há pouco a decisão de aumentar a taxa básica de juro (Selic) em 0,25
ponto percentual, como já era esperado pela maioria dos analistas. Com
isso, os juros brasileiros foram elevados para 12,25% ao ano.
Dependendo do cenário econômico, os investimentos em renda fixa também
podem ser mais ou menos rentáveis. Por isso, conversamos com
especialistas sobre as melhores opções para este tipo de investimento
no cenário atual.
Para o sócio-gestor da Leme Investimentos, Paulo Petrassi, a alta de
0,25 p.p. já estava precificada pelo mercado, por isso, as taxas
prefixadas não são a melhor opção no momento. "Hoje eu tenho
preferência pelos títulos pós-fixados atrelados ao IPCA (Índice de
Preços ao Consumidor Amplo). Com eles, você tem a proteção de uma
possível aceleração da inflação no segundo semestre", afirma o
Petrassi.
O especialista de renda fixa da XP investimentos, Bruno Carvalho,
também enxerga nos títulos pós-fixados atrelados à inflação uma boa
alternativa para quem vai investir pensando no longo prazo.
O profissional ressalta que, com este tipo de ativo, o investidor
garante o ganho real. "O seu dinheiro vai estar protegido ao longo do
tempo, independente do que acontecer com a economia. Se a inflação
acelerar muito, não importa, o rendimento vai seguir este aumento e
ainda estará garantido mais um ganho real", afirma Carvalho.
Prefixados
Já para o gerente de renda fixa da Um Investimentos, André Mallet, o
ciclo de aperto monetário está bem próximo do fim, ou seja, é provável
que o Banco Central pare de aumentar as taxas de juros a partir das
próximas reuniões.
"O BC veio aumentando os juros nas últimas reuniões com objetivo de
segurar a inflação, além de ter adotado outras medidas
macropudenciais", acredita.
Com isso, o profissional ressalta que o cenário está mais propício
para a compra de títulos prefixados. "Apesar do mercado já ter
antecipado o movimento do BC e os DIs (Depósitos Interbancários) já
terem recuado bastante no mercado futuro, já começa a ser interessante
sair dos papéis pós-fixados e indexados à inflação e partir para os
investimentos prefixados. Isso porque os investidores vão pegar a taxa
'gorda' ainda, ou seja, com toda a elevação que aconteceu ao longo
deste ano. E existe uma expectativa muito maior que esses juros
comecem a cair no médio prazo do que eles continuem subindo", ressalta
Mallet.
Títulos atrelados à Selic
Na opinião do vice-presidente da Anefac (Associação Nacional dos
Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), Miguel de
Oliveira, com o cenário atual, de juros altos, as melhores opções são
os títulos e fundos atrelados a taxa básica de juros.
"Estamos em um cenário de juros subindo e a inflação caindo. Neste
ambiente, o melhor investimento são os fundos de renda fixa atrelados
à Selic, os chamados fundos DI. Isto porque o BC vai voltar a subir os
juros agora e vai subir na próxima reunião, então, inevitavelmente,
quem estiver aplicado em fundo DI vai ter este prêmio", aponta.
Já de acordo com o especialista da XP, investir em produtos atrelados
à taxa de juros só vale a pena para quem vai aplicar no médio e longo
prazo, e, nesses casos, também é preciso ficar atento à tributação,
para que a rentabilidade não seja anulado pelos impostos.
"No médio e no curto prazo, até por conta dos recentes aumentos da
Selic, o investimento poderia estar atrelado ao CDI (Certificado de
Depósito Interbancário)".
Onde investir
Existem várias maneiras de investir em renda fixa. Uma delas é por
meio dos fundos de investimentos, onde os próprios gestores do fundo
montam a carteira comprando títulos e outros ativos. Neste caso, é
cobrada uma taxa de administração por este serviço.
Existe também a possibilidade do próprio investidor comprar títulos
públicos por meio do Tesouro Direto. As taxas geralmente são menores e
é necessário ter cadastro em alguma corretora de valores. Confira os
principais títulos* disponíveis para compra:
LTN - Letra do Tesouro Nacional - Título com rentabilidade
definida (taxa prefixada) no momento da compra. O pagamento é único e
feito na data de vencimento do título ou de seu resgate;
LFT - Letra Financeira do Tesouro - Título com rentabilidade
diária vinculada à taxa de juro básica da economia (taxa Selic, taxa
média das operações diárias com títulos públicos registrados no
sistema Selic). O pagamento é único e feito na data de vencimento do
título ou de seu resgate;
NTN-B - Nota do Tesouro Nacional, série B - Título com
rentabilidade vinculada à variação do IPCA, acrescida de juros
definidos no momento da compra. O pagamento de cupom de juros é
realizado semestralmente e o valor do título é pago na data de seu
vencimento ou de seu resgate;
NTN-B Principal - Título com a rentabilidade vinculada à variação
do IPCA, acrescida de juros definidos no momento da compra. O
pagamento é único e feito na data de vencimento;
NTN-F - Nota do Tesouro Nacional, série F - Título com
rentabilidade prefixada, acrescida de juros definidos no momento da
compra. O pagamento de cupom de juros é realizado semestralmente e o
valor do título é pago na data de seu vencimento ou de seu resgate.
*Fonte: site do Tesouro Direto
Fonte: InfoMoney
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