Medida vai punir investidor que apostar na queda do dólar, diz Mantega
Investidores que negociam contratos de derivativos e estão mais 'vendidos' do que 'comprados' deverão pagar IOF de até 25% sobre o valor da operação
Economia & Negócios e Adriana Fernandes, Fabio Graner e Renata Veríssimo, da Agência Estado
SÃO PAULO - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, explicou na manhã dessa quarta-feira que a nova medida cambial para conter a queda do dólar tem o objetivo de controlar o mercado de derivativos - operações negociadas para o futuro e de balcão na BM&F -, evitando posições excessivas que apostem na desvalorização da moeda americana.
Para isso, a medida, segundo Mantega, estabelece mais impostos e para o investidor que atua nesse mercado.
Mantega explicou, durante entrevista coletiva, que a medida provisória publicada hoje no Diário Oficial da União autoriza a regulamentação do mercado de capitais e de derivativos. Segundo ele, a medida concede poderes adicionais para aumentar a regulamentação sobre o mercado futuro de derivativos.
Mantega destacou que vários países depois da crise de 2008, quando muitos fundos de hedge estavam alavancados, começaram a regulamentar melhor esses mercados. Segundo ele, a MP obriga o registro na BM&F e Cetip de todas as operações feitas nesse mercado, incluindo as negociações no balcão. Para ele, essa obrigatoriedade dará mais transparência no segmento de derivativos.
Mantega lembrou que, durante a crise de 2008, algumas empresas no Brasil estavam muito alavancadas nos chamados "derivativos tóxicos" e ficaram em situação complicada. "De lá para cá, tomamos várias medidas para diminuir a alavancagem e a exposição nesses derivativos", disse. Conforme o ministro, o Conselho Monetário Nacional (CMN) poderá determinar o valor do depósito da margem de garantia.
Mantega explicou que, por exemplo, hoje é possível com US$ 50 mil fazer operações no mercado futuro de US$ 1 milhão e, com US$ 1 milhão, realizar operações de US$ 10 milhões. "Essa é a alavancagem que pode expor o mercado a problemas", avalia.
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