30/07/2007

Bolsas seguem instáveis, mesmo com notícias positivas nos EUA

Os movimentos do pregão desta sexta-feira nas Bolsas de Valores de São Paulo (Bovespa) e de Nova York mostram mais um dia de incertezas nos mercados de ações, mesmo após a divulgação dados positivos sobre a economia dos Estados Unidos.

Depois de abrir em baixa, o Ibovespa (Índice Bovespa, o principal da Bolsa brasileira) passou a subir por volta das 10h15 e, desde então opera sem rumo definido.

Às 16h35, o índice tinha alta de 0,14%, a 53.969 pontos. O dólar voltou a ser vendido abaixo de R$ 1,90. Às 15h40, recuava 1,71%, cotado a R$ 1,895 na venda. Ontem, o Ibovespa registrou a terceira maior queda do ano, de 3,76%, seguindo uma turbulência que atingiu as principais Bolsas do mundo. Nesta semana o índice já caiu 6%, zerando os ganhos do mês.

O índice nova-iorquino Dow Jones 30 Industrials, o mais importante do mundo, também apresenta instabilidade nesta sexta-feira. Na Europa, as ações encerraram em baixa pelo quarto dia seguido. Na Ásia, a queda também foi forte.

Pé atrás
"O mercado está bem mais calmo que ontem, mas o pessoal ainda está com o pé atrás. Acho que vamos ter um período de 10 a 15 dias com o mercado talvez caindo mais um pouco", comentou o operador de uma corretora nacional.

Uma declaração do secretário do secretário do Tesouro dos Estados unidos, Henry Paulson, tentou acalmar os investidores. Segundo ele, a economia de seu país está avançando em um nível sustentável, e os riscos do mercado de crédito imobiliário estão em grande parte contidos.

A notícia de que a economia dos Estados Unidos cresceu 3,4% no segundo trimestre já havia repercutido de modo positivo no início dos negócios, uma vez que analistas esperavam uma expansão entre 3,2% e 3,5%. Mas, mesmo após a divulgação do dado, as Bolsas de Nova York e de São Paulo voltaram a operar no sobe-e-desce.

Os investidores seguem atentos a novas notícias relacionadas sobre crédito de alto risco e o setor imobiliário, assuntos que motivaram a venda de papéis de países emergentes ontem.

TAM se recupera
Depois de cairem mais de 15% nos dois dias que sucederam o maior acidente da história da aviação brasileira, as ações da TAM começam a se recuperar, na contramão da tensão dos mercados mundiais nesta sexta-feira.

Dos 59 papéis listados no Ibovespa, os da TAM operam entre os cinco que mais se valorizam no dia. Quem vai liderando é a Sadia, que ontem divulgou seu balanço, mostrando um crescimento de 522% no lucro do segundo trimestre.

Caiu por quê?
A instabilidade que os mercados de ações enfrentam nesta semana foi desencadeada por um conjunto de notícias que intensificaram as preocupações dos investidores. Saiba quais são as principais e por que elas afetam as Bolsas de Valores.

Analistas ficam divididos
A duração da turbulência nos mercados de ações divide analistas. A tensão está "bastante localizada" e não corre perigo de se transformar em uma crise sistêmica, segundo Mathilde Lemoine, economista-chefe do HSBC em Paris. Já Ricardo Amorim, diretor do banco WestLB, diz que "o medo de essa bolha (imobiliária) estourar existe e é isso que vai deixar o mercado volátil nos próximos meses"

Fonte: UOL Economia

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