07/06/2011

Lucro das cias aéreas vai despencar em 2011 por combustível

Por Saeed Azhar e David Fogarty

CINGAPURA, 6 de junho (Reuters) - As companhias aéreas cortaram suas
expectativas de lucro em mais de 50%, para US$ 4 bilhões, nesta
segunda-feira, pressionadas por preços elevados de combustível e
problemas no Japão, norte da África e Oriente médio.

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), que representa
a maior parte das companhias aéreas do mundo, também alertou para uma
guerra comercial se a Europa seguir com os planos de forçar as
transportadoras a aderirem a uma nova regulamentação de controle de
emissões de poluição no próximo ano. A China já avisou que vai apoiar
uma eventual ação legal.

As companhias aeéeas afirmam que a nova regulamentação vai apenas
aumentar os custos e adicionar pressão a um quadro de aperto causado
pela fraqueza da economia global.

"Os ganhos de eficiência da última década e o fortalecimento do
ambiente econômico global estão equilibrando o preço elevado do
combustível", afirmou o diretor geral da Iata, Giovanni Bisignani,
durante reunião anual da associação, em Cingapura.

"Mas com uma margem de lucro ínfima de 0,7%, há pouco espaço para se
lidar com novos choques", acrescentou.

A previsão de lucro das companhias aéreas pela Iata, de US$ 4 bilhões
em 2011, se compara à estimativa anterior de ganho de US$ 8,6 bilhões
feita em 2 de março, pouco antes do terremoto no Japão ter disparado
uma crise nuclear no país. Desde então, levantes políticos em países
árabes se espalharam e os preços do petróleo passaram a ser negociados
acima dos US$ 100 dólares.

A nova expectativa também marca uma queda de mais de 75% em relação ao
lucro da indústria estimado para 2010, que foi elevado de US$ 16
bilhões para US$ 18 bilhões.

Economistas afirmam que o cenário da indústria é um referencial sobre
o estado da recuperação dos mercados desenvolvidos e crescimento nas
economias emergentes, que contam pesadamente com o transporte aéreo.

A Iata estima um barril de petróleo a US$ 110 o barril em média em
2011, alta de 15% sobre os US$ 96 de 2010, incentivando as companhias
aéreas a aumentarem preços de passagens ou taxas de combustíveis para
cobrir aumento de custos.

A entidade informou que prevê que a capacidade das companhias aéreas
cresça 5,8% em 2011, acima da expansão de 4,7% esperada para a
demanda. A diferença de 1,1 ponto percentual é maior que a de 0,3
ponto da estimativa anterior da Iata.

Fonte: Uol

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