18/04/2011

Resultados, Grécia e China trazem mau humor aos mercados externos

Os principais mercados externos globais registram desvalorização nesta segunda-feira (18), diante de uma série de notícias que mantém a cautela como sentimento dominante do mercado neste pregão. Nos Estados Unidos, os contratos futuros dos índices em Wall Street apontam abertura em queda e respondem não só à ansiedade dos investidores com a temporada de balanços, que traz nesta sessão o resultado do Citigroup, mas também às renovadas preocupações com a crise fiscal na Europa.
No continente, os principais índices de ações tanto em Londres quanto em Frankfurt recuam  cerca de 1%, em meio a rumores sobre uma reestruturação da dívida grega. O ministro de finanças da Grécia, George Papaconstantinou, no entanto, afirmou que o país não possui nenhum plano para reestruturar sua dívida, ao passo que o FMI (Fundo Monetário Internacional) considera a situação grega como insustentável, segundo rumores.
A Grécia é o país com a maior probabilidade de calote, com 62,57%, segundo o mercado de CDS  (Credit Default Swaps, títulos que funcionam como proteção contra inadimplência), de acordo com informações da CMA Vision.
Soma-se ao conturbado cenário o resultado das eleições parlamentares na Finlândia, com a expressiva votação do partido True Finns - opositor a programas de ajuda financeira aos países em crise -, o que eleva as incertezas sobre a aprovação da participação do país em um programa de ajuda a Portugal.
Mais aperto na China
Na Ásia, o índice Nikkei, mais importante da Bolsa de Tóquio, encerrou o pregão em queda. Já o principal índice acionário chinês, o Shanghai Composite, registrou leve alta, mesmo após mais uma medida de aperto monetário do governo para combater a inflação.
O governo do país elevou a taxa de exigência de reservas de capital dos bancos durante o final de semana em 50 pontos-base, como já era esperado por grande parte dos investidores após a China anunciar que a inflação em março atingiu o maior valor em 32 meses, ao marcar alta de 5,4% na comparação anual.
Nos Estados Unidos, a agenda mais fraca abre espaço para a temporada de resultados, com destaque para o Citigroup. Entre os indicadores econômicos, apenas o índice NAHB de confiança do construtor, referente a abril, tem mais relevância. De acordo com a LCA, a trajetória aguardada é de recuperação gradual, "acompanhando a retomada (ainda que incipiente) das vendas de moradias neste início de ano".
Inflação em pauta
Por aqui, a inflação medida pelo IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor - Semanal) apontou queda no ritmo de alta na primeira semana de abril, marcando variação de 0,83%, taxa 0,06 ponto percentual inferior àquela vista na semana anterior.
No entanto, pela sexta semana consecutivo o boletim Focus do Banco Central trouxe elevação da projeção do mercado para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que passou de 6,26% para 6,29% em 2011. A expectativa para a Selic e para o PIB (Produto Interno Bruto) foram mantidas, respectivamente, em 12,25% ao ano e crescimento de 4% em 2011.
Vale notar que a sessão marca também o vencimento de opções sobre ações da Bovespa, o que deve acrescentar volatilidade às negociações.

Fonte: InfoMoney

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