15/05/2011

Petrobras fecha 1º trimestre com lucro líquido recorde de R$ 10,985 bilhões

A Petrobras (PETR3, PETR4) registrou lucro líquido atribuível aos acionistas de R$ 10,985 bilhões no primeiro trimestre de 2011, montante 3,61% superior ao reportado no quarto trimestre e 42,18% acima do apurado nos primeiros três meses de 2010.

O lucro líquido consolidado ficou em R$ 11,194 bilhões nesse trimestre, 43,57% maior do que foi visto no 1T10 e 5,25% maior do que em relação ao 4T10, superando assim o recorde pertecente aos últimos três meses do ano passado.

Segundo balanço patrimonial divulgado pela companhia nesta sexta-feira (13) após o fechamento do mercado, o Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciações e amortizações) do trimestre avançou 6,75% na comparação com o mesmo período de 2010, indo para R$ 16,093 bilhões. Já a receita de vendas somou R$ 54,8 bilhões entre janeiro e março deste ano, número superior ao que foi visto tanto no 1T10 (+8,70%) quanto no 4T10 (+0,57%).

As cifras apresentadas pela companhia divergiram das projeções compiladas pela InfoMoney. O lucro líquido atribuível aos acionistas no trimestre ficou 13,66% acima da média das estimativas do BB Investimentos e da Ágora Corretora. Já o Ebitda e a receita líquida do trimestre vieram 0,02% e 3,89%, respectivamente, abaixo do que foi projetado.

Resultado financeiro e preço do petróleo impulsionam o lucro
Conforme previsto pelos analistas, o resultado financeiro teve um impacto bastante significativo para o crescimento do lucro líquido da Petrobras na comparação anual. Por conta dos ganhos cambiais sobre seu endividamento - refletindo a apreciação do real em relação ao dólar - e do aumento das receitas com aplicações financeiras e títulos públicos federais, o resultado financeiro da petrolífera passou de R$ 701 milhões negativos no 1T10 para R$ 2,022 bilhões positivos nesses três primeiros meses do ano, explica a Petrobras.

Aliado a isso, a empresa destaca a evolução do preço em dólares do petróleo nacional, que cresceu 29% nesses 12 meses. Os maiores níveis de produção de petróleo, LGN (Líquido de Gás Natural) e gás natural e a elevação das vendas de gás natural também tiveram um reflexo positivo no lucro líquido, destaca a empresa.

Investimentos e endividamento
Com as atividades operacionais deste primeiro trimestre, a empresa gerou um fluxo de caixa líquido 34% superior ao que foi visto no mesmo período do ano passado, somando R$ 12,924 bilhões. Ela informa ainda que seus investimentos entre janeiro e março já chegaram a R$ 15,871 bilhões, com R$ 7,196 bilhões aplicado no segmento de E&P (Exploração e Produção) e R$ 5,845 bilhões na área de abastecimento.

Com isso, seu nível de alavancagem manteve o patamar 17% visto no final do ano passado, permanecendo bem distante do limite máximo estabelecido pela companhia, de 35%.

Gasolina e diesel puxam vendas domésticas
O volume de vendas da Petrobras no mercado interno durante o primeiro trimestre do ano chegou a 2,344 milhões de barris por dia, alta de 7% ao mesmo período de 2010. Destaque para o diesel, que detém a maior participação de vendas no mercado doméstico, cujo volume diário de barris vendidos cresceu 9% na mesma base comparativa, por conta da "menor participação de outros players", informa a petrolífera.

A gasolina - segunda maior participação nas vendas internas - também mostrou evolução nesses 12 meses (+7%), somando 439 mil barris diários. Segundo a Petrobras, a vantagem do preço da gasolina em relação ao etanol na maior parte dos estados brasileiros, somada ao crescimento da frota de veículos, contribuíram para essa expansão.

Saindo do campo dos não derivados, destaque para o volume de vendas de gás natural, que passou de 257 mil barris para 291 mil barris - alta de 13% -, tendo em vista o crescimento da indústria no período e a maior demanda por geração de energia.

Queda nas exportações
Já as vendas da Petrobras no mercado externo mostrou retração de 10% entre os primeiros trimestres de 2010 e 2011, somando 1,182 milhão de barris por dia. "O decréscimo nas exportações reflete a maior disponibilidade de petróleo no 1T10, devido à parada programada ocorrida na Replan", explica a companhia.

Com isso, as vendas gerais (mercado interno + mercado externo) ficaram em 3,526 milhões de barris diários, praticamente estável em relação aos 3,499 milhões de barris vendidos entre janeiro e março de 2010.

Exploração e produção
Segmentando o resultado da petrolífera, a área de Exploração e Produção teve ganhos líquidos de R$ 9,327 bilhões no 1T11, variação positiva de 28% frente ao mesmo período de 2010 e de 19% ante o quarto trimestre. Em ambos casos, a melhora deve-se aos melhores preços do petróleo nacional em dólares por barril - que foi 29% maior do que em 1T10 e 18% maior do que em 4T10. Contudo, esses ganhos foram compensados pelos maiores custos com participações governamentais, destaca a empresa.

Já a produção nacional mostrou uma expansão de 4% frente ao primeiro trimestre do ano anterior - sendo 3% de aumento na produção de petróleo e LGN e 4% de alta na produção de gás natural. A Petro atribui isso ao aumento da produção nos campos de Marlim Leste, Cachalote/Baleia Franca, Jubarte, Uruguá/Tambaú, Frade, Piloto de Lula e Marlim Sul. Além disso, os TLD (testes de longa duração) de Tiro, Sidon e Guará superaram o declínio natural dos demais campos, ressalta a companhia.

Abastecimento
Já no segmento de abastecimento, a Petrobras viu seu resultado líquido passar de R$ 1,116 bilhão positivo no 1T10 para R$ 95 milhões negativos no primeiro trimestre de 2011. Os maiores custos de aquisição e transferência de petróleo e a importação de derivados, segundo a estatal, foram responsáveis pela reversão do resultado. Durante os três primeiros meses desse ano, foram importados 684 mil barris de petróleo e derivados por dia, volume 10% superior ao que foi visto 12 meses atrás.

Esses efeitos foram parcialmente impactados por um crescente volume de vendas de derivados no mercado internacional e pela vendas vendas internas de derivados indexados a preços internacionais, tendo em vista os melhores preços praticados lá fora durante o período comparativo, destaca a petrolífera. Outro atenuador das perdas destacado por ela foi o aumento nos ganhos com participações no setor petroquímico durante o período.

Gás & Energia e distribuição
No segmento de gás & energia, houve uma alta de 59% no resultado líquido do primeiro trimestre frente ao mesmo período de 2010, chegando a R$ 515 milhões. O aumento das vendas de gás natural, a redução dos custos de aquisição e transferência do gás natural nacional, a maior receita fixa proveniente dos leilões de energia e perda estimada de R$ 80 milhões no valor recuperável de ativos durante o 1T10 foram os principais fatores que colaboraram para essa melhoria, destaca a Petro.

Já a área de distribuição teve um desempenho operacional praticamente estável, fechando o 1T11 em R$ 369 milhões - alta de 2% ante os três primeiros meses do ano passado. Enquanto a margem de comercialização e o volume vendido mostraram evolução na base comparativa, os maiores gastos com serviços e pessoas, em decorrência do acordo coletivo de trabalho 2010/2011, balancearam o resultado.

Com isso, a participação da Petrobras no mercado de distribuição de combustíveis caiu de 39,5% para 38,9%.

Rali do petróleo garantiu bom resultado internacional
O desempenho internacional da Petrobras quase dobrou na comparação anual, indo de R$ 447 milhões no 1T10 para R$ 843 milhões no 1T11. O aumento no resultado, segundo a petrolífera, decorreu dos maiores preços das commodities no mercado internacional nesse começo de 2011, bem como pelo incremento no volume de vendas na Nigéria devido à entrada de novos poços produtores durante o exercício de 2010.

Esses melhores preços compensaram a leve redução de 2% na produção da empresa brasileira lá fora. Sobre a produção de petróleo e LGN, a Petrobras explica que, embora tenha dado início à produção dos poços nigerianos Akpo e Agbami, o cancelamento de contratos no Equador e o declínio dos poços maduros na Argentina e na Colômbia pesaram contra. A queda na produção de gás natural também refletiu o declínio dos poços argentinos, bem como alguns problemas sindicais enfrentados naquele país durante o período.

Fonte: InfoMoney

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