27/05/2011

Como saber se o seu filho é um pequeno consumista?

SÃO PAULO – Não é novidade que o comportamento dos pais, em certa
medida, influencia o comportamento dos filhos. E, quando se trata de
consumo, a influência pode ser ainda maior. E os danos também. Pais
consumistas têm grandes chances de terem filhos que, quando adultos,
se tornem consumistas também. Contudo, mesmo quando a família tenta
manter o controle no orçamento, os filhos podem ir no sentido
contrário desse exemplo.

Os motivos para esse comportamento são muitos e variam desde exemplos
de fora do núcleo familiar, como os de amigos e parentes da família,
até a influência das propagandas e amiguinhos que têm aquele tênis
novo, aquele jogo incrível e aquela boneca que fala. E como saber se o
seu filho é um pequeno consumidor afoito por consumo?

O especialista em educação financeira e autor de livros sobre finanças
para crianças, Álvaro Modernell, explica que existem sinais que ajudam
os pais a identificarem um comportamento fora do normal com relação ao
consumo das crianças. "O primeiro sinal é o inconformismo a tudo o que
ela tem", diz. A constante insatisfação com os brinquedos e roupas que
tem faz com que a criança peça mais. E esse é mais um sinal de um
futuro comportamento consumista.

O especialista ainda ressalta que, quando a criança está muito atenta
a marcas, os pais precisam redobrar a atenção. "Veja quanto tempo dura
a mesada", aconselha. Se ela acaba muito rápido, é preciso que os pais
façam um diagnóstico dos gastos da criança, como explica o educador,
terapeuta financeiro e presidente do Instituto DSOP de Educação
Financeira, Reinaldo Domingos. "É importante que os pais façam um
registro de todo o dinheiro que dão aos filhos por um mês, antes de
instituir a mesada", diz.

A partir dessa conta, eles verificam se os gastos estão saindo do
controle. E o normal nesse caso, explica Domingos, é o que está de
acordo com a renda dos pais. "A partir disso, é hora de instituir a
mesada, que deve ser 50% do valor observado pelos pais durante esse
mês", aconselha Domingos.

Evitando o excesso
Modernell ressalta que não existe problema em consumir. "A questão
sempre é o excesso e a frequência desse consumo", diz o educador. E,
para evitar que o pequeno se torne um adulto consumista, ao verificar
os sinais que pode levá-lo a isso, os pais precisam agir. "A começar
por dizer não", afirma.

Atentar aos exemplos é primordial. Modernell explica que os pais
precisam ter a certeza de que o comportamento negativo deles não está
sendo copiado. Domingos reforça que, para que os pais tenham controle
dos gastos e do comportamento de consumo dos filhos, eles precisam ter
o controle do próprio orçamento.

"Cada família tem o seu padrão de vida. E somente ela pode saber o que
pode e o que não pode ser dado para a criança", diz. Ainda assim,
Domingos acredita que as famílias que querem passar bons exemplos
devem fazer um planejamento de suas contas para, depois, fazer o
planejamento das contas da criança.

A partir desse momento, os pais devem incentivar os gastos com
objetivos. "Perguntar para a criança quais são os sonhos dela, seja um
jogo novo ou uma viagem para a Disney, e fazê-la entender que certos
sonhos têm um preço ajuda ela a entender o valor que o dinheiro tem",
afirma.

Atrelar o sonho à mesada da criança também ajuda. "Se os pais a
fizerem entender que, ao guardar 20% ou 30% da mesada, ela pode
conquistar esse sonho, a criança cria autonomia e controle sobre o
próprio dinheiro que ganha", aconselha. "Ela precisa entender que o
sonho é mais importante que o consumo".

Fonte: InfoMoney

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