30/07/2011

Obama pede urgência a partidos para um acordo sobre teto da dívida

O presidente americano, Barack Obama, voltou a falar neste sábado sobre o impasse do teto da dívida dos Estados Unidos, ressaltando a urgência dos partidos Democrata e Republicano chegarem a um acordo para que o governo possa arcar com suas obrigações.

"Há muitos caminhos para sairmos dessa bagunça, mas há muito pouco tempo", disse ele, reforçando que, sem a elevação do limite do endividamento americano, veteranos de guerra e pensionistas, por exemplo, ficarão sem receber benefícios sociais.

Segundo Obama, os dois partidos não estão tão longe de chegar a um acordo que satisfaça os dois lados e que um compromisso é necessário até terça-feira, dia 2, quando o governo atingirá o limite de US$14,3 trilhões e não poderá mais pagar suas contas.

"O tempo para colocar o partido em primeiro lugar acabou", disse Obama. "A hora de um compromisso pelo povo americano é agora".

O Senado americano --controlado pelos democratas-- recusou na sexta-feira a proposta republicana sobre o aumento do teto da dívida, que havia sido aprovada cerca de duas horas mais cedo pela Câmara de Representantes.

A proposta, apresentada pelo presidente da Câmara, o republicano John Boehner, buscava elevar o teto da dívida americana --atualmente em US$ 14,3 trilhões-- em duas etapas.

O líder democrata no Senado, Harry Reid, deve apresentar uma proposta diferente, a fim de obter os votos suficientes de ambos os partidos, para aprovar um plano no Congresso antes do prazo de 2 de agosto.

O presidente pediu ainda que os legisladores republicanos mostrem "o mesmo tipo de responsabilidade que o povo americano mostra todos os dias", pagando suas contas e mantendo a casa em ordem.

Em rádio republicana, o senados Jon Kyl, disse que é importante que o país evite o default (suspensão de pagamentos), mas ressaltou que os democratas precisam trabalhar mais próximos aos republicanos. "Após semanas de negociações, ficou claro que os democratas em Washington não veem esta crise como uma oportunidade para dominar os gastos", afirmou.

IMPASSE

Há meses a Casa Branca e o Congresso estão envolvidos em negociações para chegar a um acordo que permita elevar o teto da dívida pública dos EUA e, assim, evitar o risco de calote.

Nas últimas semanas, o presidente Barack Obama e líderes dos dois partidos --Democrata e Republicano-- se reúnem quase diariamente, mas ainda não conseguiram solucionar o impasse.

Analistas afirmam que o calote da dívida americana poderia provocar um salto da taxa de juros nos Estados Unidos e potencialmente ameaçar a recuperação econômica mundial.

A oposição republicana exige que um acordo para elevar o teto da dívida seja vinculado a cortes no orçamento americano, para reduzir o deficit recorde, calculado em cerca de US$ 1,5 trilhão (R$ 2,3 trilhões) para o ano fiscal que termina em setembro.

Apesar de representantes de ambos os partidos concordarem com a necessidade de reduzir gastos, há muitas divergências sobre o que cortar e que programas atingir.

Os republicanos se recusam a aceitar qualquer proposta que inclua aumento de impostos. Obama, no entanto, insiste na necessidade de acabar com cortes de impostos que beneficiam a camada mais rica da população, criados ainda no governo de George W. Bush.

Os democratas, por outro lado, relutam em tocar em programas sociais que os republicanos querem enxugar.

Fonte: Folha.com

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