29/07/2011

Direto ao ponto: bolsa continuará "refém" dos Estados Unidos

SÃO PAULO - O Ibovespa deve voltar a refletir nesta sexta-feira (29)
o comportamento do cenário externo, diante da decisão da câmara dos
representantes norte-americana em adiar na véspera da proposta para
elevação do limite de endividamento.

Ainda no pregão anterior, o Ibovespa interrompeu a sequência de três
quedas e fechado em alta de 0,72%, a 58.708 pontos, com o mercado
pressionado pelas incertezas no cenário externo.

"O resultado foi mais por um ajuste técnico do que qualquer outra
coisa, pois a nossa bolsa está caindo muito forte este ano", afirmou o
analista da SLW, Pedro Galdi.

Agenda econômica fica em segundo plano
Na primeira etapa do pregão da véspera, o mercado reagiu positivamente
aos indicadores sobre mercado de trabalho e moradias nos Estados
Unidos, que vieram melhores que as expectativas dos investidores.
Porém, o cenário foi revertido no final da sessão, com a atenção
voltada para a decisão política em Wall Street.

A exemplo disso, esta sessão, que traz importantes indicadores nos
Estados Unidos, como a divulgação da preliminar do Produto Interno
Bruto (PIB) no país, além de indicadores de custo de emprego e
confiança do consumidor em Michigan, devem ficar em segundo plano.

O analista afirma que a decisão política novamente determinará o
desempenho do índice. "Se sair o resultado positivo o mercado comemora
e vai se comportar bem, mas se a decisão não for positiva o mercado
vai ficar pesado, independente do desempenho dos balanços corporativos
e dos indicadores econômicos divulgados na sessão", afirmava Galdi na
véspera.

Balanços corporativos são importantes, mas também não definem índice
Por falar em balanços corporativos, a divulgação continua intensa
Estados Unidos, com o mercado destacando nesta sessão, os resultados
de importantes companhias, como Starbucks e Chevron. Por aqui, a
temporada de balanços também está aquecida, tendo como um dos
principais destaques o resultado da Vale (VALE3, VALE5), divulgado
após o fechamento da última sessão.

A companhia fechou o segundo trimestre de 2011 com um lucro líquido
de R$ 10,275 bilhões, sendo este o melhor resultado para um segundo
trimestre da companhia. O desempenho, no entanto, ficou 9,0% abaixo do
lucro apresentado nos primeiros três meses do ano, período em que ela
reportou seu maior lucro da história (R$ 11,291 bilhões).

Para Pedro Galdi, apesar de o mercado manter a atenção nesses
resultados, eles não serão determinantes para o desempenho do índice.
"Já vi a Vale soltar o melhor resultado da história dela e e os papéis
caírem 8% porque o cenário externo não ajudou. Estamos reféns dos
Estados Unidos e isso permanece inalterado na sessão", conclui.

Fonte: InfoMoney

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