02/06/2011

Vale prevê forte queda em vendas de minério no mercado interno

A Vale (VALE5) projeta que até 2015 terá menos da metade da
participação nas vendas de minério de ferro do Brasil que tinha em
2004, afirmou nesta quinta-feira o diretor de Marketing, Vendas e
Estratégia da mineradora José Carlos Martins.

A projeção leva em conta o fato de que cada vez mais as siderúrgicas
nacionais vêm investindo em produção própria de minério, levando a
Vale a perder participação no market share das vendas locais da
commodity.

Em apresentação no Congresso Brasileiro do Aço, Martins disse que em
2004 a Vale detinha 70% das vendas de minério de ferro no mercado
brasileiro, e hoje tem menos de 50%. Até 2015 terá, segundo ele, cerca
de 30%.

"A Vale tem que considerar perda de market share no Brasil. Para
participar desse mercado, você tem que produzir aço", afirmou ele
durante a apresentação.

Ele indicou também que os projetos siderúrgicos da Vale, por outro
lado, permitirão que a empresa estanque essa perda de market share. Em
2018, segundo ele, as vendas adicionais de minério de ferro e pelotas
da Vale para seus projetos siderúrgicos somarão 30 milhões de
toneladas ao ano.

"Em algum momento, você tem que fazer apostas para criar mercado (de
aço) no Brasil. O país já pagou caro no passado porque o mercado não
apareceu. E é natural, agora, que o setor seja precavido para evitar
uma situação como aquela", disse ele.

A Vale atualmente tem participação na CSA, no Rio de Janeiro, onde a
capacidade de produção é de 5 milhões de toneladas de placas de aço ao
ano. Mas a empresa também tem outros projetos para começar a produzir
aço nos próximos anos.

Entre eles, está o da CSU, em Anchieta, no Espírito Santo, ainda em
desenvolvimento, que deve entrar em operação em 2015, e que terá
capacidade para 5 milhões de placas.

O projeto da CSP em Pecém, no Ceará, deve ter início a partir de 2015,
com capacidade para produzir, na primeira fase, 3 milhões de toneladas
de placas ao ano. Também em processo de implatação está a Alpa, em
Marabá, com previsão de entrar em operação em 2014 e capacidade de 2,5
milhões de toneladas.

(Reportagem de Roberto Samora e Alberto Alerigi)

Fonte: Uol

Nenhum comentário: