15/06/2011

Ata do Copom revelará necessidade de mais uma alta da Selic, dizem analistas

A ata do Copom (Comitê de Política Monetária), que será divulgada
nessa quinta-feira (15), deverá demonstrar as perspectivas do Banco
Central em relação à inflação e o cenário econômico brasileiro. Assim
sendo, o Credit Suisse e a LCA acreditam que a minuta da reunião
deverá demonstrar a necessidade de mais um aumento de 0,25 ponto
percentual na taxa Selic, antes de uma pausa técnica endossada pelo
Santander.

O banco espanhol acredita que essa ata terá um tom mais otimista, uma
vez que o "alinhamento de algumas variáveis relevantes na avaliação do
cenário de inflação com as expectativas da autoridade monetária
deverão ser ressaltados".

Esse alinhamento, ressalta o Santander, inicia-se pela desaceleração
da inflação - não suficiente para aliviar substancialmente a pressão
inflacionária, de acordo com a LCA - e pelo recuo de expectativas para
a mesma em 2011 e para 12 meses, o que fará a avaliação de risco nos
próximos 45 dias ser mais favorável.

Assim, LCA, Credit Suisse e Santander acreditam que haverá uma pausa
técnica para a elevação das taxas básicas de juros em julho.

Alta no futuro
O banco espanhol chama atenção para a alta da expectativa para 2012 –
fato que deverá fazer com que a instituição tenha de retomar o aumento
de juros no ano que vem, até atingir o patamar de 14,00% ao ano, de
acordo com o Credit Suisse, que prevê só mais uma alta para esse ano.

A LCA também acredita em apenas mais uma alta para este ano, mas
lembra que as condições ainda mostram chances de um prolongamento do
ciclo para além do horizonte, fazendo parecer "reduzido o espaço para
um afrouxamento relevante" no ano seguinte.

A consultoria lembra que há dificuldades para o Banco Central alcançar
uma política monetária próxima da neutralidade, tanto na conjuntura
doméstica, vendo o grande aumento do salário mínimo esperado para 2012
e a aceleração de gastos públicos em um ano de eleições, quanto devido
ao ambiente internacional, visto à velocidade de retirada dos
estímulos monetários e o preço das commodities.

O Credit Suisse partilha da opinião de que é possível um
prolongamento, o que faria com que não houvesse altas adicionais de
juros em 2012.

Fonte: InfoMoney

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