17/06/2011

Ata do Copom sinaliza mais aumento de juros; saiba quais os melhores investimentos

SÃO PAULO – O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central
divulgou nesta quinta-feira a ata da última reunião, quando os
diretores decidiram por aumentar a Selic (taxa básica de juro) em 0,25
ponto percentual (p.p.), para 12,25% ao ano.

Na ata, o comitê aponta para um processo de ajuste "gradual" da
política monetária brasileira, deixando aberto o caminho para novas
elevações do juro básico ao longo deste ano. Ao mesmo tempo, a ata
sinaliza que houve alguma melhora na inflação.

Neste cenário, os especialistas em investimentos continuam a apontar a
renda fixa como a melhor opção no momento. "Este é mais um sinal de
que o horizonte continua mais favorável para a renda fixa do que para
a renda variável", ressalta o professor de economia da PUC-SP
(Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), Fábio Gallo.

De acordo com ele, o brasileiro deve aproveitar a alta taxa de juros a
seu favor, por meio dos investimentos. "Esta taxa de juros alta
continua, disparada, a maior taxa de juro real do mundo", afirma.

Segundo o professor, os fundos DI e os títulos do Tesouro Direto são
os melhores investimentos para aproveitar a alta dos juros. "Tanto os
títulos prefixados quanto os pós-fixados estão com rendimentos
bastante atrativos, acima de 12% ao ano", afirma Gallo.

Pós- fixados atrelados à Selic
Para o Gerente de Gestão de Investimentos da consultoria Lecca,
Georges Gerbauld Catalão, neste cenário, a melhor opção de
investimento são os fundos ou títulos de renda fixa pós-fixados
atrelados à Selic.

"Com esta perspectiva de alta, ainda é o momento de investir em
títulos que acompanhem o avanço das taxas de juros", acredita o
profissional.

Segundo ele, o CDB pós-fixado também é uma opção interessante, já que
é atrelado ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário) e tem
garantido um rendimento líquido acima de 10% ao ano.

Entretanto, os especialistas ressaltam que é importante negociar uma
taxa de ao menos 98% do CDI com o banco, para que o investimento valha
a pena.

Prefixados
O executivo ressalta que ainda é um pouco arriscado investir em
títulos prefixados, devido às incertezas quanto ao término do aperto
monetário. "O consenso do mercado é que haja mais uma elevação da
Selic de 0,25 p.p.. Mas se, por algum motivo, o BC resolver continuar
subindo os juros, quem comprou títulos prefixados agora não vai se dar
bem", afirma.

Segundo ele, neste caso, o melhor é aguardar mais um pouco as próximas
definições do Copom, para optar por este tipo de título. "Neste
momento, acho que o ideal mesmo é optar pelos pós-fixados ligados à
Selic", enfatiza.

Pós-fixados atrelados à inflação
No caso dos títulos pós-fixados atrelados ao IPCA (Índice de Preços ao
Consumidor Amplo), ele ressalta que a própria ata do Copom mostrou um
cenário um pouco mais favorável para os preços.

"Os títulos baseados na inflação foram um excelente investimento no
final do ano passado e no primeiro trimestre deste ano. Com uma
perspectiva um pouco melhor para a inflação, este tipo de investimento
não vai ter a mesma rentabilidade que apresentou nos primeiros meses
do ano", diz.

Fundos de investimento
O professor da PUC também lembra que o investidor pode optar por
fundos de renda fixa, lembrando sempre que as taxas de administração
são mais caras do que quando se opera via Tesouro Direto.

"Quando você quer comer, mas não tem tempo ou não sabe cozinhar, a
solução é procurar alguém que cozinhe para você. Você paga por isso,
mas é a melhor maneira de aproveitar aquela oportunidade", compara
Gallo.

Bolsa de Valores
De acordo com o gerente da Lecca, o investimento em renda variável
ainda exige um pouco mais de cautela, devido, principalmente, ao
cenário externo.

"O grande empecilho da bolsa no início do ano era o cenário interno.
Agora, tivemos uma melhora da situação econômica nacional, com o
arrefecimento da inflação, mas o cenário externo piorou, com muitas
dúvidas sobre a situação fiscal dos países periféricos europeus,
especialmente a Grécia, além de dados ruins da economia
norteamericana", afirma Catalão.

De acordo com ele, diante disso, a bolsa pode ser uma boa opção para
aqueles que pretendem operar no longo prazo, em um horizonte de no
mínimo doze meses. "Existem ações de empresas que estão baratas e há
uma perspectiva de valorização no longo prazo", aponta o profissional.

Fonte: Uol

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