14/06/2011

Direto ao ponto: com chance evidente de default grego, indicadores perdem espaço

SÃO PAULO - Com os investidores pouco dispostos ao risco em dia de
agenda escassa, o Ibovespa operou no vermelho pela maior parte da
última segunda-feira (13), fechando em baixa de 1,08%, aos 62.022
pontos, com um giro financeiro de R$ 4,03 bilhões, o menor desde 30 de
maio. O índice operou descolado das bolsas europeias e
norte-americanas, que registraram pequenos ganhos apesar do corte da
nota de risco da Grécia pela agência Standard & Poor's.

O corte do rating de crédito grego foi justificado pela crescente
possibilidade vista pela agência de o país dar um ou mais defaults.
Alan Soares, diretor da Trader Brasil Escola de Negócios, explica que
o risco de um calote pelo governo grego já é evidente ao mercado, já
que a economia do país não consegue dar sinais de sustentação. A única
chance de estabilidade dependeria de um segundo pacote de ajuda
concedido pela União Europeia, que poderia chegar a € 90 bilhões, para
cobrir as necessidades de financiamento do país até 2014.

Indicadores norte-americanos não ofuscam crise na Europa
Os ministros de Finanças da Zona do Euro farão nesta terça-feira (14)
uma reunião extraordinária em Bruxelas para tentar chegar a um
consenso em relação à crise de dívida grega, informaram fontes
europeias à agência Efe, na última segunda-feira (13). Desta forma, as
medidas para evitar a chance de um calote na Zona do Euro e o contágio
de outros países periféricos devem seguir no centro da agenda no curto
prazo.

Poucos motivos justificariam uma percepção diferente, segundo o
diretor da Trader Brasil. "O mercado teria uma grande injeção de ânimo
caso o Federal Reserve afirmasse que o país está em uma recuperação
expressiva, mas sabemos que isso não irá acontecer no curto prazo",
diz Soares. Desta forma, os indicadores norte-americanos na próxima
sessão, o PPI, Core PPI e as vendas no varejo, tendem a fazer pouco
pela mudança de foco do mercado, ele explica.

Juros versus Bolsa
Mesmo com o Ibovespa próximo aos 62 mil pontos, um patamar considerado
atrativo por alguns analistas para construir posições, Soares guarda
certas reservas ao avaliar a oportunidade de investir no mercado
acionário. Os juros mostram-se mais caros no curto prazo do que no
longo, reforçando a chance do posicionamento estrangeiro em
investimentos de renda fixa.

Por conta das incertezas econômicas, Soares prefere dividir as
oportunidades por setores. Neste caso, ações com elevados pagamento de
dividendos e demanda ineslática - cujo consumo pouco se altera
independentemente do momento econômico - como a de geradoras de
energia, seriam as mais indicadas.

Fonte: InfoMoney

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