20/06/2011

Aumento da inadimplência gera temor de bolha de crédito no Brasil, diz "FT"

O aumento da inadimplência dos consumidores brasileiros já está
provocando temores sobre o possível estouro de uma bolha de crédito,
segundo reportagem publicada nesta segunda-feira pelo diário econômico
britânico "Financial Times".

O jornal observa que a proporção de empréstimos com pagamentos
atrasados por mais de 90 dias vem crescendo rapidamente nos últimos
meses e deve chegar a 8% até o final do ano, na avaliação da agência
de avaliação de crédito Serasa Experian.

A reportagem comenta que a inadimplência dos consumidores brasileiros
ainda permanece baixa em relação à média histórica de mais de 10% e
ainda está em um nível considerado razoável, mas já está acima da
maioria dos outros grandes mercados emergentes.

O jornal observa que o rápido crescimento econômico do país tirou mais
de 30 milhões de pessoas da pobreza no Brasil e que esses novos
consumidores "começaram a tomar dinheiro emprestado para comprar
casas, carros e eletrodomésticos, contribuindo para um aumento de
quase 100% no crédito privado desde 2007, segundo o FMI".

Segundo a reportagem, os bancos brasileiros preveem aumentos de mais
de 10% no crédito neste ano, apesar da cobrança de juros que chegam a
39% ao ano.

Apesar disso, a inadimplência no Brasil cresceu 8,2% entre março e
maio, segundo a Serasa Experian, elevando o aumento desde o início do
ano a 20,6%.
Iates

A edição desta segunda-feira do Financial Times também traz outra
reportagem, publicada em sua primeira página, na qual relata que o
Brasil está se tornando o principal mercado para a venda de iates de
luxo da tradicional companhia italiana Ferretti.

Segundo o jornal, a empresa está se voltando aos novos "super-ricos"
do Brasil ao mesmo tempo em que despencam suas vendas aos consumidores
tradicionais da "velha economia" nas marinas do Mediterrâneo.

A reportagem relata que a receita da Ferretti no Brasil triplicou nos
últimos três anos, enquanto suas vendas nos países mediterrâneos estão
hoje em um nível de apenas um terço do que eram antes do início da
crise econômica global.

"O Brasil está se tornando rapidamente um dos principais destinos de
novos investimentos para a indústria de iates graças a salários em
alta, a costa de 7.400 quilômetros do país e o clima quente o ano
inteiro", diz o texto.

Apesar disso, o jornal observa que analistas advertem que a onda de
investimentos no país pode levar a um excesso de oferta.

Fonte: Uol

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