado.

Além disso, no fim da tarde, a agência de classificação de risco
Moody's reduziu a nota da Grécia em três graus, a "Caa1", indicando
uma chance de cerca de 50% de um calote.

No Brasil, dados sobre o fluxo cambial ajudaram a explicar a recente
alta nos juros locais em dólares, o cupom cambial. De acordo com o
Banco Central, em apenas quatro dias --de 24 a 27 de maio-- saíram US$
2,7 bilhões em termos líquidos do Brasil, diminuindo o saldo positivo
do fluxo cambial no mês a US$ 5,626 bilhões.

A diminuição da oferta de dólares no mercado à vista normalmente é
associada a um aumento do cupom cambial, já que cria uma maior
demanda por financiamento em dólares para cobrir posições vendidas na
moeda norte-americana.

"Os últimos dados mostram uma deterioração, na margem, das posições
técnicas no mercado de câmbio", escreveu Diego Donadio, estrategista
de câmbio e juro na América Latina para o BNP Paribas, estimando
posições vendidas de pouco mais de US$ 10 bilhões dos bancos no
mercado à vista.

Na terça-feira, o Banco Central fez dois leilões para rolagem de swap
cambial reverso, mas não vendeu nenhum contrato. Operadores atribuíram
o resultado ao elevado patamar do cupom cambial, acima de 4% no curto
prazo.

(Reportagem de Silvio Cascione)

Fonte: Uol

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