26/05/2011

Bolsas europeias terminam em queda com dados dos EUA e temor sobre Grécia

SÃO PAULO – Os principais índices acionários europeus terminaram a
quinta-feira (26) em queda, refletindo a declaração do presidente do
grupo de ministros de finanças da Zona do Euro, Jean-Claude Juncker,
acerca de um possível corte no pacote de ajuda à Grécia por parte do
FMI (Fundo Monetário Internacional). Além disto, indicadores vindos
dos EUA desapontaram os investidores, contribuindo para o movimento
negativo.

Com isso, o índice FTSE 100, da bolsa de Londres, foi exceção ao
apresentar leve alta de 0,18% e atingiu 5.881 pontos, acumulando no
ano leve baixa de 0,32%. Por outro lado, o CAC 40, da bolsa de Paris,
encerrou em leve baixa de 0,30%, atingindo 3.917 pontos, chegando a
uma valorização 2,96% no ano. Já o DAX 30, da bolsa de Frankfurt,
apresentou uma baixa de 0,79% aos 7.114 pontos, acumulando uma forte
valorização de 2,89%. Por sua vez o SMI de Zurique subiu 0,07%, aos
6.469 pontos.

Em linha, os países componentes do PIIGS (Portugal, Irlanda, Itália,
Grécia e Espanha), que recebem mais atenção em questões da dívida
soberana, viram seus índices registrarem baixa. Na Irlanda, o ISEQ
recuou 0,26%. Já o grego Athens Composite terminou em queda de 0,44%.
Por sua vez, o FTSE MIB de Milão registrou desvalorização de 0,71% aos
20.668 pontos, enquanto o IBEX 35, da bolsa de Madri, na Espanha,
recuou 0,14% aos 10.203 pontos. O principal índice português, o PSI 20
de Lisboa, não foi exceção ao registrar desvalorização de 0,45%.

FMI e crise fiscal
O contexto da crise fiscal influenciou os mercados na data, tendo em
vista que o FMI poderá deixar de liberar sua parte no pacote de ajuda
financeira à Grécia no próximo mês, estimada em € 3,3 bilhões, de
acordo com o Jean-Claude Juncker, presidente do grupo de ministros de
finanças da Zona do Euro.

Ademais, as especulações em torno do próximo diretor do FMI continuam.
Hoje, a ministra de Finanças francesa Christine Lagarde - que já
oficializou sua candidatura - anunciou que pretende visitar Brasil,
China e Índia para conseguir o apoio dos emergentes.

Agenda econômica
A agenda econômica do dia contou com a divulgação da segunda prévia do
PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos, que avançou 1,8% no
primeiro trimestre de 2011, abaixo das expectativas do mercado, que
projetavam uma expansão de 2% na atividade do país.

Já o Initial Claims, que mede o número de pedidos de
auxílio-desemprego no país, registrou um total de 424 mil novos
pedidos na semana até a última sexta-feira (20), superando às
projeções que giravam em torno de 400 mil solicitações.

Destaques corporativos
No campo corporativo, os papéis dos banco UniCredit e do Banco
Espírito Santo, caíram 2,87% e 2,29% em Milão e Lisboa,
respectivamente. Já as ações da Hellenic Tellecomunications subiram
4,79% após o noticiário afirmar intenções do governo grego em se
desfazer de aproximadamente 10% de sua participação na empresa.

As mineradoras se destacaram no FTSE 100, com a Antofagasta (+3,45%)
liderando os ganhos, após a empresa anunciar que o seu lucro no
primeiro trimestre do ano subiu 30%, com aumentos de produção e
preços. Fresnillo (+2,30%), Anglo American (+2,20%), Eurasian (+1,20%)
seguiram a tendência, assim como BHP Billiton (0,75%) e Rio Tinto
(+0,01%).

Já a maior queda na bolsa de Londres foi da produtora de artigos de
luxo Burberry (-4,55%), que anunciou que a margem operacional da
empresa provavelmente apresentará queda nos próximos seis meses. Essa
tendência foi seguida pelas holdings de luxo, Louis Vuitton (-1,02%) e
PPR (-0,80%), em Paris.

O índice francês, por sua vez, foi influenciado pelas quedas das
montadoras de automóveis Peugeot e Renault, em 1,51% e 1,26%,
respectivamente. Essa tendência foi seguida pelas montadoras da bolsa
de Frankfurt, Volkswagen (-1,85%), BMW (-1,73%) e Daimler (-0,67%).

Também no DAX a Bayer (-1,87%) registrou recuo após o UBS diminuir a
recomendação para as ações da farmacêutica de "neutra" para
"performance abaixo do mercado". Essa queda só não foi superada pela
varejista Metro, que caiu 2,44%, movimento acompanhado pela varejista
francesa Carrefour, que teve queda de 1,09%.

Fonte: InfoMoney

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