07/07/2007

Telemar capta R$ 11 bilhões para comprar ações

O setor de telecomunicações foi movimentado ontem por duas notícias: a venda de 6,56% das ações ordinárias (com direito a voto) da Brasil Telecom (BrT), que surpreendeu o mercado, e o anúncio de captação de R$ 11,45 bilhões pela Telemar no exterior, para financiamento da recompra de ações preferenciais da empresa.

Nos últimos dois dias, tem sido forte a oscilação dos papéis das duas companhias, por conta de rumores de que estaria próxima a venda da parcela de 38% da Telecom Italia na Solpart (que controla a BrT) para o consórcio formado pelos fundos de pensão estatais e o Citibank. A mudança seria o ponto de partida para uma eventual fusão do Grupo Oi (Telemar) e Brasil Telecom.

A compra dos papéis da BrT foi feita pelo Credit Suisse First Boston. Comunicado formal distribuído no fim da tarde pela BrT frisou ter recebido informação do Credit Suisse que a aquisição “não objetiva alterar a composição do controle ou a estrutura administrativa da companhia, possuindo caráter meramente de investimento”.

A BrT fez questão de ressaltar ainda não ter conhecimento de pessoas ligadas ao banco que possuam ações ou debêntures da empresa ou que tenham direito de subscrição sobre títulos desse tipo. A compra surpreendeu também alguns acionistas da companhia.

Já a Telemar Participações, controladora do grupo de telefonia Oi, anunciou a captação bilionária, também em fato relevante ao mercado, salientando que os recursos servirão para financiar a compra de ações preferenciais (PN) das subsidiárias Tele Norte Leste e Telemar Norte Leste, hoje em mãos do mercado. O empréstimo será dividido em duas modalidades: emissão de notas promissórias no valor de R$ 4,8 bilhões e contratação de empréstimo em dólares de R$ 6,65 bilhões no exterior. As operações foram aprovadas em reunião do Conselho de Administração da companhia realizada ontem.

Troca

A Telemar vem tentando retirar do mercado as ações preferenciais, sem direito a voto, a fim de promover uma reestruturação acionária no grupo. No final do ano passado, a empresa tentou, sem sucesso, trocar os papéis preferenciais em mãos dos minoritários por ações ordinárias. Na época, porém, os investidores não consideraram atraente a relação de troca proposta pelo grupo de controle, formado por Andrade Gutierrez, La Fonte, GP e Opportunity.

Fonte: Portal Exame

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