31/05/2011

Apesar da instabilidade da bolsa, cresce número de usuários de simuladores

SÃO PAULO – O fraco desempenho do Ibovespa ao longo deste ano e a leve
diminuição do número de pessoas físicas que operam na bolsa não
refletiram na quantidade de pessoas que procuraram os simuladores de
investimento durante o período.

De acordo com dados da BM&FBovespa, o número de pessoas cadastradas no
SimulAção, programa que simula a transações de compra e venda de ações
da Bolsa por meio da Internet, cresceu 54% entre janeiro e abril deste
ano, para 79.010 participantes, ao contrário do número de investidores
pessoa física na Bolsa de Valores (queda de 1,15% no mesmo período).

De acordo com o economista-chefe da corretora Souza Barros, Clodoir
Vieira, os simuladores são uma boa opção para o investidor aprender as
características principais da Bolsa de Valores antes de começar a
operar com o mercado de renda variável. "É uma ferramenta bastante
interessante", diz o economista.

Reprodução do mercado
Para ele, o ideal é que os simuladores reproduzam com o máximo de
fidelidade possível o mercado "real" de negociação, disponibilizando
ao usuário as principais operações dos home brokers.

"Alguns simuladores só disponibilizam as ações mais negociadas. Mas o
ideal mesmo é poder operar com todos os papéis, até mesmo com aqueles
que são considerados "micos" (jargão de mercado para ações que têm
forte oscilação, baixa liquidez, e que costumam dar prejuízo aos
investidores). Além disso, é importante que o investidor possa fazer
até mesmo operações a termo, para ter ideia exatamente de como
funciona e evitar ter problemas quando for operar no mercado mesmo",
afirma Vieira.

Sensação diferente
O especialista do MoneyFit, Antonio De Julio, ressalta que um dos
problemas dos simuladores é que eles não dão ao investidor a
verdadeira sensação de ver as ações caírem e poder perder dinheiro com
aquela operação.

"Quando não tem valor envolvido, o investidor age de maneira
diferente. Fica mais confiante e muitas vezes acaba fazendo uma
análise diferente daquela que teria feito no mercado real", afirma De
Julio.

Entretanto, ele também considera os simuladores uma boa oportunidade
para que os investidores aprendam um pouco mais do mercado. "É
interessante para conhecer o mecanismo, os lotes, como funciona a
compra e venda dos papéis. Mas ficar muito tempo na frente dos
simuladores eu já não acho muito interessante, sem ir para o mercado
real, eu não acho muito bom", pondera.

Redes sociais
Com a popularização das redes sociais, os simuladores também já estão
disponíveis nas mais famosas redes disponíveis no mercado.

Entre eles, o Dosh, palavra britânica para dinheiro, inova trazendo
para o Facebook um simulador com formato de jogo. "A rede social
acelera a disseminação de uma ideia e de uma mensagem. Por isso, fazia
muito sentido colocar o simulador neste ambiente, que teria uma taxa
de adesão bem maior", afirma um dos criadores do site, André Fonseca.

Lançado em novembro, o Dosh já conta com 36 mil participantes.
"Estamos crescendo de maneira bastante rápida. A dinâmica de jogo
torna o simulador muito mais interessante", ressalta Fonseca.

Diferente dos outros simuladores disponíveis, o Dosh possibilita que o
jogador "invista" em papéis listados na Bolsa de Nova York (Nyse) e na
Bolsa eletrônica Nasdaq, além da Bovespa.

"Ele é um simulador 'multibolsa'. Você pode ter na sua carteira ações
da Petrobras, da Apple, do Google, da Vale. Pode operar nesses
mercados de forma simultânea, o que não existe em outros simuladores",
afirma Fonseca.

Além disso, o jogo permite que o usuário "siga" um jogador que ele
considera bom e, assim, sua carteira será gerida por ele durante um
determinado período de tempo. "Depois de uma semana, o dinheiro
retorna para você com a rentabilidade que aquela pessoa conseguiu. Se
a carteira daquela pessoa superou o Ibovespa, uma parte da
rentabilidade fica para ela de lucro, como se fosse uma taxa de
performance", explica Fonseca.

Simuladores da Bolsa nas redes sociais
A própria BM&F Bovespa aderiu às redes sociais e já permite que
usuários simulem investimentos por meio do Facebook e do Orkut.
Lançado em fevereiro, o SimulAção nas redes sociais já conta com 5.189
usuários no Facebook e 4.142 no Orkut, segundo dados da própria bolsa.

O diferencial do SimulAção nas redes é a possibilidade de buscar
amigos e elaborar um ranking de seus investimentos, além de oferecer
medalhas para metas e desafios (achievements) conquistados, segundo a
BM&FBovespa.

Fonte: InfoMoney

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