27/07/2011

Droga Raia e Drogasil querem blindar mercado de São Paulo

Droga Raia e Drogasil querem blindar mercado de São Paulo

Autor(es): Daniele Madureira | De São Paulo

Valor Econômico - 27/07/2011

 

 

O ranking nacional do varejo farmacêutico está prestes a mudar mais uma vez. Treze meses depois de a Drogaria São Paulo anunciar a compra do Drogão e se tornar líder do setor, passando à frente da cearense Pague Menos, é a vez da Drogasil e da Droga Raia se movimentarem.

As duas redes, que estão entre as cinco maiores do setor (a Drogasil ocupa a terceira posição e, a Raia, a quinta), negociam uma fusão, confirmada por comunicado divulgado na noite de ontem. Segundo fontes do setor, as empresas conversam há cerca de um mês. A união geraria uma rede com faturamento de cerca de R$ 4 bilhões, considerando a receita de 2010, e teria 20% das vendas no Estado de São Paulo.

"Trata-se de um movimento para blindar o mercado paulista, frente a iminente chegada da Pague Menos", diz um analista do setor. A Pague Menos, segunda colocada no ranking em faturamento (R$ 2,23 bilhões) e primeira em número de lojas (cerca de 430), se prepara para aumentar significativamente a presença no Estado de São Paulo, onde tem apenas 47 lojas, após a sua oferta pública inicial. Em meados do mês que vem, a Pague Menos entrega o seu prospecto para a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A abertura de capital deve sair em outubro.Mesmo antes de ter o seu processo de fusão concluído, Drogasil e Droga Raia já têm um sócio em potencial. O Valor apurou que o BTG, controlador da Brazil Pharma, cujos papéis estrearam na Bovespa no fim de junho, está interessado em se tornar sócio da nova empresa em um futuro próximo. "Antes de decidir pela oferta, no fim do ano passado, a Brazil Pharma já havia conversado tanto com a Droga Raia quanto com a Drogasil, em relação a uma fusão", diz uma fonte que acompanhou as conversas. "Se houver espaço [para um novo sócio], o BTG vai estar interessado", diz outro executivo.

A Brazil Pharma faturou R$ 922 milhões em 2010 e é dona de 333 lojas - das redes Rosário (Distrito Federal e Goiás), Guararapes (Pernambuco) e Econômico (Rio Grande do Sul). Além disso, conta com 360 lojas da franquia Farmais.

Embora o varejo farmacêutico, que movimentou R$ 37 bilhões em 2010, apenas em medicamentos, seja extremamente pulverizado e as operações de fusão e aquisição tenham se acelerado no último ano, há dúvidas sobre a eficácia da união entre a Drogasil e a Droga Raia. "Eles terão muita sobreposição de loja em São Paulo", diz um analista do setor.

Cerca de 70% das 350 lojas da Droga Raia (nos Estados de Minas, Rio, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) estão no mercado paulista. Com mais de 340 lojas em cinco Estados (Espírito Santo, Goiás, Minas, Rio de Janeiro e São Paulo) e no Distrito Federal, a Drogasil também está concentrada no mercado paulista, sede de 60% dos seus pontos de venda.

"As lojas das duas redes são muito parecidas", afirma um analista. "Haverá uma grande canibalização e eles vão ter que fechar unidades", aposta um concorrente. (Colaborou Adriana Mattos)

 

 

 

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