Mariana Segala (msegala@brasileconomico.com.br)
Seguindo o movimento de internacionalização do fluxo comercial e produtivo das empresas brasileiras, mais bancos do país estão buscando ampliar a presença no exterior.
De um relacionamento a partir de solo nacional, alguns se dispuseram a efetivamente fincar os pés lá fora.
"As companhias brasileiras estão se abrindo muito mais para o mundo e o mercado tende a buscar soluções financeiras para elas", afirma Abraham Weintraub, diretor da corretora do Banco Votorantim, que está colocando em funcionamento, nos próximos dias, uma nova unidade (broker dealer) em Londres, onde já tem um escritório.
Na mesma toada, o Banco Modal abriu neste ano uma agência nas Ilhas Cayman, onde também o banco BTG Pactual já foi autorizado, pelo Banco Central, a ter sua própria.
"Na esteira do crescimento do Brasil aos olhos do mundo, já estava no nosso planejamento começar aos poucos esse relacionamento com o exterior", diz o sócio responsável pela área internacional do Banco Modal, Eduardo Borges.
Segundo dados do BC, os bancos brasileiros possuem atualmente 145 dependências no exterior, entre agências, escritórios e participações (categoria em que entram subsidiárias e participações em instituições estrangeiras). O Banco do Brasil lidera, com 50 dependências.
"A internacionalização é uma estratégia que traçamos em 2009, com três objetivos, que são acompanhar as empresas brasileiras, os próprios brasileiros e estar presentes onde há grande fluxo do país com o exterior", pontua o vice-presidente de negócios internacionais do BB, Alan Toledo.
No caso do Modal, entre os principais objetivos neste primeiro momento da atuação em Cayman está tornar a unidade um veículo de captação de recursos.
"Queremos nos relacionar com outros bancos na obtenção de linhas de crédito, assim como com agências de fomento", explica Borges.
A presença internacional visa ainda estabelecer o contato com empresas e investidores interessados em aplicar em créditos brasileiros. A operação internacional do banco mal começou e, intencionalmente, cada passo está sendo dado no seu tempo.
"Mas uma parte importante dessa estratégia é começar a sindicalizar operações de crédito com parceiros", diz o executivo.
A unidade do Votorantim em Londres ajudará o banco a ampliar a distribuição de produtos brasileiros na Europa, afirma Weintraub.
"A partir daí, começaremos a discutir a abertura de unidades na Ásia", explica o executivo. O banco, que tem área de corretagem também em Nova York, enxerga Hong Kong como a praça asiática mais evidente para se estabelecer. "Nossa presença internacional só tende a se fortalecer", afirma.
Da mesma forma pensa a diretoria do Modal, que reforça: "A estratégia internacional do banco não se limita à criação de uma agência", segundo Borges. Para intermediar negócios com títulos e valores mobiliários, o banco também começa a estudar a criação de uma broker dealer nos Estados Unidos. "A abertura de outra instituição nos permitirá acessar um público-alvo diferente."
O Banco do Brasil tem um leque amplo de regiões em que pretende reforçar a presença. Além dos Estados Unidos, onde recentemente comprou o pequeno EuroBank, a América do Sul também está no foco, com destaque para Peru, Chile e Colômbia. Na Argentina, o banco já comprou o Patagônia. "É o principal destino das empresas brasileiras", destaca Toledo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário