28/07/2011

Ibovespa cai 1,77% e registra menor pontuação desde 20 de maio de 2010

SÃO PAULO – O Ibovespa fechou o pregão desta quarta-feira (27) com sua
terceira queda consecutiva, com variação negativa de 1,77%, aos 58.288
pontos, atingindo assim sua menor pontuação desde 20 de maio de 2010,
quando fechou a 58.192 pontos. O benchmark segue pressionado pelo mau
humor externo, decorrente não só do impasse político nos EUA como
também para o tom nada animador do Livro Bege do Fed, bem como o corte
do rating grego por mais uma agência de risco. O giro financeiro foi
de R$ 6,501 bilhões.

Na véspera, a Câmara dos Representantes dos EUA adiou para
quinta-feira (28) a votação do plano republicano, uma vez que o
Departamento de Orçamento do Congresso reportou que a proposta para
redução do déficit não alcançaria a meta de conter US$ 1,2 trilhão em
gastos. Lembrando que o prazo limite para a elevação do limite do teto
da dívida externa do país é no dia 2 de agosto.

Ainda no cenário internacional, a agência de classificação de risco
Standad & Poor's anunciou o corte do rating soberano da Grécia de CCC
para CC, com perspectiva negativa.

Destaques do pregão
As units do Santander Brasil (SANB11, -6,39%, R$ 14,80) seguraram a
lanterna do Ibovespa nesta sessão, após a filial brasileira do banco
espanhol ter divulgado seus resultados relativos ao 2T11 antes da
abertura do pregão regular. Os números apresentados parecem não ter
agradados os investidores, apesar de terem vindo melhores do que as
expectativas da Ágora Corretora.

As ações da BM&F Bovespa (BVMF3) fecharam em queda de 5,45%, cotadas a
R$ 9,03, após o Governo editar a medida provisória 539, que altera
regras para negociações de derivativos como forma de tentar conter a
valorização do real frente ao dólar.

Na ponta positiva, destaque para as ações da Telesp (TLPP4, +1,81%, R$
47,70), que lideraram os ganhos do benchmark nesta quarta-feira. A
companhia, que também divulgou seus resultados nesta sessão, reportou
um avanço de 30% no seu lucro líquido em relação ao 2T10, atingindo a
marca de R$ 1,14 bilhão.

Após o anúncio de aquisição de plantas industriais no exterior, as
ações preferenciais da Braskem (BRKM5) inverteram o sinal negativo
visto ao longo do dia e fecharem cotados a R$ 19,40, alta de 1,04%,
segunda maior do Ibovespa.

Agenda
No Brasil, o IPC-Fipe (Índice de Preços ao Consumidor), divulgado pela
Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), apontou variação
positiva dos preços de 0,26% na terceira quadrissemana de julho. Ainda
por aqui, a Nota de Política Monetária divulgada pelo Banco Central,
mostrou que a participação do volume de crédito sobre o PIB (Produto
Interno Bruto) elevou-se para 47,2% em junho deste ano, ante 46,9% em
maio.

BaCen também divulgou que o fluxo cambial acumulado de julho até a
última sexta-feira (22) registrou saldo positivo de US$ 10,870
bilhões, impulsionado mais uma vez pelo resultado do fluxo financeiro
no período, que teve um resultado superavitário de US$ 7,693 bilhões,
enquanto o fluxo comercial registrou saldo positivo de US$ 3,177
biilhões.

Nos EUA, destaque para o Livro Bege do Federal Reserve, revelou que o
fraco desempenho do mercado de trabalho norte-americano, aliado ao
deteriorado mercado imobiliário nos Estados Unidos, tem ofuscado o
avanço dos gastos dos consumidores no país. Enquanto isso, o número de
pedidos e entregas de bens duráveis feitos à indústria norte-americana
veio bem abaixo do esperado pelo mercado durante o mês de junho

Dólar
O dólar comercial interrompeu sua sequência de seis quedas com uma
forte alta de 1,24%, fechando cotado a R$ 1,557, maior oscilação
positiva desde 5 de maio, quando a moeda fechou em alta de 1,25%. Já o
dólar Ptax, que referencia os contratos futuros na BM&F Bovespa,
fechou cotado a R$ 1,5639 na venda, alta de 1,92% frente ao último
fechamento.

Nesta sessão, o Banco Central realizou dois leilões de compra de
dólares no mercado cambial à vista. A primeira operação ocorreu entre
às 11h07 (horário de Brasília) e às 11h12 e teve uma taxa de corte
aceita em R$ 1,566, enquanto a segunda contou com taxa de R$ 1,5572,
tendo ocorrido das 16h00 às 16h05.

Bolsas Internacionais
O índice Nasdaq Composite, que concentra as ações de tecnologia
norte-americanas, fechou em baixa de 2,65% e atingiu 2.765 pontos.
Seguindo esta tendência, o índice S&P 500 desvalorizou-se 2,03% a
1.305 pontos, da mesma forma, o índice Dow Jones, que mede o
desempenho das 30 principais blue chips norte-americanas, caiu 1,59% a
12.303 pontos.

Na Europa, o índice CAC 40 da bolsa de Paris registrou baixa de 1,42%
e atingiu 3.734 pontos; no mesmo sentido, o índice DAX 30 da bolsa de
Frankfurt desvalorizou-se 1,32% chegando a 7.253 pontos e o FTSE 100,
da bolsa de Londres, caiu 1,23% a 5.857 pontos.

Renda Fixa
No mercado de juros futuros da BM&F Bovespa, os principais contratos
fecharam sem tendência. O contrato de juros de maior liquidez nesta
quarta-feira, com vencimento em janeiro de 2012, registrou uma taxa de
12,47%, estável em relação ao fechamento de terça-feira.

No mercado de títulos da dívida externa, o título brasileiro mais
líquido, o Global 40, fechou em alta de 0,03% em relação ao fechamento
anterior, a 136,45% do valor de face.

Já o indicador de risco-País fechou em queda de 4 pontos-base, aos 153 pontos.

Confira a agenda da próxima sessão
No front doméstico, será divulgada a ata do Copom (Comitê de Política
Monetária). Além disso, a FGV (Fundação Getulio Vargas revela o IGP-M
(Índice Geral de Preços - Mercado) de julho.

Já nos EUA, serão divulgados o número de pedidos de auxílio-desemprego
(Initial Claims) na base semanal e o Pending Home Sales de maio.

Fonte: InfoMoney

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