O presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, John A. Boehner, adiou a votação do plano republicano para a elevação do teto da dívida que era esperada para acontecer nesta quinta-feira.
O atraso veio depois que os congressistas já tinha começado a discutir o plano que criou um impasse entre a Câmara e o Senado sobre como cortar os gastos do governo e elevar o teto da dívida até o dia 2 de agosto, data limite para que os EUA declarem a moratória.
Não ficou claro se a discussão e a votação da lei foi foram postergados porque os republicanos não acharam que tinham um número suficiente de votos para aprovar o plano.
IMPASSE
Há meses a Casa Branca e o Congresso estão envolvidos em negociações para chegar a um acordo que permita elevar o teto da dívida pública dos EUA e, assim, evitar o risco de calote.
Nas últimas semanas, o presidente Barack Obama e líderes dos dois partidos - Democrata e Republicano - vêm se reunindo quase diariamente, mas ainda não conseguiram solucionar o impasse.
O governo diz que, caso não haja acordo até a próxima quarta-feira, os Estados Unidos terão de, pela primeira vez, deixar de cumprir seus compromissos financeiros.
Nesta data, os EUA devem ultrapassar o chamado teto de sua dívida, que é de US$ 14,3 trilhões (cerca de R$ 22,2 trilhões).
Analistas afirmam que o calote da dívida americana poderia provocar um salto da taxa de juros nos Estados Unidos e potencialmente ameaçar a recuperação econômica mundial.
A oposição republicana, que controla a Câmara dos Representantes (deputados federais), exige que um acordo para elevar o teto da dívida seja vinculado a cortes no orçamento americano, para reduzir o deficit recorde, calculado em cerca de US$ 1,5 trilhão (R$ 2,3 trilhões) para o ano fiscal que termina em setembro.
Apesar de representantes de ambos os partidos concordarem com a necessidade de reduzir gastos, há muitas divergências sobre o que cortar e que programas atingir.
Os republicanos se recusam a aceitar qualquer proposta que inclua aumento de impostos. Obama, no entanto, insiste na necessidade de acabar com cortes de impostos que beneficiam a camada mais rica da população, criados ainda no governo de George W. Bush.
Os democratas, por outro lado, relutam em tocar em programas sociais que os republicanos querem enxugar.
Fonte: Folha.com
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