18/04/2011

Ações da OGX despencam quase 15% após atualização de reservas

Braço pretolífero do Grupo EBX, comandado por Eike Batista,atualizou na sexta-feira sua estimativa de recursos potenciais de óleo e gás para 10,8 bilhões de boe

As ações da OGX Petróleo (OGXP3), braço petrolífero do Grupo EBX, comandado pelo bilionário brasileiro Eike Batista, abriram em forte baixa na sessão desta segunda-feira (18), repercutindo a divulgação do relatório da consultoria especializada DeGolyer & MacNaughton (D&M) que atualiza para 10,8 bilhões de barris de óleo equivalente (boe) os recursos potenciais de óleo e gás da companhia.

Às 10h25 (horário de Brasília), os papéis ordinários da companhia despencavam 14,10%, negociados a 16,88 reais. Mais cedo, as ações atingiram a mínima de 16,35 reais, o que representa uma queda de 16,8%.

No pregão de sexta-feira (15), os papéis da empresa tinham subido 3,15%, para 19,65 reais, diante da expectativa dos investidores pela divulgação do relatório.

Segundo o documento, a OGX conta com um potencial líquido de 5,7 bilhões de barris na bacia de Campos; 1 bilhão de barris na bacia do Parnaíba; e 1,1 bilhão de barris na Colômbia. Esses números, somados à estimativa de 6,8 bilhões de boe divulgada em setembro de 2009, totalizam as novas reservas da OGX.

“Esses resultados, apresentados por uma consultoria independente e respeitada em todo o mundo, vêm comprovar o extraordinário sucesso de nossa estratégia de atuação”, afirmou Eike na mesma nota à imprensa.

O empresário destacou, ainda, que a maior parte das descobertas da OGX situa-se em águas rasas, o que reduziria os custos de exploração e produção, quando comparados ao pré-sal. Além disso, a tecnologia de extração em águas rasas seria “amplamente dominada.”

Avaliação

Na opinião do BTG Pactual, os recursos totais de petróleo e gás ficaram abaixo do esperado. Por conta disso, a instituição financeira rebaixou sua recomendação para OGX de compra para neutra. Os analistas Gustavo Gattass e Rafael Fonseca reduziram a estimativa para o preço-alvo em 12 meses de 27,63 reais para 21,63 de reais, segundo relatório obtido pela Bloomberg.

A mesma atitude foi tomada pelo Santander, que reduziu sua recomendação de compra para manter os papéis da OGX. Em relatório, os analistas Christian Audi e Vicente Falanga Neto diminuíram suas estimativas de preço-alvo de 33 reais para 25 reais até o final de 2011.

Segundo o Santander, a OGX apresentou um total de recursos potenciais e de contingentes menor que o esperado na Bacia de Campos. Além disso, os analistas criticam também o uso de uma nova classificação (recursos de delineação) no relatório. Por conta disso, eles optaram por não atribuir valor a estes recursos.

Os recursos de delineação na Bacia de Campos totalizaram 1,3 bilhão de boe, segundo relatório da OGX, e levam em consideração o limite geológico das estruturas encontradas, enquanto os recursos contingentes consideram apenas premissas relacionadas à distância do poço, independente da não ocorrência de barreiras geológicas evidenciadas pela sísmica.

Na contramão, os analistas Diego Mendes e Paula Kovarsky do Itaú BBA reiteraram a recomendação outperform (performance acima da média do mercado) para as ações da companhia, mantendo o preço-alvo de 33,30 reais até o final do ano. Segundo eles, os números divulgados pela OGX vieram em linha com as estimativas e “não trouxeram surpresas”

IPO em Londres

O empresário Eike Batista disse na sexta-feira que está em fase de conclusão o processo que vai listar as ações da OGX na Bolsa de Londres. Segundo ele, a listagem deverá estar concluída em no máximo três meses.

Fonte: Exame

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