BM&FBovespa e as ações da bolsa para popularizar o mercado acionário
foram os principais responsáveis pelo aumento do número de
investidores na bolsa brasileira em maio, de acordo com a gerente dos
Programas de Popularização da BM&FBovespa, Patrícia Quadros.
No mês passado, após amargar sete meses consecutivos de queda, o
número de investidores pessoas físicas na Bolsa de Valores de São
Paulo registrou avanço de 1,78% passando de 596.571 em abril para
607.179.
"Podemos atribuir esse aumento a dois fatores. O primeiro, mais
imediato, foi a entrada de novos investidores, por conta dos recentes
IPOs na BM&FBovespa – evento que costuma despertar a atenção dos
investidores pessoas físicas. Mas não podemos negar que esse número
tende a crescer, por conta das ações que desenvolvemos para a
popularização do mercado de capitais ", diz Patrícia.
Lembrando que, no início do mês passado, a Bolsa viu a estreia das
ações da rede de varejo Magazine Luiza. "Os IPOs com nomes conhecidos
podem ajudar a popularizar a bolsa", concorda o gerente-geral do INI
(Instituto Nacional de Investidores), Paulo Portinho.
Para ele, além dos IPOs e das campanhas de popularização da Bolsa, as
corretoras têm contribuído para o aumento do número de investidores de
varejo. "Muitas corretoras estão fazendo bons programas educacionais
que acabam captando gente nova", afirma.
Resultado surpreendente
Para Portinho, o aumento do número de investidores foi surpreendente,
dada a atual conjuntura econômica, de juros elevados, que resulta em
boas oportunidades para os investimentos de renda fixa, além do
desempenho ruim do mercado acionário.
"Qual é a boa notícia a favor da bolsa? Nenhuma. As principais ações
estão em queda. A maioria das pessoas físicas deve ter ações da Vale
ou Petrobras, e são ações que estão sofrendo nos últimos meses,
especialmente a Petrobras", afirma o gerente.
Já para a executiva da BM&FBovespa, a queda no número de investidores
pessoas físicas é sazonal e a oscilação negativa do Ibovespa não deve
ser encarada como razão para a redução.
"Pelo contrário: o investidor brasileiro amadureceu nos últimos anos.
Isso foi possível constatar na última crise econômica. Se você
comparar o gráfico do Ibovespa, que caiu no segundo semestre de 2008,
com o do número de pessoas físicas na Bolsa, verá que eles são
inversamente proporcionais. Ou seja: na medida em que o valor das
ações diminuía, mais pessoas físicas entravam na Bolsa. De junho a
novembro, o Ibovespa caiu de 65 mil pontos para 36 mil. Neste mesmo
período, a quantidade de pessoas físicas saltou de 500 mil e bateu a
casa de quase 550 mil investidores. Portanto, não houve fuga de
investidores", afirma Patricia.
Segundo ela, ao longo da história, sempre houve períodos de maior ou
menor entrada de pessoas físicas na Bolsa, em determinados períodos do
ano. "O importante é que existe um crescimento consistente. Basta ver
que, de 2002 para cá, essa curva só sobe. Passamos de 85 mil pessoas
para os atuais 600 mil investidores PF", conclui.
Tendência de alta
De acordo com Patrícia, não é possível fazer previsões sobre o aumento
do número de investidores daqui para frente. Entretanto, segundo ela,
o potencial de crescimento do número de investidores em Bolsa é
"extraordinário".
"Nosso mercado de capitais e financeiro alcançou sua maturidade
regulatória, que serviu de exemplo para os demais países após a crise
econômica mundial. Como a maior indústria financeira da América
Latina, temos um grande potencial de nos consolidarmos como um polo de
investimentos e negócios global para esses países. Nesse contexto, não
medimos esforços para promover iniciativas que visam disseminar na
população a cultura da formação de patrimônio no longo prazo, a partir
do investimento em ações", afirma a executiva.
Para o gerente do INI, a melhor maneira de aumentar o número de
investidores na Bolsa é fazer com que eles criem o hábito de poupar
mensalmente pequenas quantias, investindo na bolsa com objetivo de
longo prazo. "Acho que a melhor maneira deste número crescer de
maneira significativa é trazer o público de renda média e baixa, que
tem o hábito de poupar, para o mercado acionário", afirma Portinho.
Fonte: InfoMoney
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