09/06/2011

Livro Bege dá sinais de desaceleração e bolsas de Wall Street fecham em queda

SÃO PAULO - Os principais índices acionários dos Estados Unidos
fecharam o pregão desta quarta-feira (8) em baixa, influenciados pelos
sinais de desaceleração indicados pelo Livro Bege em várias regiões do
país. Além disso, o discurso do presidente do Federal Reserve, Ben
Bernanke, na véspera, ainda influenciou na sessão. No front
corporativo, as petrolíferas tiveram destaque, com notícias de redução
de estoque e indefinição sobre nível de produção global de petróleo.

Com isso, o índice Nasdaq Composite, que concentra as ações de
tecnologia, fechou em baixa de 0,97% a 2.675 pontos, acumulando no ano
alta de 0,85%. O S&P 500, que engloba as 500 principais empresas dos
EUA, encerrou o pregão em leve desvalorização de 0,42% atingindo 1.280
pontos e subindo 1,74% no ano, enquanto o Dow Jones, que mede o
desempenho das 30 principaisblue chips norte-americanas, apresentou
queda de 0,18% chegando a 12.049 pontos e acumulando no ano forte alta
de 4,07%.

Agenda
O Livro Bege do Federal Reserve, divulgado nesta quarta, revelou uma
desaceleração no crescimento econômico de quatro das 12 regiões
analisadas pela autoridade dos Estados Unidos na passagem de abril
para maio. Enquanto Nova York, Filadélfia, Atlanta e Chicago mostraram
recuo no ritmo de avanço da atividade no período,apenas Dallas indicou
melhoras. As outras sete regiões analisadas pelo Fed permaneceram
estáveis.

Além disso, os investidores ainda demonstraram preocupação com o
discurso de Ben Bernanke, presidente do Federal Reserve, realizado na
véspera. Na ocasião, Bernanke se mostrou frustrado com o desempenho da
economia norte-americana no primeiro semestre e não indicou a adoção
de nenhum estímulo adicional para a economia e reforçou o compromisso
do Fed no combate à inflação. Apesar disso, ele afirmou que espera um
resultado melhor da maior economia do ano na segunda metade do ano.

Notícias mantém petrolíferas em alta
As petrolíferas Exxon (+0,95%) e Chevron (+0,48%) ficaram entre as
principais altas do índice Dow Jones na sessão desta quarta,
influenciadas por notíciários sobre estoques e produção no setor.
Segundo o Departamento de Energia norte-americano, os estoques de
petróleo dos Estados Unidos recuaram 4,8 milhões de barris, ou 1,3%,
no período de 28 de maio a 3 de junho, chegando ao patamar de 369
milhões de barris.

Além disso, a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo)
anunciou que seus membros não chegaram a um acordo sobre um possível
aumento nos níveis de produção global de petróleo, decidindo ao menos
por enquanto mantê-los inalterados, contrariando a expectativa de
analistas.

A Exxon Mobil anunciou ainda nesta quarta, três descobertas nas águas
profundas do Golfo do México, duas de óleo e uma de gás.

Bancos fecham no campo positivo
Os papéis do Citigroup recuaram 2,05% após a companhia anunciar que
concordou em vender uma carteira de ativos de capital privado para a
AXA Private Equity por US $ 1,7 bilhão.

Enquanto isso, bancos como Goldman Sachs (-1,05%), Bank of America
(-1,03%), JPMorgan (-0,81%) e Morgan Stanley (-1,48%) fecharam em
queda diante do anúncio de possíveis demissões por estas instituições
com o intuito de controlar os custos e aumentar os lucros em 2011.

Outros destaques corporativos
Os papéis da fabricante de cosméticos Ulta Salon valorizaram-se
12,68%, depois de a companhia ter elevado sua projeção de ganhos do
segundo trimestre, de US$ 0,31 para US$ 0,33 por ação, batendo assim a
média de US$ 0,30 por papel estimada anteriomente por analistas.

Entre as ações de tecnologia, a Cisco perdeu 1,35% após o Berenberg
Bank reduzir o seu preço-alvo de US$ 16,50 para US$ 14.

Por fim, os ativos da farmacêutica Merck apresentaram alta de 0,62%.
A companhia afirmou nesta quarta que vai interromper o teste de uma
vacina da Intercell projetado para proteger infecções hospitalares
graves.

Europa
Na agenda de indicadores econômicos europeus desta sessão, a principal
divulgação foi a nova revisão do resultado do PIB da Zona do Euro nos
três primeiros meses deste ano. Segundo a Eurostat, agência oficial de
estatísticas da Comissão Europeia, a economia da região cresceu 0,8%
na passagem trimestral e 2,5% na comparação com o primeiro trimestre
de 2010. Os dados não sofreram alterações em relação aos divulgados
anteriormente e estiveram em linha com as expectativas do mercado.

Ainda com foco na Grécia, o ministro de finanças da Alemanha, Wolfgang
Schaeuble, defendeu uma participação dos detentores privados de
títulos da dívida grega em novo pacote de ajuda para Grécia. Em meio a
este cenário, o custo para os investidores se protegerem contra um
possível calote grego - através de contratos de CDS (Credit Default
Swap) - registrou novos patamares recordes de alta.

Fonte: InfoMoney

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