valor para o longo prazo e aposta na valorização do bem, assim como no
recebimento de aluguéis, como uma forma conservadora e segura de
consolidação de patrimônio.
A opinião é do economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci. "Nós
temos percebido, principalmente a partir de 2007 e 2008, a volta de
pessoas que acreditam no imóvel como reserva de valor. Não são
especuladores, são pessoas que compram pensando no longo prazo, em
alugar, que querem ter o imóvel no patrimônio", afirma o economista.
Opção segura
De acordo com o vice-presidente do Ibef (Instituto Brasileiro de
Executivos de Finanças), Luiz Roberto Calado, o imóvel é bem visto
pela população porque é um bem tangível, ou seja, diferente de outros
tipos de investimentos, ele é um bem físico. "Você vê este imóvel,
você consegue tocar nele. No limite, se tudo der errado, se os
investimentos perderem todo o seu valor, você tem um lugar para
morar", afirma o executivo.
Segundo ele, a evolução de preços dos imóveis costuma ter muitos altos
e baixos e, mesmo na baixa, as pessoas continuam acreditando que eles
são uma opção segura de investimento.
Isto explica o resultado de uma pesquisa feita nos Estados Unidos, que
apontou que para grande parte da população, mesmo com a crise
envolvendo o mercado imobiliário em 2008, os imóveis são a melhor
opção para investimentos de longo prazo. "Os imóveis sempre são vistos
como uma opção segura", ressalta Calado.
Investimento ou necessidade
Entretanto, segundo o executivo, nem todos que compram imóveis estão
pensando em fazer um investimento. "Apesar de saber que, no futuro,
este imóvel pode se valorizar e ser um bom negócio do ponto de vista
financeiro, não são todos que compram visando investir. Isto acontece
geralmente a partir do segundo ou terceiro imóvel. O primeiro,
geralmente, é necessidade", ressalta.
O economista-chefe do Secovi-SP concorda. "Grande parte da expansão do
mercado imobiliário nos últimos 5 anos se deu por conta da primeira
aquisição de imóveis", aponta Petrucci.
Avanço dos preços
Nos últimos anos, os preços dos imóveis dispararam nas principais
capitais do País. Segundo o índice FIPE Zap, produzido em parceria
entre a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) e a Zap
Imóveis, nos últimos 12 meses os imóveis se valorizaram, em média, 27%
na cidade de São Paulo. Já nos últimos 3 anos, o preço médio dos
imóveis na capital paulista teve um aumento de 85,5%.
Para Calado, o aumento no preço dos imóveis nos últimos anos foi um
pouco abrupto. "Causa até uma certa estranheza um avanço tão forte
neste curto espaço de tempo", afirma. Para o executivo, é difícil que
os preços continuem nesta trajetória ascendente por muito mais tempo.
"O mercado é cíclico e uma hora ele deve cair", acredita.
Segundo o economista do Secovi-SP, 2009 e 2010 foram anos de forte
recuperação dos preços. Entretanto, para este ano, a expectativa é de
uma uma valorização mais conservadora. "Esperamos uma valorização mais
próxima do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), algo entre 5 a
10%. Não acreditamos mais que aconteça um aumento tão forte dos
preços", finaliza Petrucci.
Fonte: InfoMoney
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