01/09/2011

Destaques Bovespa - 01/09/2011

Mercados Ontem

O Ibovespa terminou o pregão com alta de 2,00%, aos 56.495 pontos, com máxima de 57.310 pontos, mínima de 55.399 pontos, gerando um forte giro financeiro de R$ 7,3 bilhões.

Em mais um dia marcado por uma relevante agenda domestica e norte-americana, a bolsa brasileira encerrou o pregão em alta, acompanhando o aumento das expectativas dos investidores, tanto locais quanto estrangeiros, em relação a um novo pacote de estímulos para a economia dos EUA e principalmente pela agenda econômica norte-americana. Além disso, a reunião do Copom, marcada para essa noite, trouxe certo otimismo para o mercado local.

As principais commodities no mercado internacional fecharam em direções divergentes, com o contrato futuro do petróleo na Nymex, apresentando baixa, e os contratos futuros dos metais básicos em alta, ao contrário das principais blue chips brasileiras que fecharam na mesma direção. As ações ON e PN da Petrobrás apresentaram avanço de 1,55% e 1,22%. Já as ON e PN da Vale, com valorização de 1,82% e 1,52%, respectivamente.

Fluxo Bovespa

Os investidores estrangeiros ingressaram no dia 29 de agosto, segunda-feira, R$ 91,40 milhões na Bovespa, terceiro dia consecutivo de ingressos, quando o índice fechou em alta de 2,83%. No mês de agosto, o déficit de recursos estrangeiros diminuiu para R$ 947,83 milhões. Já no acumulado do ano, os investimentos estrangeiros agora apresentam déficit de R$ 658,98 milhões. Já os investidores Pessoa Física voltaram a retirar recursos na Bovespa. No dia 29 de agosto retiraram R$ 258,51 milhões. Neste mês, após esta retirada, o saldo dos investimentos de pessoa física está negativo em R$ 326,65 milhões na Bovespa. No acumulado do ano, o saldo de pessoa física está em negativo em R$ 4,934 bilhões.

Mercados Hoje

Mercado local terá que lidar com os mercados internacionais, que estão de olho na agenda norte-americana, as commodities metálicas seguem reagindo às declarações do primeiro-ministro chinês, de que o país não irá alterar a sua política monetária de conter a inflação, com isso os metais caem no mercado internacional. Porém o destaque do dia fica mesmo para a surpreendente decisão do Banco Central em cortar a taxa de juros para 12,00% de 12,50% estipulados na última decisão. Após cinco altas seguidas de 0,25 pp na taxa Selic, o COPOM reverteu forte a sua atuação em cima da elevação dos juros, pautando a sua decisão em uma piora substancial do cenário econômico externo. Dúvidas como será o impacto na inflação local dessa redução drástica dos juros, quão grave o BC está olhando para a deterioração do cenário externo e o possível forte viés político nessa última decisão, já que o Ministro da Fazendo, Guido Mantega, e da presidente da república, Dilma Rousseff, terem expressado diretamente a opinião a favor da redução dos juros. Essa decisão deverá impulsionar a nossa bolsa, principalmente os setores como construção civil e consumo, a reação no dólar deverá ser positiva, já que essa decisão diminui a atratividade do diferencial de taxas de juros do nosso país, e os DI's poderão ter também ter correção nos vencimentos curtos, já que nos longos o mercado pode considerar que a decisão ameaça o cumprimento da meta de inflação.

Alpargatas e Grendene – Segundo uma notícia publicada no jornal "Folha de São Paulo", o Grupo Amazonas, maior fabricante de solados para a indústria calçadistas brasileira, deverá anunciar hoje (01/08) a sua entrada no setor de sandálias de borracha destinada aos consumidores das classes A, B e C, atualmente dominados pelas marcas "Havaianas", "Ipanema" e "Melissa". De acordo com o presidente da companhia, Hamilcar Pucci, a meta da companhia é atingir até 5% do market-share do setor no final do verão de 2012. A notícia é negativa para as empresas de sandálias com capital aberto na bolsa brasileira, à medida que a entrada do grupo Amazonas, um dos principais fornecedores de solados para a Alpargatas e Grendene, poderá pressionar fortemente as margens do setor de sandálias para varejo, dos quais atualmente apresentam uma margem bruta média entre 10% e 12%.

Banco do Brasil – De acordo com o jornal "Valor Econômico", o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) decidiu investigar a exclusividade do Banco do Brasil com a concessão de crédito consignado com prefeituras e governos estaduais, obrigando a companhia a suspender imediatamente todos os contratos de concessão a partir de 2006. Segundo a notícia, o Banco do Brasil estaria incluindo uma cláusula de exclusividade na concessão deste tipo de empréstimo desde esse ano, constituindo um possível abuso de poder econômico e impedindo a entrada de novos concorrentes. Atualmente, este mercado totaliza R$ 140 bilhões e a companhia possui 30% deste mercado, dos quais 80% são dirigidos aos servidores públicos, que totaliza R$ 33,6 bilhões. Caso a direção do Banco do Brasil não acate a determinação, a instituição será obrigada a pagar R$ 1 milhão de multa por dia. A notícia é negativa para as ações do banco, pois este segmento representa um volume considerável da receita de intermediação financeira anual da companhia, que totalizou R$ 81,2 bilhões em 2010.

Lupatech – A companhia anunciou ontem (31/08), após o fechamento do mercado, que concluiu a eleição de um novo presidente e de uma nova diretoria executiva para a empresa, que segundo a Lupatech, tiveram o intuito de antecipar a vigência das novas regras de governança corporativa das companhias listadas no Novo Mercado e recuperar o volume de vendas e serviços prestados pela Lupatech ao setor de óleo e gás. De acordo com uma nova lei que deverá entrar em vigor nos próximos três anos, os cargos de diretor-presidente e presidente do conselho não poderão ser ocupados pela mesma pessoa, o que levou ao executivo Alexandre Monteiro a assumir a posição de CEO no lugar o ex-presidente da Lupatech, Nestor Perini, que comandará o conselho de administração. A princípio a notícia é marginalmente positiva para os papéis da Lupatech, uma vez que reflete a preocupação da empresa quanto às diretrizes de governança corporativa. Porém acreditamos que ainda é cedo para mensurarmos os impactos das novas medidas adotadas pelo novo presidente da companhia e os seus efeitos na rentabilidade da Lupatech.

Marfrig – O Cade (Conselho de Defesa Econômica) aprovou ontem (31) a compra da Seara, que pertencia a multinacional Cargil, pela Marfrig, sem restrições. A negociação dos ativos da Seara foi realizada em 2009 por US$ 900 milhões. Com isso, a Marfrig, que já era a segunda maior processadora de carne bovina, se tornou a segunda maior produtora de carne de aves e suínos do Brasil. Além da compra da Seara pela Marfrig, o julgamento no Cade avaliou as nove unidades industriais localizadas nos estados do Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, e um terminal portuário de Itajaí, em Santa Catarina. A notícia já era aguardada pelo mercado e não deve impactar sobre o preço dos ativos na sessão de hoje.

MMX – A certificadora independente "SRK Consulting" publicou um relatório referentes aos recursos minerais existentes na unidade de Serra Azul e Mina Pau de Vinho controladas pela MMX. Segundo o comunicado, o volume de recursos minerais das unidades citadas atingiram 2,5 bilhões de toneladas, elevando o montante de recursos auditados para 3,1 bilhões de toneladas, atualmente distribuídos entre as unidades de Serra Azul, Pau de Vinho, Bom Sucesso e Corumbá. O valor corresponde a um aumento de 106% frente ao estudo publicado em março/11. A notícia é positiva para os papéis da mineradora, uma vez que comprovam o potencial de minério de ferro das unidades controladas pela MMX.

Multiplus – De acordo com o jornal "Valor Econômico", a Multiplus anuncia hoje (01/09) um novo posicionamento e identidade visual da marca, com o objetivo de crescer no varejo, que corresponde a 5% do seu faturamento atual. O objetivo é ampliar essa fatia para 20% em quatro anos. Assim, a participação da TAM e dos bancos em seu faturamento, que atualmente representam 27% e 68%, deverão diminuir. A notícia é marginalmente positiva para as ações da companhia.

Oi – Segundo o jornal "Valor Econômico", o grupo Oi deve iniciar uma nova rodada de captação de recursos no mercado doméstico e internacional, através da emissão de R$ 500 milhões em debêntures, com prazo de sete anos e remuneração equivalente ao CDI mais 1,35%. A operação ainda precisa ser aprovada em assembléia pelos acionistas. A princípio, a notícia é marginalmente negativa para as ações da companhia.

Setor de Celulose – Os fundos de pensão Petros e Funcef anunciaram que vão entrar como sócios no projeto Eldorado, fábrica de celulose que está sendo construída pela família Batista (JBS) no Mato Grosso e que ficará pronta no final do ano que vem. A Eldorado será a maior fábrica de celulose do planeta, com orçamento estimado em R$ 5,1 bilhões (sendo destes 53% financiados pelo BNDES) e terá capacidade para produzir 1,5 milhões de toneladas de celulose por ano. Pelo acordo a família Batista terá 58,6%, o empresário Mario Celso Lopes terá 25%, 8,2% Petros e 8,2% Funcef. A notícia é marginalmente negativa para as ações das companhias do setor dado o aumento na concorrência.

Fonte: Um Investimentos

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