28/06/2011

Números de Fibonacci: forma simples para tentar prever reversões de mercado

SÃO PAULO - A razão de ouro. Este é o ponto em comum entre a proporção
das medidas das pirâmides do Egito e do Partenon com o crescimento da
população de coelhos, com a relação dos anéis espirais da concha dos
caramujos, com a razão entre nossa altura e a distância dos pés ao
umbigo e, segundo muitos analistas técnicos, com os padrões de
correções de ativos no mercado acionário.

Por trás da razão de ouro, que também explica uma quase infinidade de
relações na Natureza, está a seqüência de números descoberta por
Leonardo Pisano, conhecido como Fibonacci, matemático italiano nascido
no século XII. Em estudo sobre o crescimento da população de coelhos,
Fibonacci descobriu uma sequência de números, onde o próximo número
corresponde à soma dos dois números anteriores.

Partindo do número 1, o italiano obteve sua sequência: 1, 1 (1+0), 2
(1+1), 3 (1+2), 5 (2+3), 8 (3+5), 13 (5+8) e daí por diante,
atualmente conhecida como os números de Fibonacci. A relação entre os
números seqüenciais (13/8, 21/13, 34/21, etc..) tende a 1,618, que
nada mais é do que a razão de ouro.

E o que isso tem a ver com o mercado de ações?
A aplicação da seqüência e da razão de ouro, mais especificamente o
seu inverso, 0,618, na análise dos padrões de reversão de ações é o
ponto que liga Fibonacci ao mercado de ações. São pontos baseados nos
números descobertos pelo italiano que, segundo muitos analistas, podem
indicar os níveis de suporte ou resistência de um papel.

Vamos imaginar uma tendência forte de alta, no qual o preço do papel
passa de R$ 10 para R$ 20. Para obter os pontos de suporte e
resistência, basta utilizar a seqüência de Fibonacci com cinco pontos:
0% (o ponto mais alto da tendência, no caso R$ 20), 38,2%, 50%, 61,8%
(inverso da razão de ouro), e 100% (no caso o ponto mais baixo, R$
10).

Neste exemplo, após atingir o seu objetivo, a R$ 20, os papéis tendem
a passar por um período de correção, com a primeira linha de suporte
ficando em 38,2%, para depois cair para 50%. Uma recuperação a partir
deste patamar pode ser seguida por uma nova correção, mas desta vez o
suporte é mais embaixo, na linha de 61,8%.

Os três passos
Em termos práticos, três passos são necessários:

calcular o valor total da alta registrada: R$ 10, entre R$ 10 e R$ 20
calcular o primeiro nível de correção de Fibonacci do movimento anterior
Analisar o comportamento de preço para confirmar se os preços
encontram suporte no nível previsto

Assim, para muitos analistas, os números de Fibonacci são uma forma
simples de obter indicações de possíveis pontos de reversão, pontos de
entrada otima ou mesmo níveis de stop loss. Considerando que os preços
quase nunca seguem uma tendência linear, os analistas acreditam que os
preços acabam mostrando reversão de suas tendências em torno das
proporções obtidas a partir dos números de Fibonacci.

Arcos e leques
Além da construção de linhas retas, as linhas de reversão de
Fibonacci, muitos analistas também consideram outras formações, como
os arcos e os leques de Fibonacci. Nos arcos, ao invés de traçar
linhas retas a partir dos pontos 38,2%, 50% e 61,8%, os analistas,
como se usassem um compasso com a ponta nas proporções de Fibonacci,
traçam arcos.

Já os leques são compostos por linhas diagonais, traçadas a partir de
uma linha invisível que liga os pontos de alta e baixa do gráfico,
linhas estas que indicam os pontos de suporte e resistência.

Considerações e limitações
Por ser uma forma extremamente simples de tentar obter níveis de
suporte e resistência, o uso dos números de Fibonacci deve ser
encarado com cautela, seguindo a regra clássica da análise técnica:
nunca confie somente em um indicador, sempre valendo a pena analisar o
maior número de indicadores relevantes possíveis.

Por outro lado, o seu grau de aceitação junto à comunidade investidora
muitas vezes acaba sendo justificado, já que o indicador se mostra
como uma alternativa bastante interessante para analisar o
sobe-e-desce do mercado.

Fonte: InfoMoney

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