Mercado local deverá seguir os mercados internacionais, que operam na esteira do pessimismo em relação ao adiamento da votação na câmara sobre o aumento do teto do déficit norte-americano. Caso nada seja votado ou concluído até o final da tarde de hoje, provavelmente os mercados reagirão negativamente, já que o prazo final é na próxima terça-feira e o final de semana promete ser bastante intenso no cenário político norte americano.
Embraer – A companhia divulgou ontem (28/07) após o fechamento do pregão, seus números referentes ao 2° trimestre de 2011, que em linhas gerais vieram acima das expectativas do mercado. A receita líquida foi de R$ 2,16 bilhões, queda de 10,94% em relação ao mesmo período do ano passado, 23,45% acima do trimestre anterior e superando levemente as expectativas do mercado em 2,36, que totalizava R$ 2,11 Bilhões, impactados pelo forte aumento da venda de aeronaves executivas no 2T11, que corresponderam a 18% das vendas do período. Já o EBITDA ficou em R$ 250,3 milhões, representando uma queda de 15,92% frente ao 2T10 e uma ligeira queda de 3,6% sobre o valor divulgado no 1T11. O lucro líquido divulgado foi de R$ 153,8 milhões, registrando uma forte expansão de 51,23% pela comparação anual e uma queda de 11,6% em comparação ao trimestre anterior, impactada pelo aumento do custo de mão-de-obra e aumento dos custos com atividades de marketing e vendas geradas pelo elevado número de feiras de exposição no 2T11. O destaque positivo ficou para o aumento da carteira de pedidos de aviões internacionais no 2T11, que adicionou 62 E-Jets à carteira de ordens firmes, além de novos acordos para entrega de 42 E-Jets em fase de assinatura da documentação final. A companhia ainda destacou que devido à melhora do cenário internacional, a Embraer revisou o seu guidance de receita líquida para o ano de 2011 de US$ 5,6 Bilhões para US$ 5,8 Bilhões e possui como meta uma margem Ebitda de 12% até o final desse ano. Acreditamos que em impacto positivo para os papéis da companhia.
Gol Linhas Aéreas – A companhia aérea divulgou ontem (29/07) após o fechamento do mercado, a revisão de seu guidance para o ano de 2011. Diante da maior concorrência e alta dos custos no mercado brasileiro, a GOL informou que reduziu suas expectativas para a margem EBIT de 6,5% para 1% no pior cenário, que incorpora um preço do petróleo a US$ 115,0 e uma taxa de câmbio média de R$ 1,65. Já no melhor cenário, a margem Operacional (EBIT) ficaria em 4,0%, valor significativamente abaixo dos 10% da previsão anterior, favorecidos por um preço da commodity em US$ 100,0 e o câmbio a R$ 1,55. Além disso, a companhia informou que não vislumbra um cenário de recuperação real dos preços na receita de passageiros/km no segundo trimestre do ano, que deverá ficar em torno de R$ 19,00 devido à queda do market-share da empresa pela comparação semestral, que atingiu 37,5% em relação aos 40,8% do semestre anterior. De destaque positivo, a GOL divulgou que espera um crescimento da demanda interna da indústria (RPK) entre 12% e 18%, contra uma estimativa anterior de 10% no pior cenário e 15% no melhor. Acreditamos que a notícia é marginalmente negativa para os papéis da GOL, à medida que os crescentes aumentos das taxas aeroportuárias cobradas pela Infraero e o contínuo aumento do preço do combustível , que corresponderam a 40% dos custos totais da companhia no 1S11 e a entrada de novos players no setor, ainda continuam a pressionar a rentabilidade da empresa gerando um cenário desfavorável para a companhia no curto prazo.
Hering – A companhia divulgou ontem, após o pregão, seus números referentes ao 2° trimestre de 2011, que vieram marginalmente acima das expectativas do mercado. A receita líquida foi de R$ 347 milhões, crescimento de 37,16% em relação ao mesmo período do ano passado, 24,97% acima do trimestre anterior e em linha com as expectativas do mercado, que totalizavam R$ 344,5 milhões. Já o EBITDA ficou em R$ 97,6 milhões, 41,23% acima do resultado do 2T10, crescimento de 31,28% em relação ao trimestre anterior e superando as expectativas do mercado em 2,65%, que totalizavam R$ 95 milhões. O lucro líquido divulgado foi destaque positivo, de R$77,3 milhões, com crescimento de 80,85% em relação ao mesmo período do ano passado, 51,60% acima do 1T11, superando as expectativas em 19,05%, que eram de R$ 65 milhões, porém foi impulsionado não só pela melhor geração de caixa da empresa, como também pela menor incidência de impostos, efeitos não-recorrentes e o ajuste a valor presente. O destaque positivo ficou para o aumento da receita líquida, reforçada pela sazonalidade do mês de junho, principalmente pelo dia das mãe e o dia dos namorados, e a queda das despesas com vendas, gerais e administrativas, impulsionando assim o lucro da empresa. O destaque negativo ficou para a piora do perfil da divida da companhia que vem aumentando sua concentração em dívida de curto prazo, a qual representa hoje 59% da dívida total, ante 19%, no 2T10, e 55% no 1T11. Em linhas gerais, os números apresentados vieram marginalmente acima das expectativas do mercado, devendo ter um impacto marginalmente positivo sobre as ações da Hering, no entanto aguardaremos o conference call, a ser realizado hoje para maiores detalhes.
Setor de Alimentos – Segundo notícia do jornal "Valor Econômico" a Rússia enviou ao governo brasileiro, uma nova proposta para as cotas de importação de carnes, que teve como principais novidades o fim da discriminação geográfica, limitando o volume exportado pelo Brasil e a nova politica de tarifas, beneficiando o Brasil já que o país possui desconto de 5% dado pelo Sistema Geral de Preferencia (SGP). Apesar da proposta demonstrar uma flexibilização dos russos, o acordo entrará em vigor apenas se o Brasil aceitá-lo e se a Rússia ingressar na OMC. A notícia é marginalmente positiva para as empresas do setor, dado que melhora as condições das cotas atuais, porém aguardaremos maiores detalhes quanto às negociações que devem prosseguir nessa sexta-feira (29).
Vale – A companhia divulgou ontem (28/07), após o pregão, seus números referentes ao 2° trimestre de 2011, que, em linhas gerais, vieram levemente abaixo das expectativas do mercado. A receita líquida foi de R$ 25,064 bilhões, crescimento de 34,95% em relação ao mesmo período do ano passado, 11,44% acima do trimestre anterior e 4,21% abaixo das expectativas do mercado que totalizaram R$ 26,166 bilhões. A expansão da receita na comparação anual e trimestral se deve principalmente ao aumento das vendas de minério de ferro, que totalizaram 60,642 milhões de toneladas, 6,23% superior em relação ao mesmo período do ano passado, quando somou 57,081 milhões de toneladas, e 8,64% acima do trimestre anterior, que totalizou 55,816 milhões de toneladas. Além disso, nota-se uma crescente concentração das vendas para a Ásia, em particular a China, que responde por 31,28% da receita operacional da companhia. O EBITDA totalizou R$ 14,802 bilhões, 41,86% acima em relação ao mesmo período do ano passado, 4,61% abaixo do trimestre anterior, 13,64% acima do 1T11 sem a venda de ativos e 8,71% abaixo das expectativas do mercado que totalizavam R$ 16,214 bilhões. Vale ressaltar que neste trimestre não houve ajuste de itens não recorrentes, ao contrário do trimestre anterior, quando houve um aumento de 20% do EBITDA decorrente da venda de ativos. E o lucro líquido divulgado foi de R$ 10,275 bilhões, crescimento de 54,86% em relação ao mesmo período do ano passado, 9% abaixo do ultimo trimestre e 3,41% abaixo das expectativas, que totalizavam R$ 10,637 bilhões. O destaque positivo ficou para a redução da dívida líquida/EBITDA para 0,68 e a melhora da rentabilidade das operações da mineradora, registrando uma margem bruta de 4 p.p acima do trimestre anterior. Outro destaque positivo ficou por conta do anúncio da aprovação do aumento da renumeração de dividendos aos acionistas de US$ 0,57 por ação ordinária ou preferencial. Apesar do sólido crescimento do resultado na base anual, os números divulgados pela empresa vieram ligeiramente abaixo das expectativas do mercado. Dessa forma, acreditamos em um impacto neutro para os papéis da companhia.
Fonte: Um Investimentos
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