27/07/2011

Medida vai punir investidor que apostar na queda do dólar, diz Mantega

Medida vai punir investidor que apostar na queda do dólar, diz Mantega

Investidores que negociam contratos de derivativos e estão mais 'vendidos' do que 'comprados' deverão pagar IOF de até 25% sobre o valor da operação

 

Economia & Negócios e Adriana Fernandes, Fabio Graner e Renata Veríssimo, da Agência Estado

SÃO PAULO - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, explicou na manhã dessa quarta-feira que a nova medida cambial para conter a queda do dólar tem o objetivo de controlar o mercado de derivativos - operações negociadas para o futuro e de balcão na BM&F -, evitando posições excessivas que apostem na desvalorização da moeda americana.

Para isso, a medida, segundo Mantega, estabelece mais impostos e para o investidor que atua nesse mercado.

Mantega explicou, durante entrevista coletiva, que a medida provisória publicada hoje no Diário Oficial da União autoriza a regulamentação do mercado de capitais e de derivativos. Segundo ele, a medida concede poderes adicionais para aumentar a regulamentação sobre o mercado futuro de derivativos.

Mantega destacou que vários países depois da crise de 2008, quando muitos fundos de hedge estavam alavancados, começaram a regulamentar melhor esses mercados. Segundo ele, a MP obriga o registro na BM&F e Cetip de todas as operações feitas nesse mercado, incluindo as negociações no balcão. Para ele, essa obrigatoriedade dará mais transparência no segmento de derivativos.

Mantega lembrou que, durante a crise de 2008, algumas empresas no Brasil estavam muito alavancadas nos chamados "derivativos tóxicos" e ficaram em situação complicada. "De lá para cá, tomamos várias medidas para diminuir a alavancagem e a exposição nesses derivativos", disse. Conforme o ministro, o Conselho Monetário Nacional (CMN) poderá determinar o valor do depósito da margem de garantia.

Mantega explicou que, por exemplo, hoje é possível com US$ 50 mil fazer operações no mercado futuro de US$ 1 milhão e, com US$ 1 milhão, realizar operações de US$ 10 milhões. "Essa é a alavancagem que pode expor o mercado a problemas", avalia.

 

 

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