15/06/2011

Direto ao ponto: vencimento de opções reforça temor de saída de estrangeiros

SÃO PAULO - Em uma sessão bastante volátil e sem indicadores
domésticos, o Ibovespa marcou alta superior a 1% na manhã da última
terça-feira (14). O benchmark, entretanto, perdeu força durante a
tarde e fechou com um modesto avanço de 0,28%, aos 62.204 pontos. O
desempenho do principal índice ficou novamente abaixo do observado nos
Estados Unidos e Europa.

Os baixos volumes e a saída de estrangeiros continuam a penalizar a
bolsa local. "Os múltiplos estão atrativos, mas o fluxo está muito
baixo. Há muitas trocas de posições, mas pouco dinheiro novo", diz o
analista independente Ewerthon Zacharias. Envolto em um cenário
negativo, o pregão deve ficar ao sabor do vencimento de opções do
Ibovespa Futuro, que tradicionalmente imprime volatilidade ao mercado.

Zacharias considera a possibilidade de uma parcela dos investidores
estrangeiros que estão na bolsa apostarem contra as próprias
carteiras, revertendo posições para forçar a queda do índice. Com os
papéis em baixa, os especuladores estrangeiros ganhariam na diferença
entre o preço de venda e de retorno à bolsa.

Brasil Foods e agenda global: "caminhão de dinamite"
A sessão ainda traz a decisão do Cade (Conselho Administrativo de
Defesa Econômica) quanto à incorporação da Sadia pela Brasil Foods
(BRFS3). A empresa guarda a expectativa de que o conselheiro Ricardo
Ruiz adie seu voto nesta quarta-feira (15). A possibilidade de
reversão da fusão fez os papéis da companhia recuarem 10,21% na última
semana, e a resolução do caso deve se estender por algum tempo, diz o
analista.

A agenda fica bastante agitada nos mercados globais. A produção
industrial da Zona do Euro em abril e dos Estados Unidos em maio podem
garantir uma boa parcela de atenção. As situações nos dois continentes
são opostas. "Enquanto a Europa está mais preocupada com a contenção
da inflação do que com o crescimento econômico, os Estados Unidos
buscam o crescimento sem olhar para a inflação", explica. A Europa
ainda é mais preocupante por aqui, já que a alta da taxa de juros
poderia precificar ainda mais o índice local, completa Zacharias.

Ao unir as incertezas econômicas globais, a saída do investidor
estrangeiro da bolsa e as pendências corporativas, o analista compara:
"O mercado está como um caminhão de dinamite. Sairemos vivos ou
mortos?".

Fonte: InfoMoney

Nenhum comentário: