30/07/2011

Republicanos admitem acordo com governo Obama sobre dívida dos EUA

Líderes republicanos no Congresso dos Estados Unidos indicaram neste sábado que estão próximos de um acordo com o presidente Barack Obama a fim de aumentar o teto da dívida americana e evitar um possível calote, segundo informou a rede de televisão norte-americana CNN.

Ainda de acordo com a emissora, duas horas depois, o líder democrata no Senado, Harry Reid, disse que as afirmações dos republicanos "não eram verdade".

Se o Congresso falhar em aumentar o teto da dívida até 2 de agosto, os americanos podem enfrentar elevação da taxa de juros e a queda do dólar.

Com o aumento do custo das taxas de empréstimo, hipotecas e empréstimos estudantis ficarão mais caros e o efeito será sentido por grande parcela da população.

O líder da minoria no Senado, Mitch McConnel, declarou a jornalistas que falou com Obama e com o vice-presidente, Joe Biden, "na última hora" e que ficou "confiante e otimista" de que haverá "um acordo nisso em um futuro próximo".

Ele afirmou ainda que um calote nacional "não deverá acontecer".

O porta-voz republicano da Câmara dos Representantes (deputados), John Boehner, também expressou otimismo quanto a um acordo --hoje, a Casa rejeitou, por 246 votos contra e 173 a favor, um projeto de lei democrata cujo objetivo era a ampliação do limite da dívida. A proposta precisava de, no mínimo, dois terços para ser aprovada.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, também vai encontrar o líder democrata no Senado, Harry Reid, e o líder da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, ainda hoje. O intuito do encontro é o de que o presidente receba atualizações acerca do debate.

IMPASSE

Há meses a Casa Branca e o Congresso estão envolvidos em negociações para chegar a um acordo que permita elevar o teto da dívida pública dos EUA e, assim, evitar o risco de calote.

Nas últimas semanas, o presidente Barack Obama e líderes dos dois partidos --Democrata e Republicano-- se reúnem quase diariamente, mas ainda não conseguiram solucionar o impasse.

Analistas afirmam que o calote da dívida americana poderia provocar um salto da taxa de juros nos Estados Unidos e potencialmente ameaçar a recuperação econômica mundial.

A oposição republicana exige que um acordo para elevar o teto da dívida seja vinculado a cortes no orçamento americano, para reduzir o deficit recorde, calculado em cerca de US$ 1,5 trilhão (R$ 2,3 trilhões) para o ano fiscal que termina em setembro.

Apesar de representantes de ambos os partidos concordarem com a necessidade de reduzir gastos, há muitas divergências sobre o que cortar e que programas atingir.

Os republicanos se recusam a aceitar qualquer proposta que inclua aumento de impostos. Obama, no entanto, insiste na necessidade de acabar com cortes de impostos que beneficiam a camada mais rica da população, criados ainda no governo de George W. Bush.

Os democratas, por outro lado, relutam em tocar em programas sociais que os republicanos querem enxugar.

Fonte: Folha.com

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