São Paulo, 11 - O novo diretor presidente da Gafisa, Alceu Duílio Calciolari, que já ocupava o cargo
interinamente desde maio e teve o nome confirmado no posto em 4 de julho, afirma que o foco da
companhia permanece o mesmo para o segundo semestre, com as margens indicando recuperação.
Mesmo com problemas de atrasos herdados de projetos da Tenda, empresa adquirida pelo grupo em
2008, o executivo prevê dobrar o volume de entregas neste ano, totalizando 25 mil unidades.
"Há um sinal de desaceleração, mas não um desvio de tendência. Nosso guidance está mantido",
afirmou Calciolari em entrevista à Agência Estado. Presente a 11 anos no grupo, o executivo ocupava
o cargo de diretor Financeiro e de Relações com Investidores da companhia quando foi indicado para
assumir a presidência, com a saída de Wilson Amaral.
Para este ano, a Gafisa espera lançar entre R$ 5 bilhões e R$ 5,6 bilhões, o que representa uma
expansão de 18% na média em relação ao ano anterior. Ao mesmo tempo, o grupo pretende atingir
uma margem Ebitda ajustada entre 18% e 22% em 2011. "No comparativo anual as margens devem
permanecer no mesmo nível do ano passado, mas já veremos uma ampliação entre o primeiro e o
segundo semestre", observa o executivo. A expectativa da empresa para o primeiro semestre é de
que esse indicador fique entre 13% e 17%, passando para entre 20% e 24% na segunda metade do
ano.
As vendas da companhia somaram R$ 4 bilhões em 2010, indicando acréscimo de 23% frente ao ano
anterior, enquanto os lançamentos quase dobraram, alcançando R$ 4,5 bilhões. O resultou operacional
do ano implicou em uma margem Ebitda ajustada de 20,1%.
"Estamos fechando um ciclo de projetos da safra de lançamentos de 2008, e isso deve fortalecer o
caixa da empresa. Além disso, acredito que a questão dos atrasos de projetos herdados da Tenda já
deve estar solucionada no próximo ano", conclui o executivo, ao acrescentar que a situação já
melhorou bastante.
Capitalizada para continuar crescendo
Confortável com relação a posição de caixa da empresa, Calciolari é categórico ao afirmar que os
recursos para os projetos previstos para este ano já estão garantidos. "Não pensamos em ir a
mercado para captar recursos neste ano. O índice de velocidade de vendas, no setor em geral,
continua bem e não vejo rupturas ou interrupções nesse curso. Temos a morosidade esperada nos
cartórios, mas isso não chega a comprometer nossas metas", afirmou.
A exemplo das principais construtoras do País, desde o primeiro trimestre a Gafisa passou a divulgar
prévia de resultados operacionais de lançamentos e vendas. Na próxima sexta-feira, a empresa
apresenta a prévia operacional com os números do segundo trimestre.
Na opinião do executivo, as revisões promovidas por entidades do setor, como Secovi e Abramat, em
projeções de vendas para este ano representam apenas um ajuste fino diante das condições
macroeconômicas mais complicadas dos últimos seis meses. No momento, apesar dos sinais de
arrefecimento, o Secovi-SP prevê vendas no mínimo semelhantes as de 2010, com possibilidade de
expansão de 4% a 5%. No acumulado de 2010 a venda de imóveis novos na capital somou 35.869
unidades. No início deste ano, a entidade chegou a estimar crescimento perto de 10% para o período.
A Abramat, por sua vez, já reduziu de 9% para 7% a estimativa de crescimento nas vendas. Mas caso
o ritmo de desaceleração na economia se mantenha, em julho a entidade poderia rever essa
estimativa para entre 5% e 6%.
Fonte: AE Broadcast
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