15/06/2011

Bolsas norte-americanas recuam pressionadas por indicadores e crise na Grécia

SÃO PAULO - Os principais índices acionários norte-americanos fecharam
no vermelho no pregão desta quarta-feira (15), sob pressão de
indicadores e indecisões sobre a crise fiscal na Grécia. No campo
corporativo, petrolíferas, bancos e o setor de tecnologia encerraram o
pregão com perdas.

O índice Nasdaq Composite, que concentra as ações de tecnologia,
fechou em baixa de 1,76% a 2.631 pontos, acumulando no ano baixa de
0,81%. O S&P 500, que engloba as 500 principais empresas dos EUA,
encerrou o pregão em desvalorização de 1,74% atingindo 1.265 pontos e
subindo 0,62% no ano, enquanto o Dow Jones, que mede o desempenho das
30 principais blue chips norte-americanas, apresentou queda de 1,48%
chegando a 11.897 pontos e acumulando no ano alta de 2,76%.

Mercado reage à indicadores econômicos
A produção industrial norte-americana apresentou alta de 0,1% em maio,
resultado levemente inferior às projeções do mercado, que apontavam um
avanço de 0,2% no período. Já a capacidade industrial utilizada
atingiu 76,7%, aquém das expectativas de mercado (77,0%), e estável em
relação à medição de abril, também de acordo com os números revisados.

No mesmo sentido, a atividade manufatureira no estado de Nova York
também decepcionou as projeções ao marcar 7,8 pontos negativos. As
expectativas eram de 10 pontos positivos.

Já pelo lado inflacionário, o CPI (Consumer Price Index) registrou uma
variação positiva de 0,2%, valor superior ao 0,1% esperado por
analistas.

Crise na Grécia também pressiona o mercado
Na Europa, o mercado passou o dia na espera do resultado da votação a
respeito das novas medidas de austeridade a serem anuncidas pelo
parlamento grego. No entanto, a medida não é consenso entre os gregos,
que protestam em Atenas, o que aumenta a percepção de risco do mercado
sobre o tema.

O agravamento deste quadro veio com a informação de que a agência
Moody's colocou sob revisão negativa o rating dos bancos franceses
Credit Agricóle, Société Générale e BNP Paribas em razão da exposição
destas instituições à deterioração fiscal da Grécia.

Precos do petróleo recuam e puxam ações do setor
Refletindo as incertezas com as notícias da Grécia e os dados
norte-americanos, os preços internacionais do petróleo recuaram forte
nesta sessão. Diante disso, as ações de companhias do setor
petrolífero registraram quedas, com destaque para Chevron (-2,18%),
Exxon (-2,14%), BP (-3,5%) e ConocoPhillips (-1,81%).

Ainda sobre a commodity, os estoques de petróleo recuaram 3,4 milhões
barris na semana encerrada no dia 10 de junho de 2011, na comparação
com a semana anterior.

Bancos e tecnologia também fecham em queda
Os ativos do Bank of America (-2,78%) estão entre as principais quedas
registras pelo Dow Jones nesta quarta. A queda se estendeu ao restante
do setor bancário, como o JPMorgan, que viu suas ações recuarem 0,92%,
após a empresa concordar em pagar US$ 27 milhões para resolver as
acusações de que unidade de empréstimos automotivos usava métodos e
declarações falsas para vender produtos.

Outros importantes bancos, como o Citigroup (-0,30%), Wells Fargo
(-0,47%), o Goldman Sachs (-2,25%) amargaram perdas na sessão.

No setor de tecnologia, os papéis da Nokia recuaram 4,95%, após a
notícia, na véspera, de que a companhia havia resolvido as disputas de
patentes com a Apple (-1,84%). Ainda no setor, a Intel (-1,25%), a
STMicroelectronics (-4,61%) e a Broadcom (-3,05%), também fecharam em
queda.

Outros destaques corporativos
A Pfizer perdeu 1,90%, em meio a acusações de pesquisadores de que um
inalador da empresa aumentava o risco de mortalidade de pacientes com
problemas pulmonares em 52%. Já a Johnson & Johnson recuou 1,40%, após
afirmar que não dará continuidade ao desenvolvimento de stents,
dispositivos para o coração.

Enquanto isso, a Boeing registrou queda de 1,06%, embora tenha
anunciado que planeja elevar sua taxa de produção prevista até 2014.
Por fim, a Pandora ganhou 13,82%,em seu pregão de estreia, ajudada
pela recomendação de compra do Maxim Group.

Fonte: InfoMoney

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