Com o crescimento da economia nacional, o consequente aumento da renda da população e a diminuição do desemprego, os especialistas concordam que o mercado imobiliário ainda está aquecido. Entretanto, com tantos lançamentos disponíveis, as construtoras têm, muitas vezes, de oferecer condições especiais para atrair o cliente para determinado empreendimento.
Uma das opções oferecidas por algumas construtoras é aceitar um imóvel usado como parte do pagamento. Entretanto, para especialistas na área imobiliária, do ponto de vista financeiro, essa pode não ser a melhor opção já que, assim como acontece no mercado de veículos, a avaliação do preço do usado pode ficar abaixo do que o vendedor conseguiria se vendesse no mercado.
“É bem provável que o preço pago pela construtora seja inferior ao que a pessoa conseguiria vendendo o imóvel no mercado”, afirma o vice-presidente do Ibef (Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças), Luiz Roberto Calado.
Por isso, ele aponta que, na maioria dos casos, é mais vantajoso tentar vender o imóvel usado antes e utilizar o valor para pagar uma parte do novo imóvel.
Para o economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci, em muitos casos, pode ser que a transação não seja tão desvantajosa e, para exemplificar, ele compara com uma transação recente que fez de veículos. “Comprei um carro novo e, na troca pelo usado, pagaram R$ 3 mil a menos do que eu estava pedindo. Entretanto, esses mesmos R$ 3 mil foram dados de desconto no veículo novo”, afirma.
Grande oferta
De acordo com os especialistas, as construtoras costumam aceitar este tipo de negociação quando existe uma oferta grande de imóveis no estoque.
“Não é sempre que as construtoras aceitam imóveis usados como parte do pagamento. Ultimamento, temos visto que já existe uma dificuldade maior das construtoras de vender todos os lançamentos, diferente do que aconteceu nos últimos dois anos. Assim, algumas delas aceitam imóveis usados como parte do pagamento para vender mais rapidamente”, afirma o vice-presidente do Ibef.
O economista do Secovi-SP concorda. “Não acredito que esse tipo de negociação seja uma tendência, porque o negócio do incorporador imobiliário é a liquidez e, quando o imóvel usado é aceito como parte do pagamento, parte do preço fica preso em um ativo de liquidez incerta. Mas em momentos em que existe uma grande oferta e certa dificuldade de vender, é um bom negócio para as construtoras”, afirma Petrucci.
Fonte: Uol
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