27/07/2011

Com impasse político nos EUA, Ibovespa recua 1,05% e registra 2ª queda seguida

SÃO PAULO – Ainda pressionado pelas incertezas acerca da aprovação do
novo teto da dívida externa dos EUA, o Ibovespa chegou ao seu segundo
pregão consecutivo de queda, recuando 1,05% nesta terça-feira (26),
aos 59.339 pontos, em dia de agenda fraca no front interno e da
divulgação de resultados de importantes empresas. O giro financeiro
foi de R$ 5,779 bilhões.

O impasse político entre democratas e republicanos para elevação do
limite da dívida soberana dos EUA segue deixando o mercado em alerta.
Na véspera, os congressistas voltaram a demonstrar discordância e o
presidente norte-americano, Barack Obama, fez um discurso
televisionado com a intenção de mobilizar os cidadãos para que o
pacote sugerido pelos democratas seja aprovado o quanto antes. Obama
frisou que a falha em aumentar o limite da dívida soberana do país
traria graves consequências à nação.

Destaques do pregão
No campo negativo, destaque para as ações ON e PNA da Usiminas (USIM3,
-4,22%, R$ 20,90; USIM5, -3,66%, R$ 11,05), que figuraram entre as
cinco maiores quedas do Ibovespa nesta sessão. Já os papéis da OGX
(OGXP3, -4,38%, R$ 13,10) lideraram as perdas deste pregão.

Já na ponta positiva, destaque para as operadoras de cartão Redecard
(RDCD3, +3,17%, R$ 25,09) e Cielo (CIEL3, +3,01%, R$ 42,38), sendo que
esta segunda divulgará seus resultados do 2T11 após o fechamento deste
pregão.

Logo atrás, aparecem as ações da Telesp (TLPP4,+1,85%, R$ 46,85), que
soltará seu balanço trimestral antes da abertura do pregão de
quarta-feira (27). Por fim, destaque também para os papéis da
Petrobras (PETR3, +1,23%, R$ 26,38; PETR4, +0,68%, R$ 23,66), que
seguiram os ganhos registrados na véspera, ajudando a amenizar as
perdas do índice.

Agenda
Seguindo a temporada de divulgação de resultados corporativos
relativos ao segundo trimestre deste ano, o Grupo Pão de Açúcar
(PCAR4), reportou um avanço de 64% de seu lucro líquido em relação ao
mesmo período do ano passado, ao atingir a marca de R$ 91 milhões.

Já na agenda de indicadores, o ICC (Índice de Confiança do
Consumidor), medido pela FGV (Fundação Getulio Vargas), apontou que a
confiança do consumidor brasileiro subiu 5,4% entre junho e julho,
chegando ao patamar de 124,4 pontos, seu maior nível na série
histórica, iniciada em setembro de 2005.

No front norte-americano, os preços dos imóveis, medido pelo
S&P/Case-Shiller Index, apontaram queda de 4,5% em maio, em linha com
as projeções. Já as vendas de casas novas foram piores em relação ao
mês anterior e às expectativas para junho, ao registrarem vendas
anualizadas de 312 mil imóveis no mês passado.

Ainda nos EUA, a confiança do consumidor norte-americano na economia
do país registrou 59,5 pontos e foi melhor do que os 57,6 pontos
esperados.

Bolsas Internacionais
O índice Dow Jones, que mede o desempenho das 30 principais blue chips
norte-americanas, fechou em baixa de 0,73% e atingiu 12.501 pontos.
Seguindo esta tendência, o índice S&P 500 desvalorizou-se 0,41% a
1.332 pontos, da mesma forma, o índice Nasdaq Composite, que concentra
as ações de tecnologia norte-americanas, caiu 0,10% a 2.840 pontos.

Na Europa, o índice FTSE 100 da bolsa de Londres registrou leve alta
de 0,08% e atingiu 5.930 pontos; no mesmo sentido, o índice DAX 30 da
bolsa de Frankfurt valorizou-se 0,07% a 7.349 pontos. Por outro lado,
o CAC 40 da bolsa de Paris fechou em baixa de 0,66%, atingindo 3.788
pontos.

Dólar
O dólar comercial registrou sua sexta queda consecutiva, desta vez de
0,32% e continua em patamares vistos anteriormente apenas em janeiro
de 1999, fechando cotado a R$ 1,538. Já o dólar Ptax, que referencia
os contratos futuros na BM&F Bovespa, fechou cotado a R$ 1,5345 na
venda, queda de 0,67% frente ao último fechamento.

Já o Banco Central realizou dois leilões de compra de dólares no
mercado cambial à vista. A primeira operação ocorreu entre às 12h06
(horário de Brasília) e às 12h11 e teve uma taxa de corte aceita em R$
1,5331, enquanto a segunda contou com taxa de R$ 1,536, tendo ocorrido
das 15h55 às 16h00.

Renda Fixa
No mercado de juros futuros da BM&F Bovespa, os principais contratos
fecharam em queda no longo prazo, mas próximos da estabilidade no
curto prazo. O contrato de juros de maior liquidez nesta terça-feira,
com vencimento em janeiro de 2012, registrou uma taxa de 12,47%,
estável em relação ao fechamento de segunda-feira.

No mercado de títulos da dívida externa, o título brasileiro mais
líquido, o Global 40, fechou em alta de 0,07% em relação ao fechamento
anterior, a 136,34% do valor de face.

Já o indicador de risco-País fechou com forte alta de 16 pontos-base,
aos 170 pontos.

Confira a agenda da próxima sessão
No Brasil, a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas)
apresenta o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) referente a terceira
quadrissemana de julho. Ainda por aqui, o Banco Central publica sua
Nota de Política Monetária, onde a instituição revela as informações
sobre o total de empréstimos bancários no país no mês de junho e
também mostra a distribuição dos recursos por setores.

Nos EUA, o Departamento de Comércio do país revela o Durable Good
Orders de junho. Os investidores também estarão atentos ao Livro Bege
do Fed, relatório importante sobre o desempenho atual da economia do
país.

Ainda por lá, será reportado o relatório de Estoques de Petróleo do
país, o qual é semanalmente organizado pela EIA (Energy Information
Administration).

Fonte: InfoMoney

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