aos 63.217 pontos. Os indicadores inflacionários não decepcionaram as
expectativas do mercado local e levaram a um dia de correção após as
fortes baixas da véspera. O movimento perdeu força ao final do dia, em
linha com o recuo das bolsas de Wall Street, após o discurso do
presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke.
Bernanke reconheceu que a economia norte-americana deixou a desejar no
início de 2011, ao mesmo tempo que admitiu acreditar que a performance
negativa não deve se repetir no segundo semestre, quando os efeitos do
terremoto e do tsunami do Japão já terão se dissipado. "A recuperação
parece estar caminhando de forma moderada, ainda que seja desigual
entre os setores e frustrantemente lenta", afirmou.
Apesar do noticiário externo negativo, o diretor da Oliveira Franco
Corretora, Pedro de Oliveira Franco, lembra que a bolsa brasileira
opera descolada do mercado norte-americano já há algum tempo, ainda
que a tendência tanto para o Dow Jones quanto para o Ibovespa seja
igualmente de baixa. "A bolsa local está perto das mínimas em 62.500
pontos e os baixos volumes fazem com que ela não tenha força para
subir", diz.
Além do Livro Bege do Fed, que como o discurso de Bernanke, tende a
confirmar a lenta recuperação do país, a agenda ainda é movimentada
pelo segundo dia da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária). O
consenso do mercado aponta para uma elevação de 25 pontos base à taxa
Selic no final da reunião.
Copom sinaliza ciclo menor de alta de juros
O economista da Gradual Corretora André Perfeito afirma que o Banco
Central já usou boa parte dos instrumentos de contenção da inflação,
seja via Selic, compulsórios, aperto fiscal ou aumento do IOF (Imposto
sobre Operações Financeiras). Além disso, com a proximidade do fim do
programa de flexibilização quantitativa neste mês de junho nos Estados
Unidos, há a possibilidade de um ciclo de aperto monetário menor.
"Se os EUA mantiver mais uma vez os juro baixos por lá a pressão
política interna no Brasil será violenta no sentido de não subir mais
a Selic, afinal isso se traduziria em um real ainda mais apreciado",
diz Perfeito. O economista afirma que o Banco Central precisa evitar
uma bolha fiscal, e para isso cabe uma visão equilibrada sobre a
restrição ao crédito, com a preferência do governo por medidas
macroeconômicas. "O Copom irá aumentar em 25 pontos base amanhã, mas
somente porque prometeu fazer isso", completa.
Tendências
A esperada recuperação do benchmark não deve vir tão cedo, dado o
fraco giro financeiro da bolsa, sinaliza Oliveira Franco. Enquanto a
reunião do Copom "já está precificada", resta olhar para o cenário
corporativo na expectativa de boas notícias.
Fonte: InfoMoney
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