29/07/2011

Ações de Coca-Cola e Nike chegam ao país; saiba investir nessas BDRs

Quem está querendo diversificar seu pacote de investimentos, colocando
na carteira ações de grandes empresas, como Coca-Cola, Nike e Amazon,
já pode fazer isso. Da poltrona de casa. Basta comprar títulos que se
chamam BDR (que é um certificado de ação de uma empresa com sede no
exterior).

Como isso funciona? A operação é relativamente simples. Basta estar
cadastrado em um fundo de investimentos que faça tal aplicação.
Investir diretamente nestes títulos aqui do Brasil ainda não é viável
para quem tem menos de R$ 1 milhão. Mesmo assim, as dicas nesta
reportagem são aplicáveis a quem faz o investimento indiretamente por
meio de fundos voltados para aplicações em BDRs.

As ações ficam custodiadas no país de origem. Mas para investir é
preciso se cadastrar em uma instituição depositária (um banco, por
exemplo) que irá gerar um certificado dessas ações, e vender para o
investidor aqui no Brasil.

"Isto é bom porque eu não preciso abrir uma conta em um banco no
exterior, transferir recursos e operar por lá. A instituição
depositária já faz esse tramite para mim, basta eu apenas comprar o
certificado aqui. Eu recebo os dividendos, e todos os proventos da
empresa da qual comprei o certificado", afirma o "day trader" (ele
compra e vende ações várias vezes em um dia) Danilo Bertasi.

Para Bertasi, essa é uma boa maneira para diversificar o capital e
pulverizar risco. Essa pulverização ocorre, segundo ele, porque se
trata de mais uma opção, e não porque as BDRs sejam particularmente
mais ou menos seguras.

O problema, diz ele, é ter pouca informação sobre a empresa
estrangeira. "São companhias de capital aberto sem registro na CVM,
que não estão sujeitas às mesmas regras de divulgação e sanções que as
empresas brasileiras", afirma Bertasi.

Outra questão que ele coloca é a baixa liquidez desses papéis. Afinal,
não é todo investidor que topa comprar ações de empresas estrangeiras.

A saída? "Tem que saber ler o balanço e ficar atento às noticias
internacionais, já que essas podem influenciar a cotação da ação", diz
Bertasi.
Saiba como funciona a operação com os BDRs

Segundo a Bolsa de Valores, os BDRs são negociados na BM&FBovespa, via
mercado de Bolsa, pelo sistema eletrônico Megabolsa, utilizado para a
negociação de ações e de outros valores mobiliários.

As instituições depositárias ou emissoras são autorizadas pelo Banco
Central e habilitadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a
emitir esses títulos.

A emissão é lastreada em valores mobiliários em seu país de origem.

Segundo a Bovespa, existem dois tipos de BDR: os patrocinados (níveis
1, 2 e 3), quando as próprias empresas vendem seus papéis no Brasil; e
os não-patrocinados, quando uma instituição depositária, sem o
envolvimento da companhia estrangeira, lança a negociação desses
certificados no Brasil.

Os BDRs Patrocinados nível 1 e os não-patrocinados são negociados
segundo as regras do mercado de balcão organizado e são considerados
investimento no exterior.

Os BDRs Patrocinados nível 2 e 3 são caracterizados pela negociação
segundo as regras do mercado de Bolsa e são considerados investimento
no Brasil.

Apenas investidores autorizados, ou seja, aqueles que atendem aos
requisitos impostos pela CVM, podem negociar BDRs nível 1
(patrocinados ou não-patrocinados).

Para Leonardo Calixto, da Empírica Investimentos, além da
diversficação, o investidor ganha na rapidez do processo. "O
investidor não precisa fazer operações de câmbio nem manter contas no
exterior", afirma.

Fonte: Uol

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